PLANO DE AULAS PARA OS 8 ANOS A - B do 1º ao 4º Bimestre
1º Bimestre
Habilidades: EF08HI01 - Identificar 0s principais aspectos conceituais do iluminismo e do liberalismo e discutir as relações entre eles e a organização do mundo contemporâneo.
Habilidades: EF08HI02 - Identificar as particularidades da Inglaterra antes e depois da Revolução Gloriosa, tendo em vista os fatores que levaram a industrialização.
Objetivo: O mundo contemporâneo: O Antigo Regime em Crise
Objeto do Conhecimento: A questão do iluminismo.
As revoluções inglesas e os princípios do liberalismo.
O Iluminismo
A história do Iluminismo, o pensamento no século das luzes, critica o absolutismo, os principais pensadores e filósofos são: Montesquieu, Voltaire, John Locke, Diderot, Rousseau e D'alembert.
Este movimento surgiu na França no século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.
Os ideais Iluministas
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que até então, eram justificadas pela fé.
Século das Luzes
O apogeu deste movimento foi no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o "Século das Luzes". O iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como a independências das 13 colônias inglesas na América do Norte e na inconfidência mineira ocorrida no Brasil.
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com ao passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão eles eram contras as imposições de caráter religiosos, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma de participação limitada. Naquele período, os Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Outra forma de impedimento dos burgueses eram as praticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas.
No Antigo Regime a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o Clero, em segundo lugar a Nobreza, em terceiro lugar a Burguesia e os Trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma que que com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e a nobreza), como também, as práticas mercantilistas que imediam a expansão comercial para a classe burguesa.
Pesquisas a serem realizadas. (o aluno deverá escolher um desses pensadores aqui apresentados - e elaborar em caderno sua biografia e apresentar em sala de aula).
1- John Locke - 1632 - 1704
2- Voltaire - 1694 - 1778
3- Rousseau - 1712 - 1778
4- Montesquieu 1689 - 1755
5- Denis Diderot - 1713 - 1784
6- A' alambert -
Resumo das biografias fornecidas pelos alunos
Resumo das biografias fornecidas pelos alunos
Thomas
Hobbes
Por Willyans Maciel
Mestre em Filosofia (UFPR, 2013)
Bacharel em Filosofia (UFPR, 2010)
Bacharel em Filosofia (UFPR, 2010)
Primeiro filósofo moderno a
articular uma teoria detalhada do contrato social, com sua obra Leviatã, escrita
em 1651, Thomas Hobbes foi
um filósofo inglês do século XVII, reconhecido como um dos fundadores da
filosofia política e ciência políticas modernas.
Embora tenha argumentado em favor
da monarquia absoluta, Hobbes ajudou a estabelecer
vários conceitos importantes para o pensamento liberal europeu. Parte de sua adesão
a uma monarquia absoluta se deve a defesa de um governo Central forte que
deveria ser capaz de evitar guerras civis. Historicamente, se entende que
esta defesa é devida ao fato se sua obra Leviatã ter sido escrita durante
a Guerra Civil
Inglesa. Nesta obra Thomas Hobbes estabelece sua posição acerca da fundação do
estado, da legitimidade do governo e da formação de uma ciência da moral
objetiva.
Hobbes foi um mecanicista,
defendeu que a memória, as paixões e a imaginação seria funções derivadas do
arranjo mecânico humano, da mesma forma que o movimento de qualquer mecanismo
segue-se do arranjo de suas partes. Assim, segundo Hobbes, as operações
materiais do sistema nervoso humano seriam responsáveis
por explicar a percepção e busca do desejo, o que explicaria a vontade humana e
a mente como um todo. De acordo com Hobbes, humanos são seres de matéria e
movimento, obedecendo às mesmas leis da natureza que os objetos físicos.
Partindo desta visão mecanicista,
Hobbes procurou entender como seria a vida humana sem a política, situação a
qual chamou "estado de natureza". Em sua interpretação esta situação
seria uma guerra de todos contra todos (Bellum
omnium contra omnes), pois na ausência de uma comunidade política, todos
os indivíduos teriam licença para possuir toda e qualquer coisa, sem limites
estabelecidos, mesmo quanto aos frutos de seu próprio trabalho, e não havendo
restrições, exerceriam suas paixões e desejos. Esta situação inclui tanto a
guerra em particular quanto competição e dificuldades extremas em geral. Sua
argumentação acerca da natureza humana como centrada no interesse próprio
permanece atual em teoria política.
Hobbes argumenta que, nesta
situação, nenhuma das grandes realizações da humanidade seria possível. A indústria, as grandes
navegações, descobertas, fabricação de produtos sofisticados, todos dependem em
maior ou menor medida de alguma segurança para as transações e para a
manutenção do que se produz, o que não seria possível neste estado de natureza.
Acuados pelo risco constante de uma morte violenta, ou da tomada de sua
produção, os homens não produziriam artes, literatura ou mesmo a sociedade
organizada.
Para evitar esta situação de constante incerteza,
os indivíduos concordam com um contrato social, estabelecendo assim a sociedade
civil. Entendendo "sociedade civil" como uma reunião de indivíduos
sob uma autoridade soberana, para a qual todos concordam em ceder alguns
direitos, ou parte de seu direito natural a toda as coisas, em troca de
proteção, especialmente na forma de garantia dos acordos entre indivíduos.
Neste arranjo social, os
indivíduos estariam impedidos de resistir ao poder da autoridade soberana, pois
a soberania de tal autoridade seria derivada da submissão do poder soberano dos
próprios indivíduos, que concordaram em ceder este poder em troca de proteção.
Para Hobbes, a alegação de que somos coagidos por tal autoridade equivale a
dizer que somos coagidos por nós mesmos, o que é uma impossibilidade.
Justamente por não reconhecer a
possibilidade de abuso de poder por parte da autoridade, este modelo não
supõe separação de
poderes. No arranjo proposto por Hobbes, o poder da autoridade soberana se
estende até sobre os poderes eclesiásticos, incluindo exército, judiciário e
civil.
Para além da política. Hobbes dedicou-se ainda a
ética, filosofia em geral, física, contribuindo especialmente para a teoria
moderna dos gases, teologia e diversas outras áreas.
Referências
bibliográficas:
- Dunn, Jonh (2003). «2. Contrato Social». Locke: a very short introduction. Oxford 2 ed.
J.Ribeiro, Renato. Hobbes:
o medo e a esperança. In: Francisco C. Weffort. Os Clássicos da Política
- Volume 1. 1999.
- Thomas Hobbes. Klenner, Hermann, : . Leviathan (Hamburg: Meiner Verlag), 2005.
- Vasconcelos, V. V. As
Leis da Natureza e a Moral em Hobbes. Universidade Federal de Minas
Gerais. 2004.
Jean Jacques Rousseau
Filósofo mais popular durante
a Revolução Francesa, Jean
Jacques Rousseau foi um dos principais influenciadores da formação
do pensamento politico e educacional moderno.
Rousseau procurou primeiramente
entender e estabelecer uma visão acerca do comportamento humano no chamado
estado de natureza, um conceito em filosofia moral e política que denota as
condições hipotéticas de como a vida dos humanos pode ter sido antes da
existência da sociedade civil organizada. Este tipo de investigação levou seu
estudo no sentido de questões como "como
o governo emergiu de tal condição?", "como as pessoas viviam antes da existência de uma sociedade civil?"
e especialmente "quais são as
razões hipotéticas para se estabelecer um estado-nação?".
Rousseau dedicou-se
particularmente a desafiar a posição de Thomas Hobbes acerca do estado de natureza. De acordo com
Rousseau, Hobbes simplesmente apropriou-se de pessoas civilizadas e as imaginou
em uma situação em que não há sociedade. Para Rousseau, o experimento não é
legítimo, uma vez que tais pessoas, sendo educadas na sociedade, carregam
consigo os valores, as estruturas e a forma de agir. O autor preferia a ideia de
um estado de natureza como um estado de liberdade verdadeira, em que as pessoas
não fossem boas ou más, mas vistas como uma folha em branco, o conflito em
estado de natureza não é tão acentuado quanto em sociedade. Defendeu ainda que,
a sociedade moderna, e especialmente as posses, destroem o estado de natureza
de verdadeira liberdade, gerando conflitos que de outra forma, embora possam
existir pontualmente, não seriam severos.
Esta
posição naturalmente leva a ideia de um homem pacifico, embora solitário, no
estado de natureza. O que condiz com a hipótese de Rousseau de que o homem em
estado de natureza possuiria uma moral ainda não corrompida, entendendo a moral
como inata, o que fica claro quando afirma que o homem possui uma repugnância
inata a ver os outros de sua espécie sofrerem, e atribuindo portanto a
corrupção desta moral à sociedade organizada. Esta posição foi atacada
pelo empirista britânico David Hume, demonstrando a dificuldade que se tem em demonstrar
a importância da justiça como uma virtude, se aceitarmos que toda a
responsabilidade pelos conflitos advém da sociedade. Por outro lado a posição
de Rousseau é muito popular entre ambientalistas, com ou sem formação
filosófica, por justificar a defesa de que o homem viva o mais próximo possível
do estado de natureza.
Rousseau
teoriza ainda que, o estado de "selvagem" seria o terceiro estágio do
desenvolvimento humano, um estado intermediário entre, de um lado, o estado de
animalidade e um estado semelhante ao de macacos e, de outro lado, a sociedade
decadente. O estado de selvagem sendo um estado de melhor otimização das
qualidades morais, ainda não corrompido, mas suficientemente organizado.
No entanto, Rousseau
não chega a aderir ao conceito de "bom selvagem", o que implicaria na
ideia de que seria adequado retornar ao estado de natureza. Arthur Lovejoy
esclarece que, a noção de decadência presente na obra de Rousseau é mais
próxima daquela apresentada por Hobbes, embora discordem acerca da natureza do
homem, concordam que a inteligência difere o homem dos outros animais, de modo
que a sociedade é inevitável e mesmo desejável. Ao invés de voltar atrás, o
caminho seria reorganizar a sociedade por meio do contrato social.
O contrato social, na
visão de Rousseau, preserva a vida humana e garante a liberdade, por meio da
submissão à autoridade da vontade geral. Isto garantiria a liberdade na medida
em que a decisão é geral e portanto o indivíduo, fazendo parte da decisão, não
está subordinado a vontade de outros, mas sendo parte da autoria coletiva da
lei.
Referências
bibliográficas:
BONAVIDES,
Paulo. Democracia
e liberdade. In Estudos em homenagem a J.J. Rousseau. Rio de
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1962.
ROUSSEAU,
Jean-Jacques. Do
contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
O Iluminismo no Brasil
As ideias iluministas chegaram ao Brasil no século XVIII - muitos brasileiros das classes mais altas da sociedade iam estudar em universidades da Europa e entravam em contato com as teorias e pensamentos que se desenvolviam em territórios europeu. Ao retornarem ao país, após os estudados, estas pessoas divulgavam as ideias do iluminismo, principalmente nos centros urbanos.
A principal influência do iluminismo, principalmente francês, pode ser notada no processo de Inconfidência Mineira (1789). Alguns inconfidentes conheciam as propostas iluministas e usavam como base para fundamentar a tentativa de Independência do Brasil.
As principais ideias Iluministas que influenciaram os Inconfidentes Foram:
- Fim do colonialismo
- Fim do absolutismo
- Substituição da monarquia pela república
- Liberdade econômica (liberalismo)
- Liberdade religiosa, de pensamento e expressão
Mesmo não obtendo o sucesso desejado, que seria a independência do Brasil, os inconfidentes conseguiram difundir ainda mais as ideias do iluminismo entre as camadas urbanas da sociedade brasileira. Os ideias iluministas foram de fundamental importância na política do Brasil.
Colonização dos Estados da América do Norte
Habilidades: EF08HI05 - Explicar as rebeliões na América Portuguesa (Em especial a Conjuração Baiana - Conjuração Mineira - Revolução Pernambucana), estabelecendo relações com as ideias iluministas, com as revoluções burguesas na Europa e com as Independência das Treze Colônias Inglesas na América.
Habilidades: EF08HI02 - Identificar as particularidades da Inglaterra antes e depois da Revolução Gloriosa, tendo em vista os fatores que levaram a industrialização.
Objetivo: O mundo contemporâneo: O Antigo Regime em Crise
Objeto do Conhecimento: Rebeliões na América Portuguesa - por exemplos: Conjuração Baiana - Conjuração Mineira - Revolução Pernambucana.
Colonização dos Estados da América (As Treze Colônias)
Para estudarmos melhor o processo de independência dos Esta dos Unidos da América é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas.
Colônias do Norte: região colonizada por protestantes europeus, princialmente ingleses que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América dos Norte com o objetivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características: mão de obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo interno.
Colônias do Sul: colônias como a Virgínia, Carolina do Norte e do Sul e a Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela a Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão de obra escrava, produção escrava produção para exportação para a metrópole e monocultura.
Guerra dos Sete Anos
Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. A guerra dos sete anos, vencida pelo ingleses com apoio dos colonos que ali já residiam, resultou na anexação de terras antes pertencentes aos franceses. Os colonos que estavam no novo continente pensaram que poderiam beneficiar-se de tais terras como despojo de guerra, mas a Coroa Inglesa tinha outros planos: destinar as novas terras para novos colonos que viriam da Inglaterra para ocupá-los.
Além disso, outros fatores contribuíram para um crescente sentimento de revolta por parte dos colonos, como as restrições fiscais da Coroa inglesa conhecidas como Leis Proibitivas. Uma das leis a Lei do Selo, promulgada em 1765, foi importa aos colonos após a guerra contra os franceses, objetivando tirar a Inglaterra do prejuízo resultante dos gastos militares. O arrocho da Lei do Selo previa a impressão de um selo real em todos os produtos para que eles pudessem circular como mercadorias certificadas, gerando um dispendioso gasto para os produtores.
Outras dessas Leis a do Imposto sobre o Chá, foi o principal vetor para a revolta contra a Inglaterra. Em 1770, cinco pessoas que protestavam contra essa lei na cidade de Boston foram assassinadas pela guarda inglesa. Uma onda de boicotes a determinações da Coroa inglesa sobre veio após esse fato. Em dezembro de 1773, alguns colonos disfarçaram-se de índios e entraram no Porto de Boston para jogar as sacas de chá da Companhia das Índias Ocidentais, rival do chá americano ao mar. Essa afronta aos ingleses ficou conhecida como Festa do chá de Boston, fato que deu origem a um dos mais sólidos movimentos políticos conservadores dos Estados Unidos da América.
Entre esses líderes estavam nada menos do que Thomas Jefferson, Samuel Adams, Richard Lee e Benjamin Franklin, que organizaram a Filadélfia, em abril de 1775. O Primeiro Congresso Continental, onde foi elaborada a declaraçao de direitos sob a inspiração iluminista.
No ano seguinte, em 04 de julho de 1776, houve um segundo Congresso Continental, em que foi redigida a Declaração de Independência e houve uma criação do exército colonial, que enfrentou com mais propriedade o exército inglês.
Nos anos que seguiram, as batalhas vencidas pelos colonos americanos, sobretudo após a ajuda de espanhóis e franceses, acabaram por solidificar a autonomia dos Estados Unidos da América.
A Independência dos Estados Unidos da América
Habilidades: EF08HI07 - Identificar e contextualizar as diversas especificidades dos diversos processos de independência nas Américas, seus aspectos populacionais e suas conformações territoriais.
Objeto do Conhecimento: Independência dos Estados Unidos da América; Independências na América Espanhola: A Revolução dos escravizados em São Domingo e seus múltiplos significados e desdobramentos: o caso do Haiti; os caminhos até a Independência do Brasil.
Objetivo: Os processos de independência nas Américas.
Introdução
Antes da Independência dos Estados Unidos da América, era formado por treze colônias controladas pela metrópole: A Inglaterra. Dentro do contexto histórico no século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais, não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos.
O movimento pela independência dos Estados Unidos da América, ocorreu na virada da década de 1770 para 1780 e deflagrou uma guerra cujo o fim, em 1783, selou a autonomia das Treze Colônias. A Declaração de Independência foi redigida e assinada em 04 de julho de 1776. Um dos elementos que tiveram grande peso na aceleração da independência foi a Guerra doa Sete Anos (1756 a 1763), isto é a guerra travada na América do Norte entre os ingleses e franceses ela posse das terras.
Colonização Espanholas
Habilidades: EF08HI02 - Identificar as particularidades da Inglaterra antes e depois da Revolução Gloriosa, tendo em vista os fatores que levaram a industrialização.
Objetivo: O mundo contemporâneo: O Antigo Regime em Crise
Objeto do Conhecimento: Rebeliões na América Portuguesa - por exemplos: Conjuração Baiana - Conjuração Mineira - Revolução Pernambucana.
Habilidades: EF08HI05 - Explicar as rebeliões na América Portuguesa (Em especial a Conjuração Baiana - Conjuração Mineira - Revolução Pernambucana), estabelecendo relações com as ideias iluministas, com as revoluções burguesas na Europa e com as Independência das Treze Colônias Inglesas na América.
Habilidades: EF08HI02 - Identificar as particularidades da Inglaterra antes e depois da Revolução Gloriosa, tendo em vista os fatores que levaram a industrialização.
Objetivo: O mundo contemporâneo: O Antigo Regime em Crise
Objeto do Conhecimento: Rebeliões na América Portuguesa - por exemplos: Conjuração Baiana - Conjuração Mineira - Revolução Pernambucana.
A Colonização Espanhola e As Independências da América Espanhola
Colonização Espanhola
A expansão do comércio europeu, a partir do século XV, impeliu várias nações europeias a empreenderem políticas que visassem ampliar o fluxo comercial como forma de fortificar o estado econômico das nascentes monarquias nacionais.
Nesse
contexto a Espanha alcança um estrondoso passo ao anunciar a existência de um
novo continente à Oeste. Nesse momento, o novo mundo desperta a curiosidade e a
ambição que concretizaria a colonização dessas novas terras.
Ao chegarem por aqui, os espanhóis
se depararam com a existência de grandes civilizações capazes de elaborar
complexas instituições políticas e sociais. Muitos dos centros urbanos criados
pelos povos chamados pré-colombianos superavam a pretensa sofisticação das
"modernas", "desenvolvidas" e "civilizadas"
cidades da Europa. Apesar da descoberta temos que a satisfação dos interesses
econômicos mercantis era infinitamente maior que o valor cultural.
Um dos pontos altos do processo de
denominação da população nativa aconteceu quando o conquistador Hernán Cortéz
liderar as ações militares que subjugaram o Império
Asteca, então controlado por Montezuma.
Em
razão da inegável inferioridade numérica, nos questionamos como uma nação de
porte tão pequeno como a Espanha foi capaz de impor seu interesse contra aquela
numerosa população indígena.
Para explicarmos essa questão,
devemos avaliar uma série de fatores inerentes a essa terrível e violenta
experiência que marca o passado americano. Primeiramente, frisarmos a superioridade
bélica dos europeus, que contavam com potentes armar de fogo e atordoavam os
nativos que se deparavam com a inédita imagem de homens montados em cavalos. Ao
mesmo tempo, o próprio contato com os europeus abriria caminho para a
instalação de epidemias que matavam as populações nativas em poucos dias.
Depois da conquista, os
colonizadores tomaram as devidas providências para assegurar os novos
territórios e, no menor espaço de tempo, viabilizar a exploração econômica de
suas terras. Sumariamente, a extração de metais preciosos e o desenvolvimento
de atividades agro exportadoras nortearam a nova feição da América colonizada.
Para cumprimento de tamanha tarefa. Além de contar com uma complexa rede
administrativa. Os espanhóis aproveitaram da mão de obra indígenas subjugadas.
Enquanto o confronto e as doenças
funcionavam como importantes meios de dominação, devemos também dar a devida importância
a outra estratégia espanhola. Em alguns casos, os espanhóis instigavam o
acirramento das rivalidades entre duas tribos locais. Dessa forma, depois dos
nativos se desgastarem em conflitos, a dominação hispânica agia para controlar
as tribos em questão.
Somente na passagem dos séculos
XVIII e XIX, momento em que a Revolução Industrial e o Iluminismo ganhavam
forma, observou-se o fim da exploração colonial. Os processos de independências
desenvolvidos por todo continente abriram caminho para a formação de um grande
mosaico de nações e Estados que deviam o fim à colonização. Contudo, os
vindouros problemas mostraram que existia um longo caminho a se trabalhar em
busca da tão sonhada soberania.
Texto: Rainer Sousa - Graduação em História.
A Colonização da
América Espanhola
História de uma conquista
violenta
A conquista da América e sua
posterior colonização foi um empreendimento gigantesco, que sem dúvida alguma
mudou os rumos da civilização ocidental. Esta obra cujas marcas principais
estão diretamente relacionadas à expansão marítima e comercial levada a cabo
pelos países ibéricos (Portugal e Espanha) no final do século XV, realizou-se
com a perda de milhões de vidas e o extermínio completo de muitas civilizações
indígenas.
Se por um lado o Novo Mundo
representava um eldorado de oportunidades para o s europeus ávidos por riquezas
e metais preciosos (ouro, prata e cobre), por
outro ele se transformou num verdadeiro inferno e numa dolorosa provação para
aqueles que se submeteram pela força ao jugo dominador das nações européias,
notadamente da Espanha.
A colonização efetiva no continente
americano pelos espanhóis começou em 1493, quando Cristovão Colombo fundou a
Colônia Natividade. A partir daí, iniciou-se de modo irreversível o embrião
daquele que se transformou num dos maiores impérios do mundo. O império
espanhol na América.
Após alguns contatos amistosos no
início da colonização, a relação entre espanhóis e gentios da terra sofreu uma transformação
que, caracterizou por assim dizer, o tipo de mentalidade colonizadora
desenvolvida pela Espanha. A busca por riqueza e a conversão dos indígenas ao
cristianismo foram, entre outros fatores, as bases motivadoras do projeto
colonial em território americano. Esse projeto foi bem retratado por Frei
Bartolomeu de Las Casas que jamais ficou calado diante do tratamento desumano
dispensados pelos colonizadores dos povos nativos.
Tem razão Frei Bartolomeu de Las
Casas, ao afirmar que a história da conquista e colonização da América, foi
escrita com sangue. Comportando-se como verdadeiros tiranos, os espanhóis cegos
pela cobiça e pela avareza, não mediram esforços para alcançar os seus
objetivos coloniais.
Texto:
Rainer Sousa - Graduação em História.
Tema -4
Revolução Industrial na Inglaterra No Século XVIII
As revoluções burguesas são momentos significativos na história do capitalismo, na medida em que serão elas que contribuirão para abrir caminho para a superação dos resquícios feudais e, portanto, para tornar possível a consolidação do modo de produção capitalista. Tais revoluções ocorreram em vários países europeus, no entanto, vamos falar da revolução inglesa, ocorrida no final do século XVIII.
A substituição das ferramentas pelas as máquinas, da energia humana pela a energia motriz e o modo de produção doméstica pelo sistema fabril, constituía a chamada Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
A Revolução Industrial na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo.
1850 a 1900 - A Revolução se espalha na Europa - América e Ásia: Bélgica - França - Alemanha - Estados Unidos da América - Itália - Japão - Rússia - cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem: surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e as derivadas de petróleo. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor.
Revolução Social
A Revolução Industrial concentrou os trabalhadores em fábricas, os aspectos mais importantes que trouxe radical transformações no caráter do trabalho, foi esta separação: de um lado: capital e meios de produções (instalações, máquinas, matéria- prima); de outro lado: o trabalho, os operários, passaram a assalariados dos capitalistas (donos do capital).
Uma das primeiras manifestações da Revolução foi o desenvolvimento urbano, Londres chegou ao milhão de habitantes em 1800.
Os artesões acostumados a controlar o seu ritmo de trabalho, agora tinham de se submeter-se à disciplina da fábrica. Passaram a sofrer a concorrência das mulheres e crianças. Em alguns setores as mulheres representavam as vezes mais de 50% da mão de obra as crianças começavam a trabalhar aos 6 anos de idade.
A mecanização desqualificava o trabalho, o que acabava reduzindo o salário. Havia frequentes paradas provocando desemprego - nas novas condições, caiam os rendimentos, contribuindo para a redução da média de vida.
Havia mais organização entre os trabalhadores especializados, eles se organizavam em associações que vão dá origem aos chamados Sindicatos com caráter reivindicatórios. Gradativamente, conquistaram a proibição do trabalho infantil, limitação do trabalho feminino, o direito a greve.
A quarta revolução industrial é o novo período de revolução na indústria moderna , marcado pela presença de tecnologias modernas e inovadoras. É considerada a maior revolução da indústria desde a ocorrência da Revolução Industrial que aconteceu no século XVIII.
É interessante saber que, desde a primeira Revolução Industrial, todos os momentos históricos posteriores que foram marcados por inovações industriais e tecnológicos, também foram chamados de Revolução Industrial. É o caso das segunda e terceira revoluções, nos séculos xix e xx.
As revoluções industriais trazem grandes mudanças consigo e inovações que são capazes de influenciar o funcionamento das sociedades nas mais diferentes áreas: no modo de comportamento das pessoas, na economia, nas relações políticas e sociais, etc... .
Características da Quarta Revolução Industrial.
As características dessa nova revolução são derivadas das inovações tecnológicas e do avanço da Internet. As principias são as seguintes:
- Máquinas Inteligentes: a tecnologia da inteligência artificial permite que, a partir do uso de dados acumulados, organizados e guardados, como é o caso dos algoritmos, as máquinas possam "aprender" e desempenhar atividades sem a necessidade da interferência humana. Um exemplo é o uso de robôs nas linhas de produção dentro das industrias.
- Importância dos Dados: na era atual, o poder dos dados e da informação que eles podem armazenar é uma das mais poderosas ferramentas, que podem ser utilizadas para inúmeros recursos e atividades. São exemplos: aumento da produtividade, melhora no comércio, etc...
-Geração de Energia menos Poluentes: a busca pela criação e pelo uso de formas de geração de energia que sejam menos poluentes e menos prejudiciais ao meio ambiente também é uma característica desse período. São exemplos de energia menos poluentes: a energia solar, a energia eólica.
A Quarta Revolução Industrial é responsável por eventos transformadores que podem impactar diferentes setores da sociedade.
Esses acontecimentos apontam para mudanças e novidades que transformam e seguirão transfonando as industrias e as sociedades em um futuro próximo. As maiores inovações tecnológicas da Quarta Revolução Industrial:
-Robótica: a robótica é o uso de tecnologias muito avançadas que utilizam circuito e sistemas mecânicos para construir robôs que sejam capazes de cumprir tarefas e possam ser usados em atividades industriais ou domésticas.
A tecnologia vinda da robótica pode ter muitos usos e tem como vantagem a redução de gastos e o aumento de produtividade, além da diminuição de erros nos processos industriais.
Essas inovações vem sendo utilizadas na substituição do trabalho humano. Em relação a este uso, como ponto negativo do avanço da aplicação da robótica, esta o aumento do desemprego no mundo inteiro.
-Realidade Aumentada: a realidade aumentada é a aplicação de modernas tecnologias para unir a experiência proporcionada pelo mundo virtual ao mundio real.
A tecnologia pode ser utilizada em inúmeras aplicações diferentes. Por exemplo: em filmes e animações, em jogos, em aplicativos para celulares e no desenvolvimento de produtos de design.
-Inteligência Artificial: a inteligência artificial é um ramo da ciência da computação que busca desenvolver sistemas que permitam que as máquinas e dispositivos de informática possam desempenhar atividades com uma espécie de raciocínio, como uma substituição ao raciocínio humano.
-Nanotecnologia: a nanotecnologia é uma área da ciência que estuda o uso de moléculas e átomos, chamada de escala atômica e molecular. De formas simples, pode-se dizer que a nanotecnologia é baseada no estudo sobre estruturas que são formadas por átomos.
Ela tem sido amplamente utilizada principalmente nas inovações da informática, da comunidade e da medicina.
-Biotecnologia: a biotecnologia estuda e desenvolve métodos para utilização de organismo vivo aplicados à criação de produtos e inovações de métodos. A biotecnologia é uma área muito abrangente, estuda desde a aplicação em áreas como à agricultura até os complexos processos de genética e fertilidade, dentre outros.
A Quarta Revolução Industrial
A quarta revolução industrial é o novo período de revolução na indústria moderna , marcado pela presença de tecnologias modernas e inovadoras. É considerada a maior revolução da indústria desde a ocorrência da Revolução Industrial que aconteceu no século XVIII.
É interessante saber que, desde a primeira Revolução Industrial, todos os momentos históricos posteriores que foram marcados por inovações industriais e tecnológicos, também foram chamados de Revolução Industrial. É o caso das segunda e terceira revoluções, nos séculos xix e xx.
As revoluções industriais trazem grandes mudanças consigo e inovações que são capazes de influenciar o funcionamento das sociedades nas mais diferentes áreas: no modo de comportamento das pessoas, na economia, nas relações políticas e sociais, etc... .
Características da Quarta Revolução Industrial.
As características dessa nova revolução são derivadas das inovações tecnológicas e do avanço da Internet. As principias são as seguintes:
- Máquinas Inteligentes: a tecnologia da inteligência artificial permite que, a partir do uso de dados acumulados, organizados e guardados, como é o caso dos algoritmos, as máquinas possam "aprender" e desempenhar atividades sem a necessidade da interferência humana. Um exemplo é o uso de robôs nas linhas de produção dentro das industrias.
- Importância dos Dados: na era atual, o poder dos dados e da informação que eles podem armazenar é uma das mais poderosas ferramentas, que podem ser utilizadas para inúmeros recursos e atividades. São exemplos: aumento da produtividade, melhora no comércio, etc...
-Geração de Energia menos Poluentes: a busca pela criação e pelo uso de formas de geração de energia que sejam menos poluentes e menos prejudiciais ao meio ambiente também é uma característica desse período. São exemplos de energia menos poluentes: a energia solar, a energia eólica.
Transformações Provocadas Pela Quarta Revolução Industrial
A Quarta Revolução Industrial é responsável por eventos transformadores que podem impactar diferentes setores da sociedade.
Esses acontecimentos apontam para mudanças e novidades que transformam e seguirão transfonando as industrias e as sociedades em um futuro próximo. As maiores inovações tecnológicas da Quarta Revolução Industrial:
-Robótica: a robótica é o uso de tecnologias muito avançadas que utilizam circuito e sistemas mecânicos para construir robôs que sejam capazes de cumprir tarefas e possam ser usados em atividades industriais ou domésticas.
A tecnologia vinda da robótica pode ter muitos usos e tem como vantagem a redução de gastos e o aumento de produtividade, além da diminuição de erros nos processos industriais.
Essas inovações vem sendo utilizadas na substituição do trabalho humano. Em relação a este uso, como ponto negativo do avanço da aplicação da robótica, esta o aumento do desemprego no mundo inteiro.
-Realidade Aumentada: a realidade aumentada é a aplicação de modernas tecnologias para unir a experiência proporcionada pelo mundo virtual ao mundio real.
A tecnologia pode ser utilizada em inúmeras aplicações diferentes. Por exemplo: em filmes e animações, em jogos, em aplicativos para celulares e no desenvolvimento de produtos de design.
-Inteligência Artificial: a inteligência artificial é um ramo da ciência da computação que busca desenvolver sistemas que permitam que as máquinas e dispositivos de informática possam desempenhar atividades com uma espécie de raciocínio, como uma substituição ao raciocínio humano.
-Nanotecnologia: a nanotecnologia é uma área da ciência que estuda o uso de moléculas e átomos, chamada de escala atômica e molecular. De formas simples, pode-se dizer que a nanotecnologia é baseada no estudo sobre estruturas que são formadas por átomos.
Ela tem sido amplamente utilizada principalmente nas inovações da informática, da comunidade e da medicina.
-Biotecnologia: a biotecnologia estuda e desenvolve métodos para utilização de organismo vivo aplicados à criação de produtos e inovações de métodos. A biotecnologia é uma área muito abrangente, estuda desde a aplicação em áreas como à agricultura até os complexos processos de genética e fertilidade, dentre outros.
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos
Este trabalho é de autoria da aluna Ana Carolina do 8º ano C - realizado no 2º bimestre para composição de notas - Tema: Confederação do Equador- o link abaixo deverá ser copiado e colado em uma outra janela para se ter acesso.
file:///C:/Users/User/Downloads/Documento%2010.pdf
Este trabalho é de autoria das alunas: Fernanda Carvajal e Vitória Tavares do 8º ano A - realizado no 2º bimestre para composição de notas - Tema: Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates.
Srs. Pais - ou Responsáveis Legais:
Os alunos que tiveram excesso de faltas no primeiro bimestre, deverão realizar a compensação de ausências: os alunos deverão atualizar os conteúdos em caderno até o quarto tema do bimestre - realizar o trabalho sobre o tema:"A mulher" , informações no início da página do blog. e realizar a prova final, semelhante a está abaixo:
E.E. EUNICE MARQUES DE MOURA BASTOS – PROFESSORA
ALUNO:
..........................................................................................................,
Nº......SÉRIE.........
PROVA
DE HISTÓRIA 1º BIMESTRE 2019
Tema:
Revolução Industrial
1.
Qual das alternativas abaixo aponta uma das principais invenções que foi
fundamental para a Revolução Industrial?
A - Telefone
B - Telégrafo
C - Calculadora manual
D - Máquina a vapor
2. A Revolução Industrial
transformou profundamente a ordem econômica mundial. Suas origens na
Inglaterra relacionam-se com o(a):
a)
declínio da monarquia;
b)
liberação de mão-de-obra da cidade para o campo;
c)
triunfo da ideologia liberal;
d)
fortalecimento do sistema familiar de produção
3. O acúmulo de capitais, a
modernização da agricultura, a disponibilidade de mão de obra e de recursos
naturais e a força do puritanismo ajudam a explicar o pioneirismo da __________
na Revolução Industrial.
Das opções abaixo listadas, o país que melhor preenche o espaço acima é:
a) Alemanha
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
4. A Revolução Industrial teve início na
Inglaterra em meados do século XVIII. Qual das alternativas abaixo explica o
pioneirismo inglês na Revolução Industrial?
a) - Presença de petróleo no território;
mão-de-obra em abundância; capital da nobreza para investimentos; presença de
grande quantidade de máquinas importadas da França.
b) - Economia baseada no feudalismo,
grande quantidade de artesãos; boas reservas de carvão mineral; contatos
comerciais com a Índia.
c) - Presença de grandes reservas de
carvão mineral e minério de ferro em seu território; mão-de-obra em abundância;
capital da burguesia para investimentos em indústrias; mercado consumidor.
d) - Grandes investimentos em transporte
marítimo; grandes reservas de petróleo; mão-de-obra estrangeira em abundância;
relações comerciais com o Brasil
5. O
primeiro país a se industrializar na Europa depois da Inglaterra foi:
a) a França
b) a Itália
c) a Rússia
d) a Bélgica
6. Sobre a condição de vida dos
operários (trabalhadores das fábricas) na época da Revolução Industrial é
correto afirmar que:
a) Tinham apenas férias remuneradas como
direito trabalhista, podiam se organizar livremente em sindicatos, recebiam
salários justos que lhes permitiam viver de forma digna.
b) Eles não tinham direitos
trabalhistas, trabalhavam muito e ganhavam pouco, o ambiente de trabalho
apresentava péssimas condições.
c) Trabalhavam apenas 5 dias por semana,
recebiam vários benefícios trabalhistas, tinham um ambiente de trabalho em boas
condições.
d) Recebiam salários baixos, enfrentavam
duras jornadas de trabalho, não apresentavam problemas de saúde relacionados ao
trabalho.
7. A Revolução Industrial
transformou profundamente a ordem econômica mundial. Suas origens na Inglaterra
relacionam-se com o(a):
a) declínio da monarquia;
b) liberação de mão-de-obra da cidade para o campo;
c) triunfo da ideologia liberal;
d) fortalecimento do sistema familiar de produção;
8. Para que
o conhecimento tecnológico tivesse o êxito de hoje foi preciso que ocorressem,
no tempo, alterações radicais que abriram caminho para a introdução de novas
relações de mercado e novas formas de transportes. Assinale a alternativa que
melhor identifica o momento inicial da Revolução Industrial:
a) a utilização da
máquina a vapor que propiciou o desenvolvimento das ferrovias, integrando
áreas de produção aos mercados, aumentando o consumo e gerando lucros;
|
b)
b) a revolução
política de 1688, que garantiu a vitória dos interesses dos proprietários
agrícolas em aliança com os trabalhadores urbanos que controlavam as
manufaturas;
|
c)
c) os cercamentos
que modificaram as relações sociais no campo, gerando novas formas de
organização da produção rural e mantendo os vínculos tradicionais de
servidão;
|
d)
d) o
desenvolvimento da energia eólica, produzindo um crescimento industrial que
manteve as cidades afastadas do fantasma das doenças provocadas pelo uso do
carvão;
|
2º Bimestre
Tema-1
Revolução Francesa (1789)
Considera-se a Revolução Francesa de 1789 o acontecimento político e social mais espetacular e significativo da história contemporânea. Foi o maior levante de massa até então conhecido que fez por encerrar a sociedade feudal abrindo caminho para a modernidade.
O Alvorecer de Uma Nova Era
Assinala a Revolução de 1789 a inauguração de uma nova era, um período em que não se aceitaria mais a dominação da nobreza, nem um sistema de privilégios baseado nos critérios de castas, determinados pelo nascimento, só se admite, desde então, um governo que, legitimado ao controle do povo por meio de eleições periódicas. O lema da Revolução: Liberdade - Igualdade - Fraternidade - em francês (" Liberté, Egalité, Fraternité"), universalizou-se, tornando-se no transcorrer do século seguinte uma bandeira da humanidade inteira.
Programa da Revolução
A revolução de 1789 é o princípio da era moderna. Nela tudo teve início ou sua consagração: a separação do Estado da Igreja, a proclamação do Estado secular, a participação popular pelo voto, a instrução pública, estatal e gratuita, o serviço militar generalizado, os direitos da cidadania, os sistema de pesos e medidas decimal, igualdade dos filhos perante a herança e a igualdade de todos perante a lei, o divórcio, a abolição das torturas e dos castigos físicos, acompanhado do abrandamento das leis penais, os primórdios da emancipação feminina levada adiante, a extensão da cidadania aos judeus, a condenação da escravidão e a imorredoura ideia de que devemos viver em liberdade, igualdade e fraternidade.
Convocação dos Estados Gerais
Os reis da França não convocaram os Estados Gerais - esta organização integrava os representando Clero - da Nobreza e do Povo - desde 1614. Centralizadores convictos do absolutismo, os reis franceses desprezavam qualquer instituição que lhe criasse obstáculos ao uso irrestrito do poder.
Naquele início de 1789, no entanto, Luis XVI resolveu chamar aquela antiga assembléia, cujas origens vinham dos tempos medievais, na tentativa de resolver a grave crise financeira que se alastrava pela França, ameaçando-a com longo caos.
Em 24 de janeiro de 1789, o rei baixou um decreto instituindo as votações para sua composição, tendo sua primeira reunião marcada para 05 de maio daquele ano, a ser realizada em Versalhes. O local não foi escolhido por um acaso, pois o Palácio de Versalhes era a morada do rei, o qual foi erguido por Luis XIV, o rei sol!!
Composição dos Estados Gerais
Os Estados Gerais em 1789 compunham-se de 1.154 representantes, sendo a seguinte composição: 291 deles eram deputados do claro - 285 da nobreza e 578 do terceiro Estado (ordem que, genericamente, obrigava o povo e a burguesia a se unirem). Na época, dos 25 milhões de franceses, apenas 120 pertenciam ao clero e 350 mil a nobreza (subdividida em nobreza togada, e a de "sangue", isto é, aristocracia). Na representação dos Estados Gerais convocados, o povo, que perfazia a imensa maioria, tinha só dois votos parlamentares a mais.
Por detrás da insistência do Terceiro Estado, alinhava-se um descontentamento generalizado com a monarquia, com a inépcia do rei com os desatinos da rainha Maria Antonieta, a austríaca, pessoa das menos estimadas pelo povo francês em todo os tempos .
A Bastilha
No dia 14 de julho, a multidão, que estava submetida as fortes tensões dos últimos dias resolveu atacar a Bastilha (Uma fortaleza - prisão construída por Carlos V, entre 1369 e 1382, com oito torres, muralhas de 25 metros de altura e cercadas de fossos). Ela era o símbolo do despotismo. Passava sobre Paris como um feiticeiro , um bruxo, ou ainda um bicho papão, que saindo na calada da noite, indo invadir as casas para arrancar suas vítimas do leito e do aconchego da família, as conduzia algemadas, sem nenhuma formalização de culpa, para os carcereiros. Os habitantes de Paris imaginavam-na um local onde o inominável acontecia. Diziam que as torturas e punições indescritíveis tinha seu sítio lá.
O embastilhado necessariamente não era informado do seu delito, nem por quanto tempo ficaria preso. Poderia ser encala bouçado por alguns meses, como ocorreu com Voltaire, ou chegar a cumprir 37 anos como se deu com o infeliz Latude.
Assalto a Bastilha
A grande prisão do Estado terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille Desmouliry, até então desconhecido, saiu dizendo pelas ruas de Paris que tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris.
Uma multidão, dirigiu-se a antigos hospitais e pegaram armas, espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porem se encontrava estocada em outro lugar, na fortaleza da Bastilha.
Artigo - primeiro - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos.
Artigo - segundo - Finalidade de toda associação política e a conservação dos direitos naturais é imprescritível do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e resistência a opressão.
Tema -2
A Chegada da Família Real ao Brasil.
Em 22 de janeiro de 1808, Dom João e parte de sua comitiva chegaram a Salvador na Bahia, desviados por uma violenta tempestade durante a travessia do oceano atlântico. No dia 28 de janeiro, príncipe-regente determinava, através de uma carta-régia "interina e provisoriamente", Abertura dos Portos.
Essa medida, que eliminava o exclusivo Metropolitano sobre o comércio da colônia, desferia um golpe mortal no Pacto Colonial, construindo o primeiro grande passo para a Independência efetiva do Brasil.
No comércio de alguns gêneros, contudo, continuou o monopólio real, pois a carta-régia estabelecia a franquia dos portos brasileiros ao comércio em geral "exceção do pau-brasil ou outros produtos notoriamente de alto interesse".
A Abertura dos Portos, antes de mais nada, deve ser sentida como um acontecimento da expansão do capitalismo industrial, sendo decretada em razão de um emaranhado de fatores. Em primeiro lugar, deve-se entender o papel da Grã-Bretanha. A ela interessava sobremaneira a ruptura do Pacto Colonial, pois a burguesia inglesa, ávida pela ampliação dos mercados consumidores de seus produtos manufaturados, era a principal defensora do livre cambismo.
Um segundo lugar, foi de fundamental importância a atuação da classe dominante colonial junto ao príncipe regente. A aristocracia rural na extinção do exclusivo a eliminação da incomoda intermediação portuguesa. O aumento dos lucros nas exportações e a aquisição de produtos manufaturados a preços baixos.
Além das medidas de aberturas a Coroa concedeu também incetivos á implantação de fábricas de tecidos, para aproveitar o surto algodoeiro do Maranhão
Razões da Vinda da Família Real para a Colônia no Brasil
Em 1807, o imperador francês era o senhor absoluto da Europa. Seus exércitos haviam colocado de joelhos todos os reis e rainhas do continente uma sucessão de vitórias brilhantes, só não haviam conseguido subjugar a Inglaterra. Protegidos pelo canal da Mancha, os ingleses tinham evitados os confrontos direto em terra com as forças de Napoleão. Ao mesmo tempo consolidado como os senhores dos mares a Batalha de Trafalgar, em 1805, quando sua Marinha de Guerra, sob o comando de Lord Nélson, destruiu, na entrada do Mediterrâneo, as esquadras combinados da França e da Espanha. Napoleão reagiu decretando o bloqueio continental, medida que previa o fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos. Suas ordens foram imediatamente obedecidas por todos os países, com uma única exceção: o pequeno e desprotegido Portugal. Pressionado pela Inglaterra, sua tradicional aliada, Dom João relutava em ceder as exigências de Napoleão. Por essa razão, em novembro de 1807, tropas francesas marcharam em direção a fronteira de Portugal, prontas para invadir o país e destronar seu príncipe regente. Encurralado entre as duas maiores potências econômicas e militares de sua época, Dom João tinha duas alternativas amargas e excludentes. A primeira era ceder á pressão de Napoleão e aderir ao bloqueio continental. A segunda era aceitar a proposta oferecida pelos aliados ingleses e embarcar para o Brasil levando a família real, a maior parte da nobreza, os tesouros e todo aparato do Estado.
Em 1807, o imperador francês era o senhor absoluto da Europa. Seus exércitos haviam colocado de joelhos todos os reis e rainhas do continente uma sucessão de vitórias brilhantes, só não haviam conseguido subjugar a Inglaterra. Protegidos pelo canal da Mancha, os ingleses tinham evitados os confrontos direto em terra com as forças de Napoleão. Ao mesmo tempo consolidado como os senhores dos mares a Batalha de Trafalgar, em 1805, quando sua Marinha de Guerra, sob o comando de Lord Nélson, destruiu, na entrada do Mediterrâneo, as esquadras combinados da França e da Espanha. Napoleão reagiu decretando o bloqueio continental, medida que previa o fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos. Suas ordens foram imediatamente obedecidas por todos os países, com uma única exceção: o pequeno e desprotegido Portugal. Pressionado pela Inglaterra, sua tradicional aliada, Dom João relutava em ceder as exigências de Napoleão. Por essa razão, em novembro de 1807, tropas francesas marcharam em direção a fronteira de Portugal, prontas para invadir o país e destronar seu príncipe regente. Encurralado entre as duas maiores potências econômicas e militares de sua época, Dom João tinha duas alternativas amargas e excludentes. A primeira era ceder á pressão de Napoleão e aderir ao bloqueio continental. A segunda era aceitar a proposta oferecida pelos aliados ingleses e embarcar para o Brasil levando a família real, a maior parte da nobreza, os tesouros e todo aparato do Estado.
Com o apoio dos ingleses, o Brasil a maior e mais rica dessas colônias, provavelmente declararia sua independência mais cedo do que se esperava, seguindo o exemplo dos Estados Unidos da América e de seus vizinhos territórios espanhóis. E, sem o Brasil, Portugal não seria nada.
Entre 10 e 15 mil pessoas acompanharam o príncipe regente na viagem ao Brasil, era muita gente, levando-se em conta que a capital Lisboa, tinha cerca de 200 mil habitantes. Durante 3 dias o povo de Lisboa observou o movimento de cavalos, carruagens e funcionários do governo nas imediações do porto, sem entender o que se passava. Quando a notícia da partida se espalho, o povo reagiu de forma indignada.
Como fazer um discurso de despedida era impossível nessas condições, Dom João mandou fixar nas ruas de Lisboa um decreto no qual explicava as razões da partida.
Período de Dom João (Joanino)
Caracterizou-se pelo esforço da Coroa Portuguesa no sentido de estabelecer um equilíbrio entre os interesses dos grandes proprietários de terras brasileiras e os dos comerciantes. Alguns estancos foram mantidos para satisfazerem estes últimos.
Estabeleceram-se impostos pesados e progressivos, necessários a manutenção do luxo da corte.
A estrutura colonial aniquilaria a vida cultural do Brasil. bibliotecas Inexistiam as preocupações com a educação e saúde pública; as academias filosóficas literárias e cientificas estavam desamparadas; as bibliotecas não haviam sido formadas pois, eram consideradas perniciosas; a publicação de jornais era proibida.
As Primeiras Providências de Dom João (príncipe regente)
Com a vinda da família real de Portugal para o Brasil em 1808, a colônia se tornou sede da monarquia portuguesa, e sua situação político-econômico logo se modificou. Em 28 de janeiro, dias após a sua chegada, o príncipe regente Dom João assinou o Decreto de Abertura dos Portos Brasileiros as nações amigas em 1808.
Tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, firmado com a Inglaterra em 1810. Tais tratados asseguravam, privilégios do governo e aos súditos ingleses.
Criação do Banco do Brasil
O Banco do Brasil, foi criado em 1808, sua função principal era obter fundos para cobrir os pesados gastos da corte, além de realizar as transações comerciais.
(Habilidades e Competências do 3º Bimestre para os alunos do 8º anos)
Brasil no século XIX
EF: 08HI28 - Identificar as características das Revoltas negras no Brasil do século XIX, principalmente a Revolta dos Malês, analisar seus impactos na ordem escravocrata então vigente.
Objetos do Conhecimento
Brasil: Primeiro Reinado: O Período Regencial e as contestações ao poder central; O Brasil do Segundo Reinado: política e economia.
Independência do Brasil (1822)
Contexto histórico no momento que antecede a Independência
A separação política entre a Colônia do Brasil e a Metrópole portuguesas, foi declarada oficialmente em 07 de setembro de 1822. O processo de independência começa com o agravamento da crise do sistema colonial e se estende até a adoção da primeira Constituição Brasileira, em 1824.
Acontecimentos que Contribuem na Independência do Brasil
As revoltas do final do século XVIII e começo do século XIX, como foi a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana de 1817, mostraram o enfraquecimento do sistema colonial.
Com a instalação da Corte Portuguesa em 1808 no Brasil, este evento vai contribuir para a separação definitiva das duas nações. A abertura dos portos e a criação do Reino Unido do Brasil praticamente cortam os vínculos coloniais e preparam a independência.
Pressionado pelas Cortes Constituintes, dom João VI chama dom Pedro a Lisboa. Mas o príncipe regente resiste as pressões, que considera uma tentativa de agravar o poder da monarquia. Forma-se em torno dele um grupo de políticos conservadores brasileiros que defende a manutenção dos status do Brasil no Reino Unido. Em 29 de dezembro de 1821, dom Pedro recebe um abaixo-assinado pedindo que não deixe o Brasil. Esse episódio passa para a história como o Dia do Fico.
Em 03 de junho de 1822, dom Pedro recusa fidelidade a Constituição Portuguesa e convoca a primeira Assembleia Constituinte Brasileira. Em 01 de agosto baixa um decreto declarando inimigas as tropas portuguesas que desembarcarem no país.
Contra o liberalismo de setores das elites brasileiras triunfa o conservadorismo e o centralismo de José Bonifácio. Ele pregava a independência sem mudança de regime, ou seja, sem a proclamação da República nem mudanças sociais importantes, como a abolição da escravidão.
Independência e morte
Ao final das contas, o Brasil não teve Guerra de Independência, mas guerras. Entre 1822 e 1825, diversos conflitos ocorreram em todo o território nacional, principalmente nas províncias do Grão-Pará, Bahia, Maranhão, Cisplatina e Piauí, onde havia maior concentração de tropas do Exército português. Esse forte movimento de resistência era organizado por comerciantes ligados a Portugal e militares portugueses que viviam no Brasil. Dom Pedro I precisou formar milícias e contratar militares ingleses e franceses, como Lord Cochrane e Pierre Labatut, para combater nas Guerras de Independência. Também lutaram como voluntários homens livres, escravos e negros libertos.
Uma das maiores guerras de independência, o conflito na Bahia teve início antes mesmo do 7 de setembro. A luta armada no Recôncavo Baiano havia começado em fevereiro de 1822, quando os baianos descobriram que seriam governados por um general português, Ignácio Luiz Madeira de Melo. Em 8 de novembro de 1822 aconteceu a maior batalha da independência, a de Pirajá, que movimentou mais de 4 mil homens.
Os conflitos entre a população e os soldados portugueses só terminaram em 2 de julho de 1823, quando as tropas brasileiras conseguiram conter os lusitanos – a separação de Portugal só foi reconhecida nessa data, que permanece como o dia oficial da independência para os baianos.
Na província do Grão-Pará, a chegada do governante português José Maria de Moura, em abril de 1823, provocou revoltas que foram reprimidas com violência pelas tropas portuguesas. Brasileiros independentistas eram perseguidos e revidavam com mais violência. André Roberto Arruda Machado, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, comenta: “O processo histórico da incorporação da província do Grão-Pará ao Império do Brasil logo chamou a atenção pela intensidade dos conflitos, inclusive armados, que marcaram esse período de forma tão violenta”.
Conflitos menores foram sufocados pelo governo brasileiro nas províncias do Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe, Ceará e Cisplatina, e o Brasil, enfim, conquistou sua unidade territorial, reconhecida por Portugal em 1825.
A independência do Brasil foi relativamente pacífica no Sudeste, o centro do poder – e também onde se registrava a história, de forma que essa foi a imagem a ficar no pensamento popular. No total, os combates nesse processo causaram mais de 3 mil mortes. Para Arruda Machado, as Guerras de Independência no Brasil mostram que devemos repensar “a tese de que a formação do Estado brasileiro se resolveu através de um simples e pouco traumático acordo”.
BAHIA, 1823: INDEPENDÊNCIA E MORTE (Somente para Leitura)
Entenda porque o estado
comemora a independência em 2 de julho e um pouco mais sobre nosso processo de
independência
A ideia que a maioria
dos brasileiros tem da independência continua marcada pelo cenário pacífico da tela O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, em que a separação de Portugal
parece ter sido conquistada por um gesto quase minimalista de dom Pedro em um
cenário pitoresco e plácido às margens do riacho paulista. Não há, em todo o
quadro, sequer uma gota de sangue, qualquer vestígio de uma guerra, como a que
foi travada na Bahia pela independência do Brasil.
No lugar das margens
plácidas do Ipiranga, as batalhas na Bahia pela separação de Portugal foram
travadas em águas mais profundas, no oceano Atlântico ou às margens do rio
Paraguaçu, que apesar dos seus 600 quilômetros continua ofuscado pelo córrego
em que dom Pedro parou para se aliviar antes de proclamar a independência. É que, à época, o gesto de dom Pedro
pouco mudou a situação de várias províncias do país, que continuavam comandadas
por Portugal.
A situação havia se
agravado em dezembro de 1821, quando em um decreto das cortes, reproduzido no
Correio Braziliense, Portugal nomeou 11 portugueses para governar as províncias
brasileiras. "Uma nomeação de todos os Governadores das Armas ao mesmo
tempo: nenhum brasileiro" advertiu o jornal, antevendo como a medida seria
recebida.
Início da Guerra
Não deu outra. Quando os
soldados baianos, enfim, souberam no dia 19 de fevereiro (as notícias chegavam
à velocidade de vela) que seriam governados pelo general português Ignácio Luiz
Madeira de Melo - e não mais pelo brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães
- se aquartelaram no Forte São Pedro dispostos a saírem de lá apenas quando
a medida fosse revogada. Ignácio Madeira mandou bombardear o forte.
O resto da história é o
início da Guerra da Independência da
Bahia. Em
meio ao conflito inicial, que se estendeu pelas ruas da cidade, estima-se que
cerca de 240 pessoas morreram, levando os brasileiros a fugirem de Salvador para
cidades próximas no Recôncavo Baiano. A primeira a aderir à causa foi Santo
Amaro da Purificação. Mas foi na margem esquerda do rio Paraguaçu, na cidade de
Cachoeira, onde ocorreram as primeiras batalhas contra os portugueses.
Quando a Câmara da
cidade aderiu à causa de dom Pedro no dia 24 de junho, os portugueses usaram
uma canhoneira contra os brasileiros que comemoravam em praça pública, matando
na hora um soldado que tocava tambor. Enquanto a canhoneira disparava,
portugueses entrincheirados atiravam contra os baianos, que revidaram com
espingardas de caça e um velho canhão fora
de uso.
Após três dias de
confronto, os brasileiros conseguiram cercar a canhoneira com canoas e pequenos
barcos, obrigando os portugueses a se render, sem comida e munição, no dia 28
de junho. Apesar de vitórias assim, as tropas baianas pareciam ter quase
nenhuma chance, formadas por gente faminta, descalça e exposta a doenças.
Somente após a criação
de um Conselho Superior para organizar a arrecadação e alistamento de
voluntários - e o envio do Rio de Janeiro do general francês Pierre Labatut com
reforços - a estratégia da guerra começou a ser definida: cercar as tropas
portuguesas em Salvador, impedindo que recebessem provisões e reforços, mas
evitar confrontos diretos.
Por duas vezes, os
portugueses tentaram romper o cerco. A primeira, no dia 8 de novembro de 1822,
resultou na maior batalha da independência, a de Pirajá, a cerca de 10
quilômetros do centro de Salvador.
"A batalha
movimentou 4 mil homens, constituindo-se desde então na mais alta demonstração
de resistência brasileira ao longo da cansativa e morosa campanha pela
independência", conta o historiador baiano Luís Henrique Tavares em seu
livro História da Bahia. A segunda tentativa portuguesa se deu com um ataque à
ilha de Itaparica em 7 de janeiro de 1823, quando terminaram novamente
derrotados após três dias de confrontos.
Aos portugueses, só
restava o mar como acesso a provisões e reforços. Mas essa via logo iria ser
fechada com a atuação do almirante Lord Cochrane. Cochrane não apenas comandou
com sucesso o bloqueio naval na Bahia, como ordenou uma humilhante caça naval
aos navios portugueses até as proximidades de Lisboa.
A heroína da independência
Quando a inglesa Maria Graham, mais conhecida pelos britânicos como Lady
Callcott, autora de livros infantis, esteve no Brasil durante os anos da
independência para ser preceptora de Maria da
Glória, filha de dom Pedro, fez questão de conhecer a baiana Maria Quitéria de Jesus, voluntária das tropas brasileiras na Guerra da Independência. "Nada
se observa de masculino nos seus modos, antes os possui gentis e amáveis",
registrou a britânica em seu diário.
Ainda que não tenha perdido sua feminilidade, Maria Quitéria teve que se
disfarçar de homem meses antes para poder lutar contra os portugueses nas
batalhas travadas na Bahia. Nascida em 1798 nas proximidades de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, Maria Quitéria deixou a fazenda do pai
assim que soube dos confrontos no dia 25 de junho na cidade de Cachoeira.
Com
roupa masculina fornecida por um cunhado, apresentou-se ao batalhão Voluntários
do Príncipe, mais conhecido como Batalhão dos Periquitos, pela cor verde da
farda. Ela teria participado de vários confrontos diretos, tendo se destacado
nas batalhas de Pirajá e em
Itaparica, quando os portugueses tentavam romper o cerco a Salvador.
Na manhã do dia 2 de julho de 1823,
quase dez meses depois do Grito do Ipiranga, os baianos finalmente puderam
comemorar a independência. Ao contrário de todo o resto do país, a independência é comemorada na Bahia no dia 2 de julho, que
marca a reconquista da capital - de longe, a mais animada festa cívica
brasileira.
Tão logo entrou na cidade com as tropas, Maria Quitéria tornou-se o
símbolo da resistência baiana e chegou a ir ao Rio de Janeiro para ser
apresentada pessoalmente ao imperador, ocasião em que a inglesa Maria Graham a
conheceu. Apesar da fama conquistada, Maria Quitéria levou uma vida pacata ao
voltar à Bahia. Casou e teve filhos. Morreu aos 56 anos de idade, em 1853.
HÁ
196 ANOS BRASIL E PORTUGAL GUERREAVAM EM SALVADOR PELA INDEPENDÊNCIA DA CIDADE
Somente para leitura
A cidade de Salvador estava ocupada pelos
portugueses quando o almirante Thomas Cochrane comandou seus navios contra os
colonizadores.
Em
fevereiro de 1822, o militar português Madeira
de Melo assumiu o governo
da província da Bahia, criando uma forte tensão entre os brasileiros e os
portugueses da região.
Neste
cenário, a Bahia recebeu a notícia da Proclamação da Independência por
Pedro I, que assumiu o cargo de
Imperador do país. O momento era de incitação à resistência dos brasileiros e
disseminação da lusofobia (desejo de expulsão
dos portugueses nas terras brasileiras), o que levou os
brasileiros a criar um polo de resistência em Cachoeira, onde fazendeiros e
comerciantes doaram grandes quantias de dinheiro para financiar um exército
voluntário, para então retomarem Salvador e expulsarem os "intrusos".
Uma
série de batalhas foram traçadas entre
brasileiros e portugueses, até que em 1823, com a vitória brasileira na Batalha
de Pirajá, os portugueses ficaram isolados na área urbana de Salvador.
O
cerco realizado pelos brasileiros fez com que a entrada de recursos em Salvador
fosse cortada, causando uma crise de alimentos na rica cidade que era
abastecida pelas fazendas dos arredores da região do Recôncavo. A onda de fome
impulsionou os portugueses a lançarem uma série de ofensivas contra os
moradores na Ilha de Itaparica. As ofensivas falham miseravelmente.
No
dia 1º de abril de 1823,
enviado pelo imperador Pedro I, o almirante da marinha brasileira Thomas
Cochrane lançou uma ofensiva náutica que navegou a Norte em direção a capital.
O objetivo da frota era criar um bloqueio que impedisse qualquer tentativa de
encaminhar reforços da Europa pelo mar. Mesmo o Imperador, nascido em Portugal,
estava na disputa contra a presença portuguesa na capital baiana.
No
caminho à Bahia,
outros navios se juntaram à frota de Cochrane. Em 30 de abril, a frota causou
rebuliço entre os portugueses, que começaram a se preparar para um possível
conflito armado. E de fato, foi o que aconteceu: ao amanhecer do dia, em 4 de
maio, a esquadra brasileira se lançou em direção aos 13 navios portugueses.
Como
Cochrane tinha seis navios a menos que os ocupadores, o militar posicionou as embarcações
brasileiras em uma formação de duas colunas que rumavam sobre os portugueses.
Com
a movimentação da frota lusitana, Cochrane decidiu cortar a linha inimiga e
abrir espaço para uma invasão e tomar a retaguarda da formação portuguesa,
criando a possibilidade de se afundar as fragatas inimigas. O plano compensou a
inferioridade numérica dos brasileiros.
O
confronto direto se iniciou com o Sol a pino, e a frota portuguesa foi cortada
rapidamente. O confronto de canhões foi relevante para a iniciativa brasileira,
mas uma complicação envolvendo um atraso de entrega fez com que o navio
brasileiro ficasse sem munição.
Dada
a real possibilidade de ter os navios abatidos, Cochrane ordenou então a
retirada de sua frota. Os portugueses foram derrotados em termos táticos, mas
não foram obrigados a sair de Salvador pela complicação brasileira. Por isso, é
dito que a batalha não teve vencedores.
O
almirante Cochrane se estabeleceu no Morro São Paulo e manteve o bloqueio
contra qualquer ajuda que pudesse vir de Salvador. A situação de crise na
capital cresceu, fazendo com que o governador Madeira de Melo fugisse da cidade
em 2 de julho.
Os
portugueses acompanharam a decisão do governador e tomaram seus navios de
volta para sua terra natal, sendo perseguidos pelos navios brasileiros de
Cochrane, que capturou sete embarcações e os devolveu ao Brasil — na época, já
um país independente.
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL FOI REALMENTE
PACÍFICA?
Somente para Leitura
No resto do continente, dezenas de milhares
pereceram pela independência. Aqui foi, literalmente, resolvido no grito. Fato
ou mito?
O
senso comum diz que a independência do Brasil aconteceu de forma pacífica, sem
o derramamento de uma gota de sangue sequer.
Compare
com o resto do continente: nos Estados Unidos, a Guerra de Independência durou
mais de oito anos (1775-1783), causou mais de 150 mil mortes, apenas entre
militares. Na América Espanhola, a partir de 1808, as campanhas de Simón
Bolívar e José de San Martín contaram com forte resistência da Espanha – e
terminaram com a fragmentação do território em países que entrariam em guerra
entre si.
O
fato, porém, é que Dom Pedro não foi o primeiro a tentar a independência. E, em
todas as outras tentativas, o resultado foi, sim, sangrento. Primeiro vieram a Inconfidência Mineira, em 1789,
e a Conjuração Baiana, em
1798. Ambas não conseguiram superar a fase
conspiratória, mas foram reprimidas e tiveram seus líderes executados.
Antes
que mais revoltas acontecessem, contudo, ocorreu algo insólito: o Brasil ganhou
muito mais que a independência. Tornou-se a capital de Portugal. Com a fuga da
corte portuguesa para o Rio de Janeiro, as ordens passaram a partir da colônia
para a metrópole, num caso único no mundo. Mas isso não satisfez os desejos de
todos os brasileiros.
Em
1817, Pernambuco entrou
em insurreição. Insatisfeitos com os impostos estabelecidos no Brasil a partir
da chegada da corte portuguesa e com a grande quantidade de portugueses nos
cargos públicos, os cidadãos mais ricos e influentes da capitania de Pernambuco
dominaram Recife e implantaram um governo republicano. Dom João VI, com receio
de que a revolta se ampliasse para as outras províncias, organizou uma forte
repressão contra os revoltosos. Os conflitos duraram 75 dias e terminaram com a
derrota dos pernambucanos – aqueles que não morreram em combate foram presos e
condenados à morte.
Em
1822, havia chegado a hora. Mas uma hora muito diferente das outras. Dom Pedro,
príncipe regente desde o retorno de Dom João VI a Portugal, no ano anterior,
desagradava às cortes portuguesas, que desejavam a volta do antigo pacto
colonial. Enquanto isso, muitos dos brasileiros mais poderosos perceberam que
as cortes ameaçavam os benefícios conquistados – particularmente os comerciais,
com a abertura dos portos – e passaram a apoiar a supressão total da influência
portuguesa.
Pressionado,
Dom Pedro rejeitou a ordem de voltar a Portugal, em janeiro, e proclamou a
independência em 7 de setembro. Mas aí havia um empecilho: várias províncias
continuavam a ser comandadas por governantes portugueses, que não aceitaram a
separação e expressaram sua fidelidade à Metrópole.
Independência e morte
Ao
final das contas, o Brasil não teve Guerra
de Independência, mas guerras. Entre 1822 e
1825, diversos conflitos ocorreram em todo o território nacional,
principalmente nas províncias do Grão-Pará,
Bahia, Maranhão, Cisplatina e Piauí, onde havia maior
concentração de tropas do Exército português. Esse forte movimento de
resistência era organizado por comerciantes ligados a Portugal e militares
portugueses que viviam no Brasil. Dom Pedro I precisou formar milícias e
contratar militares ingleses e franceses, como Lord Cochrane e Pierre Labatut,
para combater nas Guerras de Independência. Também lutaram como voluntários
homens livres, escravos e negros libertos.
Uma
das maiores guerras de independência, o conflito na Bahia teve início antes
mesmo do 7 de setembro. A luta armada no Recôncavo Baiano havia começado em
fevereiro de 1822, quando os baianos descobriram que seriam governados por um
general português, Ignácio Luiz Madeira de
Melo. Em 8 de novembro de 1822 aconteceu a maior
batalha da independência, a de Pirajá, que movimentou mais de 4 mil homens.
Os
conflitos entre a população e os soldados portugueses só terminaram em 2 de
julho de 1823, quando as tropas brasileiras conseguiram conter os lusitanos – a
separação de Portugal só foi reconhecida nessa data, que permanece como o dia oficial da independência para os
baianos.
Na
província do Grão-Pará, a chegada do governante português José Maria de Moura,
em abril de 1823, provocou revoltas que foram reprimidas com violência pelas
tropas portuguesas. Brasileiros independentistas eram perseguidos e revidavam
com mais violência. André Roberto Arruda Machado, doutor em História Social
pela Universidade de São Paulo, comenta: “O processo histórico da incorporação
da província do Grão-Pará ao Império do Brasil logo chamou a atenção pela
intensidade dos conflitos, inclusive armados, que marcaram esse período de
forma tão violenta”.
Conflitos
menores foram sufocados pelo governo brasileiro nas províncias do Maranhão,
Piauí, Alagoas, Sergipe, Ceará e Cisplatina, e o Brasil, enfim, conquistou sua
unidade territorial, reconhecida por Portugal em 1825.
A
independência do Brasil foi relativamente pacífica no Sudeste, o centro do
poder – e também onde se registrava a história, de forma que essa foi a imagem
a ficar no pensamento popular. No total, os combates nesse processo causaram
mais de 3 mil mortes. Para Arruda Machado, as Guerras de Independência no
Brasil mostram que devemos repensar “a tese de que a formação do Estado
brasileiro se resolveu através de um simples e pouco traumático acordo”.
Conjuração dos Alfaiates Ou Conjuração Baiana (1798
Somente para Leitura
A Conjuração dos Alfaiates foi um movimento organizado na Bahia, em Salvador, em 1798, precisamente a 12 de agosto, este movimento tem uma característica popular, foi idealizado por gente marcada pela cor e pela condição social: mulatos e negros livres ou libertos, ligados as profissões urbanas como artesãos ou soldados e escravos. Entre eles destacavam-se vários alfaiates, desviando daí o nome do movimento de Revolta dos Alfaiates.
Mesmo entre os brancos, predominavam a origem popular, com a importante exceção do médico Cipriano Barata, que iria participar de vários movimentos no nordeste, por mais de quarenta anos.
A Conjuração se liga ao quadro geral das rebeliões surgidas em fim do século XVIII e tem a ver também com as condições de vida da população de Salvador. A escassez de gêneros alimentícios e a carestia deram origem a vários motins na cidade, entre 1797 e 1798.
No sábado de aleluia de 1797, por exemplo, os escravos que transportavam grandes quantidades de carne destinada ao general-comandante de Salvador foram atacados pela multidão faminta e seu fardo dividido entre os atacantes e as negras que vendiam quitutes na rua.
Os revoltosos defendiam a Proclamação da República, o fim da escravidão, o livre comércio especialmente com a França, o aumento dos salários dos militares, a punição de padres contrários a liberdade. O movimento não chegou a se concretizar, a não ser pelo lançamento de alguns panfletos e várias articulações.
Após uma tentativa de se obter apoio do governador da Bahia, começaram as prisões e delações. Quando os quatros principais acusados foram enforcados e esquartejados. Outros receberam penas de prisões ou banimentos.
A severidade das penas foi desproporcional à ação e as possibilidades de exito dos conjurados. Nelas transparece bem a intenção de exemplos, um exemplo mais duro do que o proporcionado pelas condenações aos inconfidentes mineiros. A dureza se explica pela origem social dos acusados e por um conjunto de outras circunstâncias ligadas ao temor das rebeliões de negros e mulatos.
A insurreição de escravos iniciada em São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, em 1791, estava em pleno curso e só iria terminar em 1801, com a criação do Haiti como Estado independente. Por sua vez, a Bahia era uma região onde os motins de negros e mulatos iam se tornando frequentes. Essa situação preocupava tanto a Coroa como a elite colonial, pois a população de cor (negros e mulatos) correspondia, em número aproximados, a 80% da população da capitania.
A inspiração dos rebeldes baianos veio principalmente da Revolução Francesa.
A independência do Brasil, acabou não vindo pela via de um corte revolucionário com a Metrópole, mas por um processo de que resultaram mudanças importantes e também continuidades com relação ao período colonial.
Revolução Pernambucana em 1817
Somente para Leitura
A presença da Corte no Rio de Janeiro contribui para dar a independência o caráter de uma transição sem grandes saltos. Seria engano supor, porém que os atritos entre a gente da Metrópole e da Colônia tinham desaparecido porque, por algum tempo, a Colônia se vestiu de Metrópole. Ao se transferir para o Brasil, a Coroa não deixou de ser portuguesa e favoreceu os interesses portugueses no Brasil. Um dos principais focos de descontentamentos estava nas forças militares. Dom João chamou tropas de Portugal para guarnecer as principais cidades e organizou o Exército, reservando os melhores postos para a nobreza lusa. O peso dos impostos aumentou, pois agora a Colônia tinha que suportar sozinha as despesas da Corte e os gastos das campanhas militares que o rei promoveu no Rio Prata.
A Revolução Pernambucana que estourou em Pernambuco em março de 1817 fundiu esse sentimento com vários descontentamentos resultantes das condições econômicas e dos privilégios concedidos aos portugueses.
Ela abrangeu amplas camadas da população: militares, proprietários rurais, juízes, artesãos, comerciantes e um grande número de sacerdotes, a ponto de ficar conhecida como a revolução dos "padres".
Outro dado importante da Revolução de 1817 se encontra no fato de que ela passou do Recife para o sertão, estendendo-se a Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. O desfavorecimento regional, acompanhado de um forte antilusitanismo, foi o denominados comum dessa espécie de revolta geral de toda a área nordestina.
Embora tivessem juntos as várias camadas sociais, haviam interesses e objetivos diferentes.
Para as camadas pobres da cidade a independência estava associada à ideia de igualdade. Para os grandes proprietários rurais tratava-se de acabar com a centralização imposta pela Coroa e tomar em suas mãos o destino, se não da Coroa, pelo menos do Nordeste.
Os revolucionários tomaram o Recife e implantaram um governo provisório baseado em uma "lei orgânica " que proclamou a República e estabeleceu a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não tocou no problema da escravidão.
Foram enviados emissários as outras capitanias em busca também de apoio e aos Estados Unidos da América, Inglaterra e Argentina, em busca também de apoio e reconhecimento. A revolta avançou pelo sertão, porém, logo em seguida, veio o ataque das forças portuguesas, a partir do bloqueio do Recife e do desembarque em Alagoas. As lutas se desenrolaram no interior, revelando o despreparo e a desavenças entre revolucionários. Afinal, as tropas portuguesas ocuparam Recife, em maio de 1817. Seguiram as prisões e execuções dos líderes da Revolução e Rebelião. O movimento durava mais de dois meses e deixou uma profunda marca no Nordeste.
Confederação do Equador
Somente para Leitura
A Confederação
do Equador foi um movimento revolucionário ocorrido em 1824 no Nordeste
do Brasil.
O termo alude a uma união de províncias que pretendeu
separar-se do Brasil, principalmente por discordar do Império, e criar uma
república – a Confederação do Equador.
O centro irradiador e a liderança da
revolta couberam a província de Pernambuco, que já havia se rebelado em 1817 e que enfrentava dificuldades econômicas.
Além da crise, a província se ressentia ao pagar elevadas taxas para o Império,
que justificava essas taxas como necessárias para levar adiante as guerras
provinciais pós-independência (algumas províncias resistiam à separação de
Portugal).
Pernambuco esperava que a primeira
constituição do Império seria do tipo federalista, e daria autonomia para as
províncias resolveram suas questões. No entanto, Dom Pedro dissolveu a assembleia
constituinte em 1823 e outorgou uma constituição no ano seguinte, extremamente
centralizadora. O gérmen da revolta se plantou, e os jornais – notadamente o
Tífis Pernambucano, dirigido pelo Frei Caneca – criticavam dura e abertamente o
governo imperial. Vários ex-revoltosos, anistiados em 1821, novamente
conspiravam.
Em julho de 1824 a revolta estourou no
Recife. O estopim fora a prisão de Manuel de Carvalho Pais de Andrade, que fora
eleito chefe provisório de uma junta de governo. Pais de Andrade se recusou a
empossar o governador enviado por Dom Pedro I; o imperador, após estourar a
revolta, tentou conciliar-se com os pernambucanos, trocando o nome do
governador nomeado, mas não adiantou.
Os
revoltosos enviaram emissários para as demais províncias do Nordeste (então
Norte) do país. Conseguiram apoio do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A Confederação
do Equador foi um movimento de tendência republicana e autonomista
que ocorre em Pernambuco e em outras províncias do Nordeste brasileiro em 1824.
Está diretamente ligado ao processo da independência e da formação do Estado
brasileiro no Primeiro Reinado.
No final de novembro de 1823 chega a Pernambuco a
notícia da dissolução da Assembléia Constituinte por dom Pedro I, no Rio de
Janeiro. A decisão autoritária do imperador provoca imediata reação dos
dirigentes provinciais. O movimento cresce quando dom Pedro outorga a
Constituição do Império em março de 1824 sem convocar eleições para uma nova
Constituinte.
As elites pernambucanas contestam a legitimidade
dessa Carta e, com a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará,
anunciam a formação de uma República, a Confederação do Equador. Para
presidi-la é escolhido Manuel de Carvalho Pais de Andrade.
A Câmara, clero, nobreza e povo da vida do Campo
Maior da Comarca do Crato declaram decaída a Dinastia Bragantina e proclamam o
governo republicano.
Filgueiras assume as forças da província. Tristão
Gonçalves e Filgueiras marcham para Fortaleza, efetuando a prisão de Carvalho
Couto, presidente da Junta, depondo-o.
Chega a Fortaleza Pedro José da Costa Barros,
nomeado para Presidente do Ceará.
No sentido de apaziguar rebeldias, o Presidente
Costa Barros formula acordo com o capitão-mor José Pereira Filgueiras,
restituindo-lhe o comando das tropas.
Fermentavas nas províncias vizinhas de Pernambuco,
emanadas desta, as idéias republicanas eclodindo a Confederação do Equador,
circunstância que veio estremecer a conciliação do Presidente Costa Barros com
os revolucionários Pereira Filgueiras e Tristão Gonçalves, porquanto o
Presidente se mantinha numa linha de imparcialidade.
Tristão e Filgueiras deslocam-se para Aquirás,
organizam tropas, sublevam-se e atacam a cidade de Fortaleza no dia 28 de abril.
O Presidente Costa Barros, sob protesto, aceita a rendição, substituindo-o
Tristão Gonçalves na qualidade de presidente revolucionário.
Proclamação de Tristão Gonçalves convidando o Ceará
a unir-se a Pernambuco na Confederação do Equador.
Tristão Gonçalves priva os europeus residentes no
Ceará, dos cargos civis ou militares no governo.
É proclamada a República no Ceará, com adesão das
Câmaras de Fortaleza, Aquirás e Messejana e os procuradores das demais Câmaras
da província. Presidiu a sessão, Tristão Gonçalves, sendo secretário o padre
Mororó. Lord Cokrane, a serviço do Imperador, no navio “Pedro I” surto no
porto, edita convite a Tristão Gonçalves à rendição e já considerando José
Felix de Azevedo Sá, presidente da província, na legalidade, e oferecendo
anistia ao próprio Tristão Gonçalves e Pereira Filgueira. Proclamação de Lord
Cokrane, declarando ter eleito oficialmente José Félix de Azevedo Sá para
presidente interino da província. Nesta mesma data, é morto em combate, na
localidade de Santa Rosa, no sertão jaguaribano, Tristão Gonçalves.
Ofensiva anti-revolucionária generalizada na
província inteira, culminando vencida a Confederação do Equador. Foram também
presos josé Martiniano de Alencar e Pereira Filgueiras. José Félix de Azevedo
de Sá passa a presidência da província novamente a Pedro José da Costa Barros.
Frei Caneca
Seu principal ideólogo é o carmelita frei Joaquim
do Amor Divino Rabelo e Caneca, que em seu jornal Typhis Pernambucano defende a
autonomia das províncias diante do governo imperial e dos poderes Legislativo e
Judiciário perante o Executivo. A reação do governo imperial é imediata. Em
setembro de 1824, os rebeldes são cercados no Recife pelas forças do brigadeiro
Francisco de Lima e Silva e pela frota do almirante Cochrane.
Derrotados na capital, eles fogem para o interior,
onde são mortos ou aprisionados. No início de 1825, os principais chefes são
julgados e condenados à prisão, como Cipriano Barata, ou executados, como Frei
Caneca e Agostinho Bezerra.
O levante de 1824 tem suas raízes na Revolta
Pernambucana de 1817, que também defendia os ideais liberais e federativos. Com
a independência e a convocação da Constituinte, essa posição se torna mais
firme e entra em choque com os interesses do imperador e das elites políticas do
sul. No campo social, as propostas são tímidas e não incluem a extinção da
escravidão.
A Confederação avança nos aspectos político e institucional, na defesa
do direito de voto, de eleições diretas em vários níveis e equilíbrio dos
poderes, com a eliminação do Poder Moderador e a representação parlamentar das
províncias na Câmara e no Senado do Império.
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos
Srs. Pais - ou Responsáveis Legais:
Os alunos que tiveram excesso de faltas no primeiro e segundo bimestre, deverão realizar a compensação de ausências: os alunos deverão atualizar os conteúdos em caderno até o quarto tema dos bimestres - realizar o trabalho sobre o tema, escolher entre: Conjuração Baiana, Revolução de Pernambuco 1817 ou Confederação do Equador, informações no início da página do blog. e realizar a prova final, semelhante a está abaixo:
ALUNO....................................................................................................,
Nº......, SÉRIE.........
PROVA
DE HISTÓRIA – 2º BIMESTRE DE 2019 – PROFº ANTÔNIO
Tema:
Independência do Brasil
1- Quem
fez a Independência do Brasil?
a) Dom João
VI de Portugal
b) Dom
Pedro de Alcântara
c) Dom
Pedro II
2- Quem
foi a primeira Imperatriz do Brasil – esposa de Dom Pedro I?
a) Dona
Carlota Joaquina de Bourbon
b) Dona
Leopoldina de Áustria
c) Dona
Tereza de Bourbon
3- Quantos
filhos da Imperatriz Leopoldina morreram na infância?
a) Três
filhos
b) Cinco
filhos
c) Dois
filhos
4- Quem
é a filha primogênita(primeira) de D.Pedro I com a Imperatriz Leopoldina?
a) Maria
Glória Carlota Leopoldina da Cruz.........
b) Francisca
Carolina Joana Leopoldina.......
c) Tereza
Maria Gonçalvez da Silva.....
5- Em
que ano ocorreu a Independência do Brasil?
a) Em 1500
b) Em 1888
c) Em 1822
6- Qual
foi a razão de Dom João (príncipe regente) vir para o Brasil em 1808?
a) As
revoltas, Dom João VI, veio para o Brasil para fazer com que os brasileiros
parassem de pedir a independência no Brasil
b) Os
problemas que estavam acontecendo na colônia
c) Fuga,
Dom João VI estava fugindo de Portugal, pois Napoleão Bonaparte estava
invadindo Portugal.
7- Quem
proclamou a Independência do Brasil?
a) Dom João
VI
b) Pedro
Alvares Cabral
c) Dom
Pedro I
8- Qual
foi o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil?
a) Chile
b) Estados
Unidos da América
c) Inglaterra
9- No
período colonial, qual era o principal produto da economia no Brasil
a) Açúcar
b) Banana
c) Leite
10- Qual
era a capital do Brasil durante o Império?
a) Brasília
b) Salvador
c) Rio de
Janeiro
3º Bimestre
Tema -1
(Habilidades e Competências do 3º Bimestre para os alunos do 8º anos)
Brasil no século XIX
EF: 08HI28 - Identificar as características das Revoltas negras no Brasil do século XIX, principalmente a Revolta dos Malês, analisar seus impactos na ordem escravocrata então vigente.
Objetos do Conhecimento
Brasil: Primeiro Reinado: O Período Regencial e as contestações ao poder central; O Brasil do Segundo Reinado: política e economia.
Período Regencial
O período regencial começa
em 1831, com a abdicação de dom Pedro I, e estende-se até 1840, quando dom
Pedro II é aceito como maior de idade. É uma das fases mais conturbadas da
história brasileira e de grande violência social.
A menoridade do
príncipe herdeiro acirra as disputas pelo poder entre as diferentes facções das
elites.
Pela primeira vez no
país, os chefes de governo são eleitos por seus pares. Os brasileiros pobres
continuam alijados da vida política da nação.
As revoltas regionais,
os motins militares e os levantes populares são violentamente reprimidos.
Facções
políticas
A elite política do período
divide-se em pelo menos três grandes facções: liberais radicais, liberais moderados e restauradores. Em 1835, os
restauradores fundam o Partido Conservador. Em 1840, os moderados se organizam
no Partido Liberal. Com poucas divergências ideológicas, esses dois partidos
conseguem neutralizar as facções políticas mais radicais e dominam o cenário
político da nação até a proclamação da República.
Regência Trina Provisória
Instalada no mesmo dia da abdicação de dom Pedro I, em 7 de abril de 1831, a regência trina é uma exigência da Constituição para o caso de não haver parentes próximos do soberano com mais de 35 anos e em condições de assumir o poder.
Ela é
provisória porque não há quórum suficiente no dia da abdicação para a eleição
de uma regência permanente. A primeira tarefa do novo governo é atenuar os
impasses que levaram à abdicação de dom Pedro I, quase todos resultantes dos
excessos de um poder extremamente centralizado. O último ministério deposto por
dom Pedro I, de maioria liberal, é reintegrado e os presos políticos são
anistiados.
O poder
dos regentes é limitado. Não podem, por exemplo, dissolver a Câmara, que, na
prática, torna-se o centro do poder do país.
Composição política da regência
A composição do primeiro trio de governantes é fruto de uma negociação entre os restauradores, liberais e moderados. É composto pelos senadores José Joaquim Carneiro Campos, Marquês de Caravelas, representante dos restauradores; Nicolau de Campos Vergueiro, representante dos liberais moderados; e, no papel de mediador, o brigadeiro Francisco de Lima e Silva, representante da oficialidade mais conservadora do Exército. Os liberais radicais não participam do governo, mas obtêm vitórias importantes no Legislativo.
A
regência trina permanente é eleita pela Assembléia Geral em 17 de junho de
1831. Sua composição inclui as facções políticas que se expressam na capital e
também os interesses regionais da elite agrária. É integrada pelos deputados
moderados José da
Costa Carvalho, Marquês de
Montalvão,
representante do sul, e João
Bráulio Muniz, representante do norte, além do brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que já integrara a
regência trina provisória. O padre Diogo Antônio Feijó é nomeado ministro da Justiça.
Guarda Nacional
A formação da Guarda Nacional é proposta pelo padre Diogo
Antônio Feijó e aprovada pela Câmara em 18 de agosto de 1831. Sua criação
desorganiza o Exército. Com a Guarda Nacional, começa a se constituir no país
uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização
descentralizada, composta por membros da elite agrária e seus agregados. Os
oficiais de alta patente são eleitos nas regiões e, para muitos historiadores,
é um dos componentes fundamentais do coronelismo político – instituição
não-oficial determinante na política brasileira e que chega ao apogeu durante a
República Velha.
Primeira
Regência Una
O processo de escolha do primeiro regente único do país começa em junho de 1835. Os principais concorrentes são o padre Diogo Antônio Feijó, de tendência liberal, e o deputado pernambucano conservador Antônio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti. Feijó defende o fortalecimento do poder Executivo e vence o pleito por uma pequena margem de voto.
Segunda Regência
Una
Com a
renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os conservadores obtêm maioria na
Câmara dos Deputados e elegem Pedro de Araújo Lima como novo regente único do Império, em 19 de setembro de
1837.
A
política centralista dos conservadores durante o governo de Araújo Lima estimula as revoltas e rebeliões por todo o
país. As dissidências entre liberais e conservadores fazem crescer a
instabilidade política. Sentindo-se ameaçadas, as elites agrárias apostam na
restauração da monarquia e na efetiva centralização do poder. Pela
Constituição, no entanto, o imperador é considerado menor de idade até
completar 18 anos.
Revoltas na
Regência
Os
primeiros anos do período regencial são marcados por vários motins de militares
e levantes de civis. Alguns exigem a expulsão dos portugueses residentes no
Brasil, e outros, a volta de dom Pedro I ao poder. Pouco organizados e sem base
popular, esses movimentos são facilmente reprimidos pelas forças legalistas,
comandadas pelo major Luís Alves
de Lima e Silva, futuro duque de Caxias. Entre 1834 e 1840, o país é
sacudido por revoltas bem mais estruturadas e com participação ativa das
camadas populares livres e de escravos. Algumas, como a Cabanagem, a Guerra dos Farrapos, a Sabinada e a Balaiada, ameaçam romper a ordem social e política
construída desde a colônia e mantida intacta no Império.
Tema - 2
Segundo Reinado
Segundo Reinado
– 1840 – 1889
O segundo reinado começa
em 23 de julho de 1840, quando dom Pedro II é declarado maior de idade, e
estende-se até 15 de novembro de 1889, com a instauração da República.
É um
período de consolidação das instituições nacionais e de desenvolvimento
econômico.
Em sua primeira fase, entre
1840 e 1850, o país passa por uma série de redefinições internas: repressão e anistia
aos movimentos rebeldes e separatistas; reordenamento do cenário político em
bases bipartidárias, introdução de práticas parlamentaristas inspiradas no
modelo britânico; reorganização da economia pela expansão da cafeicultura e
normalização do comércio exterior, principalmente com o Reino Unido.
Dom
Pedro II (1825-1891) nasce no palácio da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, e
é batizado como Pedro de
Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.
Sétimo filho de dom
Pedro I e da imperatriz Leopoldina, herda o direito ao trono com a morte de
seus irmãos mais velhos Miguel e João Carlos. Tem 5 anos quando o pai abdica.
Fica no Brasil sob tutela de José Bonifácio de Andrada e Silva e, depois, do marquês de Itanhaém.
É
sagrado imperador aos 15 anos, em 18 de julho de 1841, um ano depois de ser
declarado maior e começar a reinar.
Em 30
de maio de 1843 casa-se com a princesa napolitana Teresa Cristina Maria de Bourbon, filha de Francisco I, do Reino das Duas
Sicílias. Tem quatro filhos, mas só dois
sobrevivem: as princesas Isabel e Leopoldina. No início de seu
governo faz viagens diplomáticas às províncias mais conflituadas.
Culto,
protege artistas e escritores e mantém correspondência com cientistas de várias
partes do mundo.
Entre
1871 e 1887 faz três viagens ao exterior – sempre pagando suas próprias
despesas –, e procura trazer para o Brasil várias inovações tecnológicas.
Com a
proclamação da República, deixa o país e vai com a família para Portugal, em 17
de novembro de 1889. Dois anos depois, em 5 de dezembro, morre de pneumonia em
Paris, aos 66 anos.
Reorganização do
poder
Com o
sucesso do movimento da maioridade, o Partido Liberal sobe ao poder junto com
dom Pedro II. Forma a maioria no primeiro ministério do monarca, integrado
também por membros da chamada facção “áulica”, grupo palaciano conservador que
gravita em torno do imperador. A Câmara dos Deputados, porém, é de maioria
conservadora. Dom Pedro II é convencido a dissolvê-la e convocar novas
eleições.
Eleições do
“cacete”
As
primeiras eleições do reinado de dom Pedro II são realizadas em 1840. Ficam
conhecidas como eleições do “cacete”, devido aos métodos corruptos e violentos
usados pelo Partido Liberal para garantir a vitória de seus candidatos. Eles
obtêm a maioria na Câmara, mas o gabinete liberal fica pouco tempo no poder.
Em 23
de março de 1840 é destituído pelo imperador, que atende às pressões da facção
“áulica” e dos conservadores.
Como num círculo vicioso, o novo gabinete de maioria conservadora
toma posse em 1841 e repete o ato dos liberais: dissolve a
Câmara, onde a oposição é maioria, sob o argumento de que houve fraudes no
processo eleitoral.
Reforma do
Código Criminal
Uma das
primeiras e mais polêmicas medidas do gabinete conservador de 1841 é a reforma
do Código do Processo Criminal, com a centralização das ações judicial e
policial. Os juízes de paz, eleitos nos municípios, são destituídos da maior
parte de suas funções, que passam para as mãos de juízes nomeados pelo governo
imperial. As reformas servem de complemento à Lei de Interpretação do Ato
Adicional, editada durante a regência de Araújo Lima e centralizam ainda mais o
poder no país. A medida desagrada vários setores das elites agrárias e, nas
Províncias, os representantes do Partido Liberal se recusam a obedecê-la.
Reestruturação
do Estado
A
partir de meados do século XIX o país entra num período de normalização
política. Segundo os historiadores, isso resulta da adoção do sistema
parlamentarista. No Brasil, não se usa a fórmula clássica inglesa – “o rei
reina, mas, não governa” – já que o Poder Moderador do monarca é mantido.
Parlamentarismo
Concretiza-se
em 1847, quando dom Pedro II cria o cargo de primeiro-ministro ou de presidente
do Conselho de Ministros. Escolhido pelo imperador, o primeiro-ministro se
encarrega de formar o ministério e submetê-lo ao Parlamento (Câmara dos
Deputados).
O imperador é o árbitro em caso
de oposição entre ministério e Parlamento: pode demitir o
gabinete ministerial ou dissolver a Câmara dos Deputados.
Durante
os 39 anos em que se mantém no poder, dom Pedro II forma 36 ministérios
diferentes, e os partidos Liberal e Conservador alternam-se no poder.
Economia no
Segundo Reinado
A
partir da metade do século XIX, a economia brasileira entra num período de
prosperidade e diversificação de atividades. O café torna-se a base da economia
do país e a indústria começa a se desenvolver. Outros produtos agrícolas também
ganham destaque na pauta de exportações brasileiras.
Diversificação
agrícola
O
cacau, produzido na Bahia, a borracha, explorada na bacia do rio Amazonas, e o
algodão, cultivado em larga escala no Maranhão, Pernambuco e Ceará, passam a
ser produtos expressivos na economia brasileira. Em 1860 o algodão chega a ser
o segundo produto de exportação nacional. A expansão de sua cultura, nesse
período, é conseqüência da Guerra de Secessão norte-americana (1861-1865), que
desorganiza a produção algodoeira dos Estados Unidos. A pecuária, embora
voltada para o mercado interno, é a mais importante atividade econômica na
região centro-sul. Também é responsável pela efetiva ocupação e povoamento do
chamado Triângulo Mineiro e sul do Mato Grosso.
Economia
cafeeira
Seguindo
os caminhos percorridos anteriormente pela cana-de-açúcar, o café atinge o
oeste paulista (de Campinas a Ribeirão Preto) em meados do século XIX.
Nessa
região de terra roxa, desenvolve-se de maneira extraordinária, superando em
pouco tempo a produção das áreas tradicionais do vale do Paraíba. Na década de
1860, o porto de Santos torna-se o primeiro centro portuário de exportação do
país.
Cultura no
Segundo Reinado
Na
segunda metade do século XIX, as manifestações culturais mantêm as influências
européias, principalmente a francesa, mas cresce a presença de temas nacionais.
Literatura
O
romantismo é marcante na literatura até o final do século XIX, quando cede
lugar para o realismo. A prosa de ficção romântica se alterna entre o
nacionalismo indigenista e o relato de costumes tipicamente brasileiros. José de Alencar representa bem essas duas tendências, com
destaque para Lucíola,
Iracema e O guarani. Na poesia, o maior expoente é Gonçalves Dias, autor de I-Juca Pirama e Os timbiras. Surgem também os
poetas estudantes, com uma produção marcada pelo pessimismo e pelo
sentimentalismo extremo, como Álvares de Azevedo em A noite da taverna e Macário. No realismo, a descrição
objetiva da realidade e das ações dos personagens substitui a visão romântica. Aluísio Azevedo é um dos mais completos autores do período,
com suas obras O mulato, Casa de pensão e O cortiço. A estética
anti-romântica se expressa na poesia pelo parnasianismo, com ênfase no
formalismo da métrica, do ritmo e da rima. Seu maior representante é Olavo Bilac.
Crítica social
O maior
representante da crítica social na literatura é Machado de Assis. Seus romances Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memórias póstumas
de Brás Cubas, ou os contos, como O alienista, refletem de maneira sutil, irônica e mordaz as
transformações sociais e a crise de valores dos últimos tempos do Império.
Junto com outros intelectuais, Machado de Assis funda a Academia Brasileira de
Letras, em 1876, da qual é o primeiro presidente. Na poesia, destaca-se Castro Alves, que, por sua dedicação à causa abolicionista,
é um dos primeiros representantes da arte engajada no Brasil.
Teatro e música
O ator João Caetano funda no Rio de Janeiro a primeira companhia
nacional de teatro. Em suas performances, procura substituir o estilo rígido da
apresentação clássica por uma nova naturalidade e liberdade de interpretação.
A
música popular também se diversifica no período. Surgem o samba e a marcha, tocados por grupos de “chorões”, conjuntos compostos
por flauta, violão e cavaquinho, presença indispensável nos saraus das populações
urbanas de baixa renda.
Cidades no
Segundo Reinado
A
importância das cidades cresce na segunda metade do século XIX. Os novos
empreendimentos industriais e de serviços e o progresso técnico que os
acompanha favorecem a adoção de equipamentos urbanos que melhoram a qualidade
de vida de seus habitantes.
Serviços urbanos
Em 1852
é inaugurada a cidade de Teresina,
no Piauí, primeira capital planejada do país. Em 1862, o Brasil adota o sistema métrico.
No mesmo ano, começa a funcionar a primeira linha de telégrafo elétrico,
ligando o palácio de São Cristóvão ao quartel do Campo, no Rio de Janeiro. Na
década seguinte, o sistema de telegrafia já permite a comunicação entre várias
capitais brasileiras e com a Europa.
A iluminação pública passa a ser feita a gás
em 1872.
Os
serviços telefônicos entram em operação em 1877 no Rio de Janeiro, São Paulo e
Salvador.
E os
bondes elétricos começam a funcionar em 1892.
Decadência do
Império
As
transformações socioeconômicas da segunda metade do século XIX apressam o fim
da monarquia. Federalistas, abolicionistas e positivistas se opõem ao excesso
de centralização de poder e convergem para a solução republicana. O desgaste
aumenta quando o imperador perde o apoio da Igreja e do Exército. A adesão da
família real à abolição mina as relações com os fazendeiros.
Questão
religiosa
No final do Império, um incidente de pouca relevância acaba tomando uma dimensão inesperada: o padre Almeida Martins é suspenso pelo bispo do Rio de Janeiro por ter participado de uma solenidade maçônica. Na época, católicos e maçons convivem sem problema na cena política brasileira. Contrariando essa tradição, os bispos de Olinda, Gonçalves de Oliveira, e do Pará, Macedo Costa, proíbem a participação de maçons em confrarias e irmandades católicas.
Dom
Pedro II interfere e manda suspender a medida. Os bispos mantêm suas posições
e, em 1874, são presos e condenados a trabalhos forçados. Recebem a
solidariedade dos demais bispos e do Vaticano. Mais tarde são anistiados, mas a
Igreja não perdoa dom Pedro II e retira-lhe o apoio.
Oposição
republicana
Idéias
republicanas aparecem no Brasil desde o período colonial. Estão presentes em
movimentos como a Inconfidência Mineira, de 1789, ou na Revolução Pernambucana,
de 1817. Após a independência, ressurgem na Confederação do Equador, de 1824,
na Guerra dos Farrapos, de 1835 a 1845, e nos vários levantes liberais e
populares. Voltam à cena nos anos 60, bancadas principalmente por setores do
Partido Liberal.
As Revoltas do Período Regencial
Revolta dos MalêsSomente para Leitura
Causas da Guerra dos Farrapos
O Conflito
Batalha Final
A Primavera dos Povos
Fatores da Expansão
4º Bimestre
A Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador, Província da Bahia, na
noite de 24 de janeiro de 1835, durante o Brasil Império, mais precisamente
durante o Período Regencial (1831 a 1840), representou uma rápida rebelião
organizada pelos escravos de origem islâmica (sobretudo das etnias hauçá e
nagô), os quais buscavam principalmente a liberdade religiosa, contudo foi
reprimida pelas tropas imperiais.
Contexto Histórico
Em meados do
século XIX, muitas revoltas ocorreram no país (Cabanagem, Sabinada, Balaiada,
Farroupilha, Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates), decorrente do
descontentamento de grande parte da população, donde os escravos envolvidos
buscavam o fim do trabalho forçado, das humilhações, das torturas, das
violências físicas e psicológicas, das péssimas condições de vida, dos abusos
sexuais, e, consequentemente, almejavam o fim da escravidão no país (concedida
pela Lei Áurea, em 1889).
De tal modo, a
insatisfação dos escravos se espalhou pela Bahia, tanto pelo sistema político e
econômico (baseada na mão de obra escrava) que reinava no país, quanto pela
liberdade religiosa, posto que fossem obrigados a participarem dos cultos
católicos.
Sem espanto, a revolta
dos malês, representou a mobilização de cerca de 1.500 escravos africanos, os
quais lutavam pela libertação dos negros de origem islâmica, ou seja, os
escravos muçulmanos. Deste modo, contrariados com a imposição da religião
católica, os “malês” (língua ioruba “imale”,
que significa "muçulmano") se uniram com o intuito de defender e
manter o patrimônio religioso, tal qual suas crenças, cultos, costumes, etc.
Cabanagem
Somente para Leitura
A Cabanagem foi
uma revolta popular extremamente violenta, ocorrida de 1835 a 1840, na província
do Grão-Pará.
A rebelião tinha como
objetivo a independência da região.
Contexto Histórico
Nos anos de 1835-1840, o Império do Brasil vivia o
período regencial.
Dom Pedro I havia abdicado em favor do seu filho que
tinha apenas cinco anos. Por isso, foi instituída a regência para governar o
país.
Contudo, várias
províncias não estavam satisfeitas com o poder centralizado e desejavam ter
mais autonomia. Algumas, inclusive, queriam separar-se do Império do Brasil.
Insurreições como a
Farroupilha, Balaiada e Sabinada, explodiram em todo território brasileiro.
Província do Grão-Pará
A província do Grão-Pará compreende os atuais estados de
Amazonas, Pará, Amapá, Roraima e Rondônia.
O Grão-Pará tinha mais
contato com Lisboa do que com o Rio de Janeiro. Por isso, foi uma das últimas a
aceitar a independência, só fazendo parte do Império brasileiro em 1823.
A Revolta da Cabanagem teve um alcance considerável e se
espalhou pelos rios Amazonas, Madeira, Tocantins e seus afluentes.
Curiosamente, o nome
deste movimento é um termo pejorativo e se refere às habitações típicas da
província, construídas como "cabanas" ou "palafitas".
Principais Causas
Dentre as principais
causas da revolta podemos apontar:
· As disputas políticas
e territoriais, motivadas pelas elites do Grão-Pará;
·
as elites provinciais
queriam tomar as decisões político-administrativas da província;
· descaso do governo
regencial para com os habitantes do Grão-Pará;
·
os cabanos, por sua
parte, queriam melhores condições de vida e trabalho.
Vale citar que, sobre
isso, as referidas elites tomaram proveito da insatisfação popular para
sublevar as populações contra o governo regencial.
A Revolta
Desde a independência do
Brasil, em 1822, as elites do Grão-Pará se ressentiam com a presença dos
comerciantes portugueses na província.
No governo de D. Pedro
I, os proprietários e comerciantes estavam insatisfeito com o
tratamento recebido por parte do governo central.
Além disso, sofriam com a repressão do Governador Bernardo
Lobo de Sousa desde 1833, que ordenou deportações e
prisões arbitrárias para quem se opusesse a ele.
Assim, em agosto de
1835, os cabanos se amotinam, sob a liderança dos fazendeiros Félix
Clemente Malcher e Francisco Vinagre,
culminando na execução do Governador Bernardo Lobo de Sousa.
Guerra dos Farrapos
Guerra dos Farrapos
Somente para Leitura
A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha,
foi a mais importante rebelião do período da regência no Brasil, que ocorreu no Rio Grande do Sul e durou dez anos, de 1835 até
1845.
Teve início durante a regência de
Feijó e só terminou no Segundo Reinado. Foi favorecida pelo caráter
militarizado da sociedade rio-grandense, organizada em meio a lutas
fronteiriças, desde a época da Colônia de Sacramento.
Causas da Guerra dos Farrapos
A Guerra
dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foi promovida
pela classe dominante gaúcha, constituída de estanceiros, donos
de grandes propriedades rurais usadas para criação de gado, indignados com os
elevados impostos territoriais, além de altas taxas sobre as exportações de
charque, couro e sebos.
Além
disso, as ideias republicanas e federativas encontravam muita receptividade entre
os rio-grandenses, estimulados pelas vizinhas Repúblicas Platinas.
Agravando a situação, em 1835, o regente
Feijó nomeou o moderado Antônio Rodrigues Fernandes Braga como presidente da
província, o que não foi aceito pelos gaúchos. Na Assembleia Provincial
tornou-se cada vez mais viva a oposição ao presidente Fernandes Braga.
O Conflito
No
dia 20 de setembro de 1835, uma revolta armada, com pouco mais de 200
cavaleiros se estabeleceu nos arredores da capital. Uma pequena força armada
enviada para dispersar os rebeldes foi repelida e obrigada a regressar.
Alarmando
o presidente, fugiu para a vila de Rio Grande, instalando ai seu governo. No
dia seguinte, o comandante da Guarda Nacional local, Bento
Gonçalves, um dos principais promotores do movimento,
entrava em Porto Alegre e, com o apoio da Assembleia Provincial, em 1836,
proclamou a República do Piratini.
Sabinada
Somente para Leitura
A Sabinada foi um levante armado ocorrido
na província da Bahia, entre novembro de 1837 e março de 1838, tendo como palco
principal a cidade de Salvador.
O nome do movimento se deve a seu
líder, Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, republicano, médico, jornalista e
revolucionário federalista.
Principais
Causas
Podemos citar como principais
causas da revolta:
Ø Insatisfação diante da falta de
autonomia política e administrativa da província, pois aos olhos dos revoltosos,
o governo regencial era ilegítimo.
Ø o recrutamento obrigatório
imposto aos baianos em função da Guerra dos Farrapos.
Principais Características
A
Sabinada foi mais uma rebelião do período regencial, junto à Balaiada no
Maranhão, a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Porém, ela
se diferencia dos movimentos acima porque não tinha intenção separatista.
A
intenção dos revoltosos era apenas constituir uma “República Bahiense”
até D. Pedro II
alcançar a maioridade. Portanto, sua insatisfação foi estritamente dirigida ao
governo regencial.
Além
disso, é preciso notar que a Sabinada não pretendia romper com a escravidão,
pois desejava o apoio das elites escravocratas, o que não ocorreu.
Entretanto,
isso afastou a população escrava, a qual não foi convencida pela promessa de
concessão de liberdade aos que lutassem e apoiassem o governo republicano.
Desta
maneira, o levante contou com a adesão das camadas médias urbanas,
principalmente oficiais militares, funcionários públicos, profissionais
liberais, comerciantes, artesãos e uma parcela das camadas mais pobres da
população.
A Revolta
No dia 7 de novembro de 1837, um
grupo de revoltosos comandados por Francisco Sabino se sublevaram em
Salvador. Esse grupo conquista a simpatia das tropas do Forte de São Pedro, as
quais aderiram ao movimento e auxiliaram na conquista da cidade.
Por
sua vez, a primeira força legalista enviada para debandar os amotinados acabou
se juntando a eles, engrossando ainda mais suas fileiras.
Assim,
com a Câmara Municipal ocupada, Sabino foi nomeado secretário de governo da
“República Bahiana”.
Em
seguida, nomeia dois lideres para seu governo: Daniel Gomes de Freitas, como
Ministro da Guerra e Manoel Pedro de Freitas Guimarães, como Ministro da
Marinha.
Num período de quatro meses, os revoltosos
conquistaram diversos quartéis militares nos arredores de Salvador. Enquanto
isso, as forças legalistas se reagrupavam no Recôncavo Baiano para o
contra-ataque.
Com
efeito, no dia 16 de março de 1838, tem início a ofensiva regencial, com o
bloqueio terrestre e marítimo da cidade. Assim que foi sitiada, a emigração
maciça da população de Salvador começou; em pouco tempo, houve escassez de alimentos.
Consequências
Com
a ajuda do exército e de milícias locais, as forças governamentais
reconquistaram a cidade. A revolta foi duramente reprimida e deixou um saldo de
aproximadamente duas mil mortes e três mil prisões.
Os
principais líderes do movimento foram condenados à pena de morte ou prisão
perpétua e alguns foram de fato executados e degredados.
Ainda
houve quem conseguisse fugir e se juntar à Revolução Farroupilha.
Balaiada (1838-1841)
Somente para Leitura
A Balaiada foi uma luta popular que sucedeu
na província do Maranhão durante os anos de 1838 e 1841.
A revolta surgiu como um levante
social por melhores condições de vida e contou com a participação de vaqueiros,
escravos e outros desfavorecidos.
O nome dessa luta popular provém dos
"balaios", nome dos cestos fabricados na região.
Principais Causas
As
principais causas da Balaiada estão ligadas à pobreza da população da província
maranhense, bem como sua insatisfação diante dos desmandos políticos dos
grandes fazendeiros da região.
Estes
lutavam pela hegemonia política e não se importavam com a miséria da população,
a qual ainda sofria com as injustiças e abuso de poder pelas autoridades.
Não
obstante, aquela elite política estava dividida entre dois partidos:
ü Bem-te-vis: liberais, que apoiaram indiretamente os balaios no início da revolta;
ü Cabanos: conservadores, que estiveram contra aos balaios.
Enquanto
os dois partidos lutavam pelo poder na província, a crise econômica se agravou
ainda mais pela concorrência do algodão norte-americano. Isso provocou uma
situação insustentável entre as elites e a população carente.
Apesar desta situação, os ruralistas instituíram a
“Lei dos Prefeitos”. Ela permitia a nomeação de prefeitos pelo governador da
província e causaram vários focos de revolta, dando início à Balaiada.
A Revolta
Já sabemos que a Balaiada careceu de uma firme liderança.
Contudo, algumas figuras se destacaram no levante, especialmente pela
capacidade de empreender estratégias de guerrilha contra as forças imperiais.
Um dos líderes de maior destaque foi
também aquele que ascendeu o estopim da revolta da balaiada.
Ao ter o irmão detido em Vila da
Manga, o vaqueiro Raimundo Gomes e seus amigos atacaram a
cadeia pública da vila. Libertaram todos os prisioneiros no dia 13 de dezembro
de 1838, se apossando de um número considerável de armas e munições.
Paralelamente, o artesão e
fabricante de balaios Manoel dos Anjos Ferreira, resolve fazer justiça
com as próprias mãos após um soldado desonrar suas filhas.
Furioso e determinado, ele monta um bando armado e ataca
diversas vilas e fazendas no Maranhão.
Em seguida, estes líderes se agrupam e se unem a um terceiro comandante: o
negro Cosme
Bento de Chagas, quilombola e chefe militar de aproximadamente
3 mil negros.
Em 1839, após um período de
vitórias, nas quais foram capturadas algumas vilas importantes, como Vila de
Caxias e Vargem Grande, os revoltosos estabeleceram uma Junta Provisória.
Contudo, o movimento começa a
apresentar sinais de enfraquecimento após a morte de Manoel dos Anjos, o
Balaio, atingido por um projétil durante um dos conflitos.
Neste mesmo ano, assume a liderança
o ex-escravo Cosme, o qual se retira do combate e leva suas forças para o
sertão.
Batalha Final
A situação dos revoltosos piorou
ainda mais quando o experiente militar, Coronel Luís Alves de Lima e Silva
(futuro Duque
de Caxias) assume o comando de todas as tropas do Maranhão,
Piauí e Ceará. As tropas eram composta de mais de 8 mil homens bem armados no
dia 7 de fevereiro de 1840.
Não sem esforço, o Coronel derrota
Raimundo Gomes, o qual, cercado e isolado, se rende e entrega a Vila de Caxias
às tropas oficiais. É o inicio do fim.
Em 1840, o recém coroado imperador Dom Pedro II,
resolve anistiar os rebeldes que se entregarem. Imediatamente, mais de 2.500
balaios se rendem.
Com isso, Luís Alves de Lima e Silva
esmaga definitivamente aqueles que continuavam lutando em 1841. Neste mesmo
ano, Cosme Bento é capturado e enforcado. Por sua vez, o vaqueiro Raimundo
Gomes é expulso da província e morre no caminho para São Paulo.
Ao retornar vitorioso à capital, o
Coronel Luís Alves de Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias, por ter
sufocado esta revolta social.
Tema - 3
As
Ideias Socialistas, Comunistas e Anarquistas nas Associações de Trabalhadores
Socialismo Utópico
Por Leandro Carvalho
O
termo socialismo utópico refere-se
à primeira fase do pensamento
socialista que se desenvolveu entre as guerras napoleônicas e as revoluções de 1848(“Primavera dos povos”). Os pensadores
percursores foram: Conde de
Saint-Simon, François-Charles Fourier e Robert Owen.
Segundo
estudiosos, o termo socialismo utópico refere-se aos seus primeiros pensadores,
citados acima, que ficaram conhecidos como socialistas utópicos. Essa denominação tem a ver com o fato
de tais pensadores acreditarem na total transformação da sociedade de forma
pacífica, sem a necessidade da luta armada, que seria promovida pela luta de
classes e pela revolução proletária.
As
ideias e críticas à sociedade
burguesa capitalista no século XIX, realizadas pelos pensadores
socialistas utópicos, estão claramente associadas ao pensamento iluminista,
pois propagavam que somente com o desenvolvimento da razão e do progresso a
felicidade humana poderia ser alcançada.
O
principal ideário dos socialistas utópicos era a defesa da igualdade e o principal teórico que os influenciou
foi o filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, que havia afirmado ser a propriedade privada a origem da desigualdade entre os homens.
A partir
dessa filiação teórica iluminista, os socialistas utópicos produziram suas
análises e reflexões sobre a sociedade capitalista contemporânea às suas
vivências. Um dos grandes pensadores do socialismo utópico que se destacou foi Robert Owen (1771-1858). Nascido na Inglaterra, foi
proprietário de uma grande indústria têxtil na cidade de New Lanark. Apesar de
ser um burguês, Owen propiciou algumas mudanças na situação de trabalho dos
operários em sua fábrica: reduziu a jornada de trabalho do operariado,
implantou escolas para os filhos dos trabalhadores (contribuindo para a
educação das crianças), construiu casas para os operários (ofereceu melhores
condições de moradia e saúde) e aumentou os salários do proletariado.
O Conde
de Saint-Simon (1760-1825) foi outro pensador do socialismo utópico. Originário
da nobreza francesa “esclarecida”, não concordava com a pobreza e com as
desigualdades sociais. Sua principal reivindicação era a livre empresa,
continuando com o lucro dos capitalistas, porém estes deveriam assumir
responsabilidades sociais e ofertar melhores condições de vida e de trabalho
aos operários.
O
comerciante francês Charles Fourier também foi um defensor do pensamento
socialista utópico. Ele acreditava que a melhoria nas condições de vida e
trabalho dos operários aconteceria com a criação de associações e pelo
cooperativismo entre o proletariado (produção partilhada por todos). Criticava
veemente a sociedade burguesa, que separava o trabalho do prazer. Defendeu a
libertação da mulher e a libertação sexual, pois esta última está ligada à
liberação dos instintos e a obtenção do prazer.
Para
alguns estudiosos, como Friedrich Engels (1820-1895), os socialistas utópicos
criavam modelos ideais que não poderiam ser implementados – entretanto o
socialismo utópico foi considerado a primeira forma de contestação ao
individualismo liberal e corporificou-se como uma possível resposta aos
problemas sociais que surgiram durante o processo de industrialização.
Movimento operário no
século
Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.
Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.
A partir da ascensão do sistema
capitalista (industrialização, formação de mercados, bancos, comércios),
ocorreu a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, os
trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequentemente, surgiram as
relações sociais entre donos das fábricas (exploradores) e trabalhadores das
fábricas (explorados) que permearam o dia a dia das indústrias.
Dessas relações nem um pouco
amistosas entre capitalistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois
movimentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo em
comum: encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos operários,
principalmente o desemprego (decorrente da introdução nas fábricas de máquinas
que substituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas quanto
cartistas reivindicavam, através de ações (como a quebra de maquinarias das
indústrias), o retorno ao emprego dos trabalhadores desempregados.
Outra
forma de reivindicação operária que não surtiu tanto efeito foi a tentativa de
alcançar melhores condições de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o
poder público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era
dono de indústrias.
Com o decorrer das décadas, o
capitalismo foi agregando novas feições, a sociedade passou por crescentes
transformações e, assim, os operários necessitavam articular novas formas de
lutar por suas causas. Dessa maneira, surgiram os movimentos socialistas, a
partir da organização dos trabalhadores.
Os principais movimentos socialistas que surgiram no século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo as ideias anarquistas,
os operários somente iriam melhorar as condições de vida se o Estado e todas as
formas de poder fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações, tanto o
anarquismo quanto o comunismo pautavam suas metas em transformações sociais
profundas, não solicitavam somente mudanças nas relações entre patrões e
trabalhadores.
Os anarquistas acreditavam que
toda forma de exploração dos seres humanos teria um fim a partir do momento em
que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem gestores, sem escola, sem
polícia, ou seja, sem quaisquer outras instituições estatais.
Para os comunistas, a situação de
exploração capitalista acabaria somente quando os operários assumissem o poder
estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí, então, criariam novos
valores sociais para aumentar a qualidade de vida da sociedade, acabando, dessa
maneira, com a exploração capitalista.
O movimento operário se
consolidou e se organizou fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora
havia apenas começado.
O anarquismo foi um movimento
contemporâneo às teorias socialistas desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels. Um dos primeiros a lançar as
primeiras idéias anarquistas foi William Godwin (1756 – 1836), que propôs uma
radical transformação nas bases organizacionais da sociedade. Ele acreditava na
criação de uma organização comunitária fundada na abolição da propriedade
privada e o repúdio a qualquer tipo de lei ou governo. A razão seria o guia
maior dessa nova sociedade e a total liberdade ética e política deveriam ser
garantidas. Pierre-Joseph Proudhon (1809 – 1865) foi outro importante pensador
anarquista. Em sua principal obra “O que é propriedade?”, propôs críticas
contundentes ao sistema capitalista. Inspirado por alguns pressupostos do
socialismo utópico, ele defendia a criação de um regime político que seria
guiado por uma “república de pequenos proprietários”. Bancos e cooperativas
deveriam ser criadas para fornecer, sem juros, recursos a toda e qualquer
atividade produtiva realizável em pequenas propriedades.
Anarquismo
O termo anarquismo tem origem grega, e não consiste
em um sinônimo de desordem ou baderna. Sua significação mais simples é “sem
governo” e, na verdade, resume a oposição política a qualquer forma de poder
que limite as liberdades individuais. Os indivíduos na sociedade anarquista
devem adotar formas de cooperação voluntária e autodisciplina, capazes de
estabelecer um equilíbrio ideal entre a ordem social e as liberdades do
indivíduo.
Mikhail Bakunin (1814 – 1876) foi um dos maiores seguidores das teses de Proudhon. Discordante das teorias marxistas, Bakunin não aceitava a idéia de que o alcance de uma sociedade comunista passava pela manutenção de um Estado transitório. Para Bakunin, a abolição do Estado deveria ser imediata.
Mikhail Bakunin (1814 – 1876) foi um dos maiores seguidores das teses de Proudhon. Discordante das teorias marxistas, Bakunin não aceitava a idéia de que o alcance de uma sociedade comunista passava pela manutenção de um Estado transitório. Para Bakunin, a abolição do Estado deveria ser imediata.
Por isso, ele defendeu o uso da violência para que
os governos fossem rapidamente extinguidos. Nem mesmo os partidos políticos
eram vistos como vias de representação da liberdade de pensamento humano.
Essa oposição do anarquismo às instituições se
inspira na idéia de que o homem precisa ser completamente livre para o alcance
da liberdade. Em outras palavras, o anarquismo defende que a liberdade humana
parte dos próprios homens e não atuou fortemente nos sindicatos e mobilizações trabalhistas, entre o fim do século XIX e o início do século XX.de suas instituições. A responsabilidade do
indivíduo deveria tomar o lugar das regras dos líderes e governos. Inspirando
diversos trabalhadores pelo mundo, a ideologia anarquista
Por
Rainer Sousa
Napoleão Bonaparte comandou a invasão de muitos países europeus.
Ele tentou acabar com o antigo regime. Implantou leis baseadas no Código Civil.
Desse modo, a Revolução Francesa espalhava seus ideais.
No entanto, ele foi
vencido por uma união da forças da Inglaterra e por países ainda do Antigo
Regime. Os representantes desses países (‘vencedores’) se reuniram no Congresso
de Viena, com o objetivo de desfazer o que Napoleão havia feito na Europa.
Esses representantes queriam apagar o passado revolucionário. Seria como se o
Antigo Regime nunca tivesse sido abalado e Napoleão não tivesse nem nascido. Os
antigos reis absolutistas voltaram a governar e leis que favoreciam os
aristocratas foram reativadas. A fim de evitar novas revoluções, os governos
formaram uma união militar, chamada Santa Aliança. Toda vez que estourasse uma
revolução num país da Europa, a Santa Aliança enviaria
tropas para acabar com o movimento.
Eles acreditavam que
podiam manter o Antigo Regime para sempre. Mas os acontecimentos mostraram que
não era possível. Quanto mais as cidades e as indústrias iam crescendo, mais
fortes ficavam a burguesia, os intelectuais e os operários (forças sociais que
rejeitavam o Antigo Regime).
O Liberalismo
Os
aristocratas podiam estar satisfeitos com a situação da Europa pós-Congresso de
Viena, mas grande parte da população não estava. Burgueses, intelectuais,
artesãos… tinham motivos de sobra para se sentirem oprimidos pelo absolutismo.
As idéias políticas liberais conquistaram muitos adeptos entre esses grupos
sociais. O liberalismo político tinha origem nas idéias dos
iluministas. Os liberais defendiam em primeiro lugar as liberdades individuais:
a liberdade de discordar do governo, de protestar, etc.
Mas nem
todos os liberais eram democratas. Os liberais tradicionais queriam que o voto
fosse censitário, ou seja, consideravam que só as pessoas com boa posição
social deveriam ter o direito de voto. Já os liberais radicais (democratas)
discordavam. Eles defendiam o sufrágio universal, ou seja, o direito de voto
para todos.
O Nacionalismo
Somente para Leitura
A
Itália e a Alemanha eram compostas por dezenas de pequenos Estados. O que os
alemães e os italianos queriam era a união desses pequenos Estados em um só.
O
Liberalismo era o movimento político em favor da liberdade dos indivíduos, e o
Nacionalismo era o movimento político em favor da liberdade e da autonomia dos
povos, do direito de criarem seus próprios estados.
As revoluções na França
Nos
anos de 1820, 1830 e 1848, estouraram diversas rebeliões populares. Logo após o
Congresso de Viena (1815), a França foi governada pelo rei Luís XVII. Ele não
foi um monarca absolutista. Perseguiu os que simpatizavam com a revolução de
1789 ou com Napoleão Bonaparte.
A
partir de 1824, o rei Carlos X assumiu o trono. Ele censurou a imprensa e
reprimiu os opositores ao regime.Em 1830, a população se rebelou em Paris e o
rei Carlos X teve de renunciar. Assumiu então um novo rei, Luís Filipe de
Orléans.
O rei
Luís Filipe ficou conhecido como o “rei dos banqueiros” (indica que ele
favoreceu os grandes capitalistas). Durante seu reinado, a França teve um
período de grandes avanços econômicos e industriais. Mas cresceu a desigualdade social. Os burgueses iam ficando
milionários, enquanto os operários permaneciam na penúria. Em 1848, houve uma
grande crise econômica. Os salários baixaram e o desemprego cresceu, as
colheitas foram ruins e a comida escasseou. A insatisfação popular explodiu
numa grande revolução. Operários e artesãos juntaram-se a estudantes e pequenos
burgueses, e tomaram as ruas da capital. O rei Luís Filipe foi derrubado. A
França voltava a ser uma república.
Os
principais partidos políticos de oposição organizaram um governo provisório.
Esses “socialistas” defendiam reformas, como o sufrágio universal e a criação
de oficinas de artesanato do Estado, que dariam trabalho aos desempregados.
Diante
da grave situação econômica, os operários de Paris se rebelaram. Foram
duramente reprimidos pela Guarda Nacional, e as ruas da capital ficaram tomadas
por cadáveres e poças de sangue. A grande burguesia saiu vencedora.
Nessa
época houve eleições para um novo presidente da República. As pessoas queriam a
ordem e a tranqüilidade a qualquer preço. Então, Luís Bonaparte foi eleito
presidente da França. Ele era sobrinho-neto de Napoleão Bonaparte, e usou o
sobrenome ilustre para prometer dias fantásticos para a França. Apoiado pela
burguesia e pelos militares, liderou em 1852 um golpe de Estado e tornou-se
ditador.
A Primavera dos Povos
Somente para Leitura
O ano
de 1848 foi o mais revolucionário do século XIX, em muitas regiões. Por isso
recebeu o apelido de o ano da Primavera dos Povos. Em vários outros países
europeus eclodiram revoltas populares. Nas principais cidades homens e mulheres
ocuparam as ruas, ergueram barricadas (usaram entulhos para bloquear as ruas) e
enfrentaram as tropas dos governos autoritários.
Autoria: Daniel A. de
Lima
Tema - 4
A Expansão Territorial dos Estados Unidos da América no século XIX
EUA no Século XIX
A primeira metade do século XIX na História dos EUA foi marcada pela conquista de territórios em direção ao Oceano Pacífico, conhecida como "a marcha para o "Oeste". A população passou de 3.900.000 em 1790 para 7.200.000 em 1810, compondo uma sociedade essencialmente agrária, formada por granjas no Nordeste e grandes latifúndios exportadores no Sudeste.
Fatores da Expansão
Vários fatores são colocados para explicar essa expansão, vejamos a seguir. A imigração nesse período foi muito intensa, vinda principalmente da Alemanha, Irlanda e Inglaterra, sendo que os motivos para esse deslocamento está ligado a dificuldades financeiras pelas quais a população europeias passava, os camponeses eram expulsos da terra devido à concentração fundiária e os artesãos não conseguiam empregos devido à mecanização industrial nas cidades. No início do século XIX a população norte-americana passava a contar com cerca de sete milhões de habitantes. Esse crescimento demográfico e a pequena área do país contribuíram para que se pretendesse ocupar terras a Oeste, em razão da necessidade de aumentar a produção agrícola e a área destinada aos rebanhos.
A Economia dos EUA no Século XIX
A partir da segunda metade do século XIX a pecuária chegou a ocupar um quarto do território americano, em terras que se estendiam do Texas ao Canadá. A descoberta de ouro na Califórnia, em 1848, estimulou uma corrida em busca de "riqueza fácil", incentivando o deslocamento populacional. Além disso, a construção de ferrovias, iniciada em 1829, barateava o transporte. Em fins do século XIX a quantidade de quilômetros de linhas férreas nos Estados Unidos era maior que a soma de todos os países europeus. Em 1890, a ferrovia ligava a Costa do Atlântico ao Pacífico. a expansão para o Oeste foi justificada pela doutrina do "Destino Manifesto", que pregava serem os norte-americanos destinados por Deus a conquistar e ocupar os territórios situados entre o Atlântico e o Pacífico.
Mecanismos de Conquista
Mecanismos de Conquista
a) Compra de Territórios
Pelo Tratado de Versalhes, 1783, firmado com a Inglaterra, o território dos Estados Unidos abrangia da Costa do Atlântico até o Mississipi.
No século XIX, essa realidade se altera consideravelmente.
Em direção ao Oeste aparece o território da Louisiana, colônia francesa, que Napoleão Bonaparte - devido às guerras na Europa e Antilhas, Haiti - negociou com os norte-americanos por 15 milhões de dólares (1803).
A Flórida foi comprada dos espanhóis, em 1819, por cinco milhões de dólares. A Rússia vendeu o Alasca aos Estados Unidos por sete milhões de dólares.
b) Diplomacia
A anexação de Óregon - Noroeste -, colônia inglesa, região que despertou pouco interesse até 1841, foi cedida aos americanos em 1846.
c) Guerra
O Sudoeste americano pertencia ao México. A conquista desse território ocorreu através da guerra.
Em 1821, os colonos americanos passaram a colonizar esse território com autorização do governo mexicano, que exigiu-lhes a lealdade e a adoção da religião católica por parte dos pioneiros.
Em 1853, foi completada a anexação de territórios do México com a incorporação de Gadsden. Metade do território mexicano havia sido perdida para os Estados Unidos. Lázaro Cárdenas, presidente mexicano (1934-1940), em relação ao imperialismo norte-americano comentou: "Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos".
d) A guerra de extermínio contra os indígenas
As maiores vítimas da marcha para o Oeste foram os indígenas. Estes encontravam-se em estágios de pouco desenvolvimento se comparados aos astecas, maias e incas, daí sua dificuldade para resistir ao domínio e força dos brancos europeus.
Os norte-americanos acreditavam que, além de serem os predestinados por Deus a ocuparem todo o território, deveriam cumprir a missão de civilizar outros povos. Nesse sentido, contribuíram decisivamente para o extermínio da cultura e da pessoa física do indígena.
As tribos do Sul, mais desenvolvidas, proporcionam uma resistência maior à ocupação do branco. No entanto, a única opção das tribos indígenas foi a ocupação de terras inférteis em direção ao Pacífico, até o seu extermínio de índios", "o único índio bom é um índio morto".
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos
Srs. Pais - ou Responsáveis Legais:
Os alunos que tiveram excesso de faltas no primeiro, segundo e terceiro bimestre, deverão realizar a compensação de ausências: os alunos deverão atualizar os conteúdos em caderno até o terceiro bimestre, realização de trabalhos escolares, para o primeiro bimestre: "A Mulher", para o segundo bimestre, escolher entre os temas de acordo com a turma: Conjuração Baiana, Revolução de Pernambuco 1817 ou Confederação do Equador e para o terceiro bimestre escolher entre os seguintes temas: Revolta dos Males, Guerra dos Farrapos ou Farroupilhas e Cabanagem, todas informações se encontram nas páginas de início do blog. e realizar a prova final, semelhante a está abaixo:
ALUNO....................................................................................................,
Nº......, SÉRIE.........
PROVA
DE HISTÓRIA – 3º BIMESTRE DE 2019 – PROFº ANTÔNIO
Tema:
Brasil Império – Regência e Segundo Reinado
1- A nossa primeira Constituição no Brasil Império
foi:
a) Em 1822
b) Em 1824
c) Em 1835
2- "A
abdicação de D. Pedro I em 1831 deu início a um período que se estendeu até
1840, caracterizado por grande turbulência política e por revoltas em diversas
regiões do país"., qual a denominação desse período:
a) Regência
Permanente
b) Regência
Trina Una
c) Período
Regencial
3- Sobre
o Golpe da Maioridade, assinale a alternativa correta.
a) Ocorreu
em 1840, quando antecipou a idade de Dº Pedro II, que governo o país por quase
50 anos
b) Ocorreu
em 1831, com a abdicação de seu pai Dº Pedro I
c) Ocorreu
em 1835, com a morte de seu pai e o início do governo de Dº Pedro II
4- Qual
destas datas faz parte do período regencial:
a) Entre
1831 - 1840
b) Entre 1822
- 1831
c) Entre
1840 – 1889
5- A
Revolta dos Malês ocorreu na Bahia, durante o Período regencial, e foi marcada
pela participação da população negra de origem árabe-muçulmana, na sua maioria
alfabetizada, no ano de:
a) Em 1840
b) Em 1845
c) Em 1835
6-
A Revolução Farroupilha, principal
conflito ocorrido no Rio Grande do Sul, teve na origem de seus conflitos a
contestação aos altos impostos sobre o charque nacional, esta revolução
aconteceu durante os anos de:
a) Entre
1822 e 1831
b) Entre
1835 a 1845
c) Entre 1831
a 1840
7- Quem
proclamou a Independência do Brasil?
a) Dom João
VI
b) Pedro
Alvares Cabral
c) Dom
Pedro I
8- Qual
foi o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil?
a) Chile
b) Estados
Unidos da América
c) Inglaterra
9- No
período do segundo reinado, mesmo com a diversificação dos produtos agrícolas,
qual foi o maior produto de exportação no final do segundo reinado?
a) Açúcar
b) Banana
c) Café
10- Qual
era a capital do Brasil durante o Império?
a) Brasília
b) Salvador
c) Rio de
Janeiro
Tema - 1
Economia cafeeira
Seguindo
os caminhos percorridos anteriormente pela cana-de-açúcar, o café atinge o
oeste paulista (de Campinas a Ribeirão Preto) em meados do século XIX.
Nessa
região de terra roxa, desenvolve-se de maneira extraordinária, superando em
pouco tempo a produção das áreas tradicionais do vale do Paraíba. Na década de
1860, o porto de Santos torna-se o primeiro centro portuário de exportação do
país.
Grandes fazendas
As
fazendas do Vale do Paraíba, primeiro centro cafeeiro da região Sudeste, não
têm mais do que 50 mil pés de café. As do oeste paulista, por sua vez, chegam
aos 600 mil ou 800 mil cafeeiros. Nos últimos anos do século XIX, tornam-se
empresas modernas e mecanizadas – utilizam equipamentos aperfeiçoados, como
ventiladores, despolpadores e separadores de grãos. Em conseqüência, surgem
várias tarefas especializadas em seu interior, aumenta a divisão do trabalho e
a produtividade.
A Economia do
Café
O café
foi introduzido no Brasil no ano de 1717, porém a sua produção só veio adquirir
importância no início do século XIX tendo como causa principal a decadência da
produção do ouro, para onde estavam voltadas as atenções da economia da
colônia.
O café foi o fator de recuperação
econômico-financeira do país: ele reintegrou a economia brasileira,
essencialmente agrícola, nos setores em expansão do mercado mundial.
Além
dos mercados europeus, o café brasileiro começa a invadir o mercado
norte-americano, tornado-se, ainda neste século, o principal consumidor do
Brasil. Por volta de 1870, o café representa 56% da pauta de exportações,
atingindo 61% na década de 1880.
A
organização das fazendas de café no vale da Paraíba e em Minas Gerais
defrontou-se com a falta de mão-de-obra. A ampliação dos cafezais aumentou a
necessidade de trabalhadores de tal forma, que foi preciso comprar escravos do
exterior, embora os ingleses, de quem dependíamos economicamente, fizessem
pressões para eliminar o tráfico negreiro.
Diante
de tantas promessas não cumpridas em relação a extinção do tráfico, os ingleses
decretaram o Bill Aberdeen, decreto através do qual a Inglaterra tinha o
direito de aprisionar qualquer navio negreiro e julgar os traficantes. Esse
decreto, além de não diminuí o comércio escravo, aumentou sensivelmente seu
preço.
Finalmente,
em 1850, cedeu-se às pressões inglesas e promulgou-se a Lei Eusébio de Queiroz,
extinguindo-se definitivamente o tráfico. A solução para falta de mão-de-obra
na lavoura cafeeira apoiou-se no incentivo à imigração.
As
divisas provenientes do café, principal produto da economia, possibilitaram o
pagamento dos financiamentos das obras do governo e posteriormente no setor
industrial. A partir de 1850, alcança o Império, o equilíbrio orçamentário e a
estabilidade cambial. Acumula-se capitais, efetuando-se obras administrativas
de grande porte.
Em
pouco tempo as dívidas forçavam o imigrante a sujeitar-se a um regime de
semi-escravidão.
Em
1857, os colonos de Ibicaba se revoltaram levando as autoridades germânicas a proibir
a imigração para o Brasil.
Fracassando o sistema de
parceria, os fazendeiros passaram a pagar ou um preço fixo por alqueire
trabalhado, ou uma remuneração fixa mensal: introduzia-se no país
o trabalho assalariado.
Com a implantação da economia
cafeeira em bases capitalistas, surge uma nova classe dominante: a burguesia
cafeeira.
Os
proprietários ligados ao café comandavam todos os setores da economia, coisas
que não aconteciam nos engenhos de açúcar, onde os proprietários apenas cuidavam
da produção, ficando a comercialização e o setor financeiro a cargo de outros
setores.
Tema - 2
Escravidão e Abolicionismo
Sociedade
O Segundo Reinado foi também
marcado pela crise do escravismo:
O
tráfico de escravos africanos foi abolido oficialmente em 4 de setembro de 1850
pela Lei de Queiroz. A aprovação da Lei Eusébio de Queiroz decorreu das
pressões inglesas e das condições internas propícias ao término do comércio
negreiro. O fim do comércio negreiro trouxe inúmeras conseqüências. Foi o
primeiro abalo da sociedade escravista, pois a reposição de mão-de-obra não
podia ser feita internamente, através do crescimento vegetativo, em virtude da
alta taxa de mortalidade dos cativos. Os capitais disponíveis do tráfico foram
aplicados em outras atividades urbanas, incrementando o comércio e algumas
manufaturas, em especial no Rio de Janeiro, na década de 1850. Apesar das
inúmeras tentativas de contrabando de escravos até a década de 1860, o tráfico
africano foi extinto definitivamente.
A Campanha Abolicionista
Lei do Ventre Livre: Promulgada em 28 de
setembro de 1871, fez parte das etapas pelas quais foi encaminhada a extinção
da escravatura pelo governo imperial brasileiro. Proposta pelo imperador,
apesar de grande oposição dos fazendeiros, declarava livres os filhos de mulher
escrava nascidos após a lei, e libertava os pertencentes à coroa. O visconde do
Rio Branco, presidente do Conselho de Ministros, conseguiu a aprovação da lei,
que produziu poucos efeitos. Os filhos de escravas ficavam em poder dos
senhores até a idade de 8 anos, que na prática continuavam a usar seus
serviços, sendo raros os casos de entrega menor ao poder público.
Lei dos Sexagenários ou Lei
Saraiva-Cotegipe: Fez parte das etapas pelas quais foi encaminhada a
extinção da escravatura pelo governo imperial brasileiro. Proposta por um
gabinete liberal presidido por José Antônio Saraiva, concedia liberdade aos
cativos maiores de 60 anos e estabelecia normas para a libertação gradual de
todos os escravos, mediante indenização. Aprovada pelo Senado, em 1885, foi
pensada como forma de deter o abolicionismo radical, não alcançando, no
entanto, seu objetivo.
Lei Áurea: Nome dado à lei assinada no dia 13 de maio de
1888, pela princesa Isabel, declarando extinta a escravidão no Brasil.
Resultante de uma longa campanha política, a proposta de lei apresentada à
Câmara dos deputados, no dia 8 de maio, pelo então ministro da Agricultura
conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, foi analisada e votada, em regime de
urgência, sendo aprovada por 83 votos contra nove. Após a aprovação na Câmara,
o projeto foi encaminhado ao Senado, que o aprovou também com grande maioria.
As etapas da
campanha abolicionista
Após a
extinção do tráfico negreiro (1850), cresceu no país a campanha abolicionista,
que foi um movimento público pela libertação dos escravos.
A abolição conquistou o apoio
de vários setores da sociedade brasileira: parlamentares,
imprensa, militares, artistas e intelectuais. Mas os defensores da escravidão
ainda conseguiram sustentá-la por bom tempo. No Brasil, o sistema escravista
foi sendo extinto lentamente, de maneira a não prejudicar os proprietários de
escravos.
As principais leis publicadas
nesse sentido foram:
Lei do Ventre Livre (1871): declarava livres
todos os filhos de escravos nascidos no Brasil.
Lei dos Sexagenários (1885): declarava livres
os escravos com mais de 65 anos, o que significava libertar os donos de
escravos da “inútil” obrigação de sustentar alguns raros negros velhos que
conseguiram sobreviver à brutal exploração de seu trabalho.
Com
leis desse tipo, que não resolviam o problema da escravidão, os proprietários
de escravos conseguiram ganhar tempo e adiar, ao máximo, a abolição final.
Somente
em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea promulgada pela princesa Isabel, filha
de D. Pedro II, a escravidão foi extinta no Brasil.
Quem fez a abolição?
A luta política pelo
fim da escravidão é conhecida como Campanha Abolicionista.
A
abolição não foi obra só desta elite de intelectuais. O fim da escravidão era
uma exigência do capitalismo industrial e do desenvolvimento econômico do país.
As resistências
do Brasil
Apesar
das crescentes pressões britânicas, o tráfico continuou impune no Brasil.
E a razão era simples: toda a economia
brasileira, desde a época colonial, estava assentada no trabalho escravo. Em
tal circunstância, a abolição do tráfico criaria enormes dificuldades à
economia, comprometendo as suas bases produtivas.
Ademais,
desde a abdicação de D. Pedro I em 1831, os senhores rurais haviam se
apropriado do poder político, o que fortalecera consideravelmente a sua posição
na sociedade. Por isso, nenhum dos acordos assinados com a Inglaterra foi
cumprido, de modo que o tráfico continuou com o consentimento tácito das
autoridades.
A
Inglaterra, por sua vez, esforçou-se para fazer cumprir os termos dos tratados,
de modo unilateral. E o fez em meio a dificuldades, pois os traficantes,
cercados em alto mar, atiravam os negros ao oceano, atados a uma pedra que os
impedia de vir à tona. Além disso, o tráfico, ao invés de se extinguir,
continuou a crescer incessantemente.
A
passividade do governo brasileiro ante o tráfico e, portanto, o não cumprimento
dos compromissos assumidos através de vários tratados fez a Inglaterra tomar
uma atitude extrema. Em oito de agosto de 1845, o Parlamento britânico aprovou
uma lei, chamada Bill Aberdeen, conferindo à Marinha o direito de aprisionar
qualquer navio negreiro e fazer os traficantes responderem diante do
almirantado ou de qualquer tribunal do vice-almirantado dos domínios
britânicos.
A
repressão ao tráfico foi assim intensificada, e os navios britânicos chegaram a
apreender navios em águas territoriais brasileiras, até mesmo entrando em seus
portos.
A lei Eusébio de
Queirós (1850)
Em
março de 1850, o todo-poderoso primeiro- ministro Gladstone obrigou o Brasil ao
cumprimento dos tratados, ameaçando- o com uma guerra de extermínio.
O
governo brasileiro finalmente se curvou ante as exigências britânicas e em
quatro de setembro de 1850 promulgou a lei de extinção do tráfico pelo ministro
Eusébio de Queirós.
Conseqüências da
extinção do tráfico
A lei
Eusébio de Queirós, que pôs fim ao tráfico negreiro de forma súbita, como se
verifica na tabela liberou uma soma considerável de capital, que passou a ser
aplicado em outros setores da economia. As atividades comerciais, financeiras e
industriais receberam um grande estímulo.
Em 1854
começou a funcionar a primeira estrada de ferro brasileira, de Mauá a Fragoso
(futura Leopoldina Rafways); em 1855, iniciou-se a construção da estrada de
ferro D. Pedro II (futura Central do Brasil); o telégrafo apareceu em 1852.
Enfim, um novo horizonte se descortinou.
Com a
abolição do tráfico, os dias da escravidão no Brasil estavam contados e,
portanto, os dias de existência do Império, cuja riqueza baseava-se
fundamentalmente no fruto do trabalho escravo, também estariam no fim. Basta
que nos lembremos que a escravidão foi abolida em 1888 e o Império caiu já no
ano seguinte, em 1889.
Tema - 3
Depois
da Lei Áurea, a situação social dos negros continuou extremamente difícil. Não
tinham dinheiro para trabalhar por conta própria, não tinham estudo para
conseguir um melhor emprego, não tinham qualquer ajuda do governo.
Muitos
dos ex-escravos ficaram trabalhando nas mesmas fazendas em que já estavam. E
nelas o negro continuou sendo explorado maneira cruel e desumana.
O fim do tráfico
negreiro
Em
1850, foi extinto o comércio de escravos para o Brasil, pela lei Eusébio de
Queiros. Isso liberou grande soma de dinheiro, até então destinada à compra de
escravos, para ser aplicada em outros setores da economia.
Começaram
a surgir indústrias de sabão, vela, chapéu, cigarro, cerveja, tecido de algodão
etc. Surgiram também bancos, empresas de navegação, ferrovias, companhias de
seguros, mineradoras etc.
Na
última década do império (1880-1889), o Brasil já contava com 600 indústrias,
que empregavam quase 55 mil operários nos setores têxtil, alimentar, químico,
de madeira, vestuário e metalurgia.
Principais
Quilombos Brasileiros
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos - 4º Bimestre
Trabalho de História - Escola: Eunice Marques - Matéria: História - Tema: Revolução Farroupilha (farrapos) São Paulo/Novembro - 2023
Tema - 4
Formas de
Resistência(Quilombos) e o Fim do Tráfico Negreiro e da Escravidão
Principais
Quilombos Brasileiros
Quilombos no Brasil e a singularidade de Palmares
O objetivo
deste texto é oferecer a profissionais da Educação formal e não-formal
subsídios a respeito da contribuição dos Quilombos articulados a outros
diferentes núcleos de resistência ao colonialismo, à escravidão, à dominação
ocidental-européia e, ao mesmo tempo, apontar para o significado dessa memória
de nossos antepassados e sua continuidade afro-brasileira, na sociedade
contemporânea. Essas organizações, são hoje, denominadas Comunidades
Remanescentes de Quilombos.
Os
Quilombos representam uma das maiores expressões de luta organizada no Brasil,
em resistência ao sistema colonial-escravista, atuando sobre questões
estruturais, em diferentes momentos histórico-culturais do país, sob a
inspiração, liderança e orientação político-ideológica de africanos
escravizados e de seus descendentes de africanos nascidos no Brasil. O processo
de colonização e escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. O Brasil foi o
último país do mundo a abolir a escravidão, através de uma lei que atirou os
ex-escravizados numa sociedade na qual estes não tinham condições mínimas de
sobrevivência.
Quilombo é um movimento amplo e
permanente que se
caracteriza pelas seguintes dimensões: vivência de povos africanos que se
recusavam à submissão, à exploração, à violência do sistema colonial e do
escravismo; formas associativas que se criavam em florestas de difícil acesso,
com defesa e organização sócio-econômico, política própria; sustentação da
continuidade africana através de genuínos grupos de resistência política e
cultural. (NASCIMENTO, 1980, p.32)
Desde o
princípio da colonização no século XVI, os africanos escravizados se engajaram
num combate firme contra a condição de escravizados em núcleos de resistência
diversos. Os quilombos, entre os quais destaca-se a República de Palmares, a
Revolta dos Alfaiates, Balaiada, Revolta dos Malês, entre tantos outros núcleos
que continuam no pós-abolição em oposição às conseqüências da escravidão,
continuam numa luta por uma liberdade que sempre lhes foi negada (NASCIMENTO,
1980).
Os
Quilombos continuam sendo sociedades livres, igualitárias, justas/soberanas em
busca de felicidade. Eram sociedades político-militares, que nasceram de
movimentos de insurreições, levantes, revoltas armadas, proclamando a queda do
sistema escravocrata. Freqüentemente aqueles movimentos tomavam a forma de
quilombos à semelhança de Palmares. Os quilombos existiram em múltiplos pontos
do país em decorrência das lutas ocorridas em diferentes lugares onde houvesse
negação de liberdade, dominação, desrespeito a direitos, acrescidas de
preconceitos, desigualdades e racismo.
A
dimensão dos quilombos variava de acordo com a proporção de habitantes, tamanho
das terras ocupadas, e estrutura da produção agrícola organizada nos lugares
onde se eram estruturados.
“O Quilombo é
liberdade, fica quem vier por amor à liberdade”.
Os quilombos eram
sociedades avançadas, do ponto de vista da organização, dos princípios, de
valores, de práticas de socialização, de regime de propriedade.
A ARTICULAÇÃO
DOS QUILOMBOS COM OUTROS NÚCLEOS DE RESISTÊNCIA NEGRA
Nessa
perspectiva de articulação entre a luta dos quilombos e a densidade da
resistência negra em outras iniciativas, na dinâmica do combate à escravidão, (Nascimento (1980), nos relembra que a memória dos afro-brasileiros não se inicia
com o tráfico de africanos escravizados, nem nos primórdios da escravização dos
africanos no século XV.
Ao contrário, os africanos
trouxeram consigo saberes a respeito das mais diversas áreas do conhecimento: culturas,
religiões, línguas, artes, ciências, tecnologias.
Africanos de diferentes grupos
étnicos mesclam-se nos quilombos, como forma de resistir a uma determinação
política anterior de separá-los de tudo o que significasse expressão
identitárias de um povo: línguas, famílias, costumes, religiões,
tradições. Tudo isso é retomado em todos os momentos da resistência quilombola,
na reinvenção de políticas e estratégias de luta pela liberdade, sempre com
postura crítica, face ao colonizador, ao escravocrata, ao imperialista.
Esses
núcleos de resistência têm continuidade e interagem com os quilombos através de
suas quilombolas tradições, valores, costumes, mitologias, rituais, formas
organizativas, organização familiar, experiência de socialização, o que alguns
autores denominam de comunalismo africano.
Os
quilombos viviam nas florestas, nas matas, nas montanhas e, ao mesmo tempo, em
contato com a sociedade envolvente que as rodeava, as vigiava, controlava e
perseguia.
É a
partir desses indicadores que o conceito de Quilombo transcende, ganha
proporções de uma orientação para a EDUCAÇÃO, para formação de pessoas, para
fortalecer a crença na riqueza das diferenças étnicas e culturais que
constituem a sociedade brasileira entre indígenas originários da terra,
africanos e colonizadores europeus.
Nesses contatos
construíam-se novos processos dentro da própria guerra, com as suas
contradições inerentes aos conflitos de grupos, de interesses, de ideologias,
nascidos no interior da própria estrutura.
Navio Negreiro
Através
dos navios negreiros,
é que os negros africanos capturados em suas terras eram submetidos para as
viagens cuja história é a mais comovente epopeia de dor e de desespero da raça
negra.
Onde
homens, mulheres e crianças eram amontoados nos cúbicos escuros das galeras
através das vastidões dos mares.
Com
fome, sede e de mãos dadas com as doenças, onde os negros fortes provindos de
diferentes pontos e de diferentes raças misturados como carga comum nos bojos
dos navios negreiros, acabavam se tornando verdadeiras feras acuadas onde o dia
se confundia com a noite, com seus gemidos mórbidos e suas algaravias de
diferentes línguas em razão dos mais variados tribos, é que com seus rosnados
dilaceravam-se mutualmente nas mínimas disputas que se propagavam nos ambientes
estreitos das embarcações daqueles homens severos e maus que só se preocupavam
com o rendosos negócio que a escravaria oferecia, e a obra do navio negreiro na
África foi verdadeiramente vandálica, destruidora e sanguinária em razão do
número de raças exportadas de todos os recantos.
E
quando o navegador Antão Gonçalves aportou em Portugal com uma leva de escravos
capturados na ilha de Arguim, o reino português tratou de organizar uma
companhia marítima com o objetivo de incentivar e desenvolver o rendoso
comércio de tráfico de escravos africanos, e para isto criou a Companhia de
Lagos que empreendeu a sua viagem inaugural através de uma expedição comandada
pelo escudeiro Lançarote que ao retornar em 1444 desembarcou no Algarves
duzentos e trinta e cinco negros cativos.
E
devido ao resultado alcançado pela Companhia de Lagos e as lutas entre as várias
feitorias estabelecidas na África para fornecimento de escravos, acabou
motivando a formação de diversas companhias negreiras, e que entre elas podemos
citar a Companhia de Cacheu no ano de 1675, Companhia de Cabo Verde e Cacheu de
Negócios de Peretos em 1690, Companhia Real de Guiné e das Índias em 1693,
Companhia das Índias Ocidentais em 1636 e que devido ao êxito por ela alcançado
nas viagens para o Brasil a mesma inspirou ao padre jesuíta Antônio Vieira na
criação em 1649 da Companhia Geral do Comércio do Brasil e no ano de 1679 da
Companhia do Estado do Maranhão, e em 1723 da Companhia da Costa da África e
através do tino do Marquês de Pombal foram criada as Companhia do Grão Pará e
Maranhão e a Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, que juntas
transportaram um grande número de negros escravos da África.
Dos
grupos de Guiné e Nigricia foram importados os Jalopos que eram exímios
navegadores, Mandingas que haviam sido convertidos ao Maometismo e eram muitos
inteligentes e empreendedores.
Yorubas ou Minas eram
de uma raça forte, robusta e hábil, Felupos foram considerados como sendo os
mais selvagens de todas as raças, Fulas que se dividiam em Pretos, Vermelhos e
Forros com ascendência dos Chamita, Sectários de Maomet era o grupo mais organizado
e valente de todos eles, Balantos de comportamento altamente democrata,
Biafadas eram ótimos marinheiros e os grupos Papéis, Manjacos, Nalus, Bahuns
que não possuíam nenhuma classificação e das regiões do Congo e Angola tivemos
do grupo Banto os Ba-Congos que eram considerados como a tribo mais avançada da
África, Djaggas que haviam sido convertido ao cristianismo, Cabindas que eram
excelentes trabalhadores, e os Mussurongos, Eschicongos, Jagas e seus afins
Ban-Galas e do grupo Fiote tivemos os Bamba e os Hollos, Ambaquistas, e do
sertão africano tivemos os Ma-Quiocos que eram hábeis caçadores, Guissamas eram
muitos hábeis e valentes, Libollos eram excelentes agricultores e extremamente
pacíficos.
Do
grupo Bunda vieram todas as tribos, e do grupo N’Bundo vieram os Ba-Nanos,
Ba-Buenos e os Bailundos, os Bailundos que eram muitos aguerridos, altos e
fortes.
Os Bihenos que
possuíam o Dom artístico muito apurado, e do grupo Janguellas ou Baagangellas
tivemos os Ambuellas que se tornaram grandes mineradores nas minas de ferro, os
Guibandes que por se tratar de uma tribo muito pacifica possuíam o Dom
artístico muito apurado, os Banhanecas e os Ba-Ncumbis eram excelentes pastores
e agricultores, e dos grupos Bantos Orientais os Macuas eram muitos faladores e
inteligentes, os Manimdis e os Manguanguaras eram extremamente selvagens, os
Nyanjas ou Manganja eram muitos inteligentes e pacíficos, os Mavias eram bons
pescadores e do Senegal tivemos os Muzinhos, Maraves e os Ajaus que em sua
terra exerciam o comércio de marfim, e do ramo dos Bochimanos e Hotentotes
tivemos os Ba-Cancalas, Bacubaes, Ba-Corócas, Ba-Cuandos, Ba-Cassequeres,
Basutos, Bechhuanas e os Nubios.
Fonte:
www.segal1945.hpg.ig.com.br
Navio Negreiro
Somente para Leitura
NAVIOS NEGREIROS: TIPOLOGIAS, FABRICAÇÃO E MANEJO DA CARGA DAS
EMBARCAÇÕES UTILIZADAS PARA O TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O BRASIL.
O
Brasil formou-se na escravidão o processo mais longo de sua história. Não se
pode compreender o Brasil sem se voltar ao continente africano.
O tráfico de escravos
conduziu sua economia e sua formação ao longo de mais de 300 anos.
Com
base em recentes estudos históricos analisar-se-á as tipologias das embarcações
utilizadas para o tráfico de africanos para o Brasil entre fins do século XVIII
e meados do XIX, seus tamanhos, seus fabricos, a qualidade dos materiais
empregados, os locais onde eram construídos, suas tripulações, a mão de obra
empregada nesse processo e o manejo de sua carga no curso das viagens que
partiam de Angola e abasteciam de escravos o Rio de Janeiro e outras áreas do
centro-sul brasileiro.
A
contribuição da África para a cultura universal, tem sido crescentemente
valorizada por um número cada vez maior de pesquisas, resultando numa extensa
bibliografia. A contribuição direta dos segmentos da população africana é
percebida desde os primórdios da colonização no Brasil, mesmo tendo sido suas
práticas abafadas, marginalizadas ou deturpadas, comprometendo, assim a sua
inserção plena no processo social brasileiro mais amplo. Tal repressão
cultural, quando muito disfarçada pelo mito da democracia racial, desdobra-se,
aliás, em um não reconhecimento de valores e práticas sociais de raízes
africanas interiorizadas no conjunto da população brasileira.
Entre 40% e 60% da
população brasileira possui ascendência africana. A herança negro-africana é
também acentuada no domínio das práticas religiosas, da música, da dança, da
oralidade, da culinária, do artesanato, das técnicas agrícolas tradicionais e
da linguística. A abertura dos portos africanos teve efeitos profundos sobre a
África.
A vinda
de milhares de africanos para o Brasil, que faziam a travessia num canto de um
navio regido pela violência e abarrotado de gente cheia de medo, cansaço, sede
e fome transformou-se no objeto de estudo sobre o tráfico, conhecendo os modos
por meio dos quais se dava a captura dos escravizados na África e a variedade de
gentes envolvidas nesse processo.
Gravuras
como de Johan Moritz Rugendas, Negros no porão, tornaram-se a imagem do tráfico
negreiro e foram objetos de novas leituras no decorrer do tempo,
transformando-se em retrato cristalizado e fiel das condições em que o tráfico
negreiro para o Brasil era realizado. Essa gravura específica tornou-se um
clássico na ilustração de livros sobre o tema.
Descendendo de
família de artistas, Rugendas, pintor alemão que viveu alguns anos no Rio de
Janeiro na primeira metade do século XIX, descreveu o navio negreiro pondo
em cena o porão e as atrocidades que nele ocorriam. Robert Slenesidentifica
semelhanças entre o texto da Viagem Pitoresca de Rugendas e Memória a respeito
dos escravos e o tráfico da escravatura entre a costa d’África e o Brasil, escrita
por Luiz Antonio de Oliveira Mendes e publicada originalmente em 1793, além de
outras obras que teriam servido como fonte de inspiração para as gravuras do
artista bávaro que elaborou suas próprias descrições, sem ao menos ter posto os
pés em um tumbeiro.
Um dos
poucos viajantes a pisar em um navio carregado de africanos foi Robert Walsh.
Ainda no litoral africano, o navio em que ele viajava encontrou-se comum
negreiro brasileiro, uma embarcação bem armada e com equipagem internacional.
Depois de uma longa
perseguição, o negreiro apreendido foi descrito como: “De convés amplo com
seu mastro principal de velas latinas; atrás do mastro de proa estava situado o
enorme canhão (…) O teto era tão baixo e o lugar tão apertado que eles ficavam
sentados entre as pernas uns dos outros, formando fileiras tão compactas que
lhes era totalmente impossível deitar ou mudar de posição, noite e dia (…) Onde
não entrava luz nem ventilação a não ser nos pontos situados imediatamente
embaixo das escotilhas”. (WALSH apud RODRIGUES, 2005;83).
Nos
textos dos viajantes, nas gravuras, nos poemas, em grande parte das descrições
dos tumbeiros, os africanos escravizados são representados apenas no porão,
sendo a imagem que se tem dos navios
negreiros limitada a este compartimento, independente do tempo
como se não houvesse ocorrido mudanças na arquitetura naval.
O
tráfico de escravos para o Brasil fazia-se em diferentes embarcações, que se
transformaram ao longo do tempo.
As
mudanças técnicas e espaciais envolveram trabalho humano e influíram na maneira
pelas quais os africanos escravizados foram obrigados a fazer a travessia do
Atlântico.
O Navio Negreiro adaptado para o século XXI
Adaptação realizada por: Vânia Rufino - professora
O Navio Negreiro adaptado para o século XXI
Adaptação realizada por: Vânia Rufino - professora
Navio Negreiro
Somente para Leitura
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta; E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, — Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? Neste saara os corcéis o pó levantam, Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade! Embaixo — o mar em cima — o firmamento... E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa! Meu Deus! como é sublime um canto ardente Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos! Crianças que a procela acalentara No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, E o vento, que nas cordas assobia... ..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta? Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas, Sacode as penas, Leviathan do espaço, Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço, Donde é filho, qual seu lar? Ama a cadência do verso Que lhe ensina o velho mar! Cantai! que a morte é divina! Resvala o brigue à bolina Como golfinho veloz. Presa ao mastro da mezena Saudosa bandeira acena As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor, Lembram as moças morenas, As andaluzas em flor! Da Itália o filho indolente Canta Veneza dormente, — Terra de amor e traição, Ou do golfo no regaço Relembra os versos de Tasso, Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou, (Porque a Inglaterra é um navio, Que Deus na Mancha ancorou), Rijo entoa pátrias glórias, Lembrando, orgulhoso, histórias De Nelson e de Aboukir.. . O Francês — predestinado — Canta os louros do passado E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou, Belos piratas morenos Do mar que Ulisses cortou, Homens que Fídias talhara, Vão cantando em noite clara Versos que Homero gemeu ... Nautas de todas as plagas, Vós sabeis achar nas vagas As melodias do céu! ...
VI
Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo!as é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares! |
I
Estamos em plena Praça da Sé – Perdidos, malucos!
A umidade do ar bate recorde – difícil respirar
Estamos cansados de tanto correr
Tal qual uma massa enlouquecida
Estamos em plena Praça da Sé – Centro da cidade
Pessoas amassadas qual sardinha em latas
A máquina exala sua fumaça - chaminé,
— A multidão exausta e desolada pela consternação...
Estamos em plena Praça da Sé ... Dois mundos
Ali se percebe em um abraço insano
Negros, brancos, amarelos, vermelhos, ricos e pobres...
Quem é verdadeiramente bom ou ruim?
Estamos em plena Praça da Sé... Abrindo o coração
O hálito quente que sai de tantas bocas
Transpassa as narinas e vai de encontro aos vidros
Fazendo escorrer o suor de tantas palavras não ditas..
De onde viemos? Para onde vamos? Caminhos errantes
Quem sabe o rumo a tomar com tão pouco espaço?
Neste Saara não há mais cavalos
Que outrora galopavam deixando seus rastros.
Feliz quem esteve aqui outrora
Sentir desse período a bondade, a majestade!
Estamos embaixo da terra — acima, o concreto ...
E não há céu, apenas a imensidão de carros e insanidade!
Não consigo sentir a brisa! Estou sufocado
O que vem aos meus ouvidos é o ranger dos trilhos!
Meu Deus! Tão humilhante estar aqui!
Tantos vagões superlotados!
Somos rudes! Tornamo-nos rudes! Situações diversas...
Crivados por tantos duros golpes do destino!
Aqui somos como grãos de areia em pleno deserto
Na pátria profunda desse suposto Saara.
Ei, você! Por favor, espere! Deixe que eu grite
Os horrores das maldades da cidade,
A música que se ouve são as buzinas e as máquinas
Que produzem a falsa melodia aos nossos ouvidos...
Por que motivo o tempo passa tão depressa assim?
Por que escorre assim por entre meus dedos?
Quem me dera fazê-lo parar
Para poder assim apreciar – como um lunático!
Relógios e mais relógios, máquinas incansáveis
Que não dormem e nos fazem perder as noites,
Através das batidas ferozes de seus ponteiros,
Senhor do tempo, preciso demais de você!
II
Para quem importa saber quem sou eu?
De quem sou filho, de onde venho?
Nada disso adianta a ninguém
Aqui na selva de aço, é cada um por si mesmo,
Porém a morte é para todos, igualmente!
Neste pequeno espaço que me é cedido
Braços e pernas me tocam, não por minha vontade!
Mãos presas
ao aço frio da mesma barra tocada por tantos
Olhares perdidos no tempo
Aguardando sempre a próxima etapa do “jogo da vida”.
Somos uma junção de raças distintas: de Portugal, o idioma
Que lembra da colonização,
E de tantas lutas para acabar com ela!
Da Itália, a mão de obra para substituição dos escravos!
O vinho, as canções,
A religião, a fé, a veneração.
Da África, os que aqui deixaram muitas vidas,
Suor, lágrimas e muito trabalho sem proventos...
Dias de trevas longe de suas terras
Vidas e liberdades tomadas à mercê da vaidade aristocrata
O japonês – trabalhador incansável
Que veio da terra do Sol Nascente
(Por acreditarem fielmente que
Era de lá que vinha o grande planeta vermelho),
Forte, incansável, paciente e
Repleto de histórias de reis, castelos,
Dragões e princesas...
Os sírios e libaneses – eternos comerciantes –
Cantam sempre as glórias de seu passado
E, apesar de tantas guerras, as glórias do futuro!
E povos de tantas outras terras e culturas,
De tantos lugares do mundo todo,
De raças, crenças, culturas e vidas tão distintas
Vindos de barcos, aviões, ônibus e até mesmo à pé,
Homens feitos a perfeição de Deus
Uns cantam, outros dançam,
Outros choram suas mágoas...
Mercadores de tantas pátrias
Que sabem achar aqui em nossa terra,
Melodias para suas vidas!...
VI
Nós somos o povo que ama essa bandeira
Pra cobrir tanta infâmia, covardia e corrupção!!!!!
Para nós não vale somente a festa
Como pensam haver apenas vagabundos e prostitutas,
Essa é a minha pátria, minha cidade!
Mas como o meu governante me trata?
O silêncio é da certeza da repudia à mim e meus irmãos!
Aqui nesse coletivo, lavo meu pranto!!!!!
Em terra de tanta esperança, me vejo torturado
E não há brisa que beija essa abençoada terra,
Em que tantos derramam seu suor, e doam suas vidas
Fazem promessas, criam esperanças...
Onde a liberdade é apenas
Um sonho que se almeja.
Nosso trabalho é como as antigas lavouras dos escravos
Que serviam aos senhores como formigas
Tanta fatalidade, tanta hostilidade, muito desequilíbrio!
Qual a diferença do mundo atual?
Continuamos a ser escravos, mas agora, sem donos,
Na imensidão de carros e pessoas dessa metrópole
Na eterna cidade de pedra
Somos nós quem erguemos e guiamos esse turbilhão!
Será que vale tanta luta?
Somos reflexo dessa sociedade!!!!!
|
Tema- 5
Industrialização, Urbanização e
Imigração
Somente para Leitura
Indústria e
serviços
As
atividades industriais, pouco significativas nos primeiros decênios do século
XIX, começam a crescer junto com a economia cafeeira, na segunda metade do
século XIX. Enquanto de 1841 a 1845 apenas uma patente industrial é expedida,
entre 1851 e 1855 esse número sobe para 40. Na década seguinte, são fundadas 62
empresas industriais; 14 bancos; 3 caixas econômicas; 20 companhias de
navegação a vapor; 23 companhias de seguro; 4 companhias de colonização; 3 de
transportes urbanos; 2 companhias de gás e construídas 8 estradas de ferro.
Surgem grandes empreendedores no país, como Irineu Evangelista de Souza, o
visconde de Mauá.
Irineu
Evangelista de Souza (1813-1889), o visconde de Mauá, industrial, banqueiro,
político e diplomata, é um símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros
do século XIX. Inicia seus negócios em 1846 com uma pequena fábrica de navios
em Niterói (RJ).
Em um ano, já tem a maior
indústria do país: emprega mais de mil operários e produz navios,
caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas
e tubos para encanamentos de água.
É pioneiro no campo dos
serviços públicos: organiza companhias de navegação a vapor no
Rio Grande do Sul e no Amazonas; em 1852 implanta a primeira ferrovia
brasileira, entre Petrópolis e Rio de Janeiro, e uma companhia de gás para a
iluminação pública do Rio de Janeiro, em 1854.
Dois
anos depois inaugura o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia
pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora. Em sociedade com
capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participa da construção da
Recife and São Francisco Railway Company; da ferrovia dom Pedro II (atual
Central do Brasil) e da São Paulo Railway (hoje Santos-Jundiaí). Inicia a
construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e é responsável pela instalação
dos primeiros cabos telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa.
No
final da década de 1850, o visconde funda o Banco Mauá, MacGregor & Cia.,
com filiais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova York, Buenos
Aires e Montevidéu.
Liberal,
abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, torna-se persona non grata no
Império.
Suas
fábricas passam a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios são
abalados pela legislação que sobretaxava as importações.
Em 1875
o Banco Mauá vai à falência. O visconde vende a maioria de suas empresas a
capitalistas estrangeiros.
Impulso à
industrialização
Em 1844
é criada a tarifa Alves Branco, que aumenta as taxas aduaneiras sobre 3 mil
artigos manufaturados importados. Seu objetivo é melhorar a balança comercial
brasileira, mas acaba impulsionando a substituição de importações e a
instalação de inúmeras fábricas no país. Com o fim do tráfico negreiro, os
capitais empregados no comércio de escravos também impulsionam a
industrialização.
Novas indústrias
Em 1874
as estatísticas registram a existência de 175 fábricas no país. Dez anos
depois, elas já são mais de 600. Concentram-se em São Paulo, Rio de Janeiro e
Rio Grande do Sul e empregam mais de 20 mil operários.
O capital vem geralmente do setor agrário: vários
fazendeiros diversificam seus negócios e transformam-se em capitães de
indústria.
Imigração
Européia
Na
segunda metade do século XIX, especialmente a partir de 1870, novas nações,
como a Alemanha, França, Bélgica, Itália, Estados Unidos e Japão, ingressaram
na etapa capitalista, disputando com a Inglaterra as fontes de matérias-primas
e mercados. A expansão do capitalismo, o melhoramento dos meios de transporte
como as ferrovias e a navegação a vapor, e as novas descobertas científicas
aliaram-se ao crescimento populacional.
Industrialização:
o início da modernização
As
grandes somas de dinheiro vindas das exportações do café não só foram aplicadas
na expansão da própria cafeicultura como também financiaram a instalação de
indústrias e a modernização do país.
Além do dinheiro da cafeicultura,
duas importantes medidas favoreceram o crescimento da indústria: a tarifa Alves
Branco e a extinção do tráfico de escravos.
A elevação de impostos sobre
importados
Em 1844, o ministro
da Fazenda, Manuel Alves Branco decretou uma nova tarifa alfandegária sobre os
produtos importados A elevação da tarifa aumentou o preço dos produtos
importados, forçando o consumidor brasileiro a procurar um produto semelhante
nacional.
Antes
de 1844, os produto importados pagavam só 15% sobre seu valor nas alfândegas
brasileira. Com a Tarifa Alves Branco, a maioria dos produtos importados tinha
que pagar 30% de imposto. Mas se houvesse a fabricação no Brasil de produto
nacional semelhante, o artigo importado passava a pagar 60% de imposto.
As Transformações Econômicas, Políticas e Sociais no Brasil.
As Transformações Econômicas, Políticas e Sociais no Brasil.
A crise do Império foi
resultado das transformações processadas na economia e na sociedade, a partir
do século XIX., somando-se conduziram importantes setores da sociedade a uma
conclusão: a Monarquia precisava ser superada para dar lugar a
um outro regime político mais adaptado aos problemas da época.
A crise
do Império foi marcada por uma série de questões que desembocaram na
Proclamação da República.
Em linhas gerais podemos
afirmar que a economia do Segundo Reinado manteve seu modelo agro-exportador
integrado nos quadros da economia capitalista com a emergência de uma nova
cultura: o café.
Café: o novo
ouro brasileiro
O café
foi introduzido no Brasil por volta de 1727. A princípio, era um produto sem
grande valor comercial. Utilizava-se o café como bebida destinada apenas ao
consumo local.
Entretanto,
a partir do início do século XIX, o hábito de beber café alcançou grande
popularidade na Europa e nos Estados Unidos. E crescia rapidamente o número de
consumidores internacionais do café.
O clima e o tipo de
solo do sudeste brasileiro favoreciam amplamente o desenvolvimento da lavoura
cafeeira. O país tinha disponibilidade de novas terras e já contava com a
mão-de-obra escrava, que foi deslocada para a cafeicultura.
Com
todos esses recursos, o Brasil tornou-se em pouco tempo o principal produtor
mundial de café.
De 1830 até o fim do
século, o café foi o principal produto exportado pelo Brasil.
Os
grandes lucros gerados pela exportação do café possibilitaram a recuperação
econômica do Brasil, que tinha suas finanças abaladas desde o período da
Independência, devido à queda das exportações agrícolas.
A poderosa
classe dos cafeicultores
A
riqueza do café fez dos cafeicultores a classe social mais poderosa da
sociedade brasileira. Eles passaram a exercer grande influência na vida
econômica e política do país.
A economia cafeeira do século
XIX dividia-se em dois setores básicos:
Setor tradicional: faziam parte deste grupo os cafeicultores das
fazendas de café mais antigas, localizadas na Baixada Fluminense e no Vale do
Paraíba.
Setor moderno: composto de cafeicultores das fazendas de café de áreas mais recentes, localizadas no oeste de São Paulo.
Setor moderno: composto de cafeicultores das fazendas de café de áreas mais recentes, localizadas no oeste de São Paulo.
Principal pólo produtor: Oeste
Paulista
Características: Condições
geoclimáticas altamente favoráveis: terra
roxa Utilização de mão de obras imigrante verificando-se a transição para o
trabalho assalariado Cultura racional é realizada com mentalidade mais
empresarial Predomínio do Porto de Santos com escoadouro da produção Implantação
do sistema ferroviário Constituição
de uma nova elite econômica: a buburguesia cafeeira do
oeste paulista Abertura de novos mercados externos notadamente EUA Amplos
investimentos de origem inglesa.
Problemas
Sociais no Brasil - A Desigualdade Social no Brasil
Desde
os primórdios do processo de desenvolvimento brasileiro, o crescimento
econômico tem gerado condições extremas de desigualdades espaciais e sociais,
que se manifestam entre regiões, estados, meio rural e o meio urbano, entre
centro e periferia e entre as raças.
Essa disparidade econômica se reflete especialmente sobre a
qualidade de vida da população: expectativa de vida, mortalidade
infantil e analfabetismo, dentre outros aspectos.
Em anos
mais recentes, a desigualdade de renda no Brasil pode ser atribuída a fatores
estruturais sócio-econômicos, como a elevada concentração da riqueza mobiliária
e imobiliária agravada pelo declínio dos salários reais e à persistência dos
altos juros. A crise energética do País, anunciada em no mês de maio passado,
juntamente com os riscos de contágio da crise Argentina, afetam negativamente o
potencial produtivo brasileiro e reduzem a entrada investimentos externos ,
limitando ainda mais, as chances de geração e de distribuição de emprego e
renda no Brasil. A desigualdade se tornou a marca maior da sociedade
brasileira.
O
relatório 2001 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 162 países, referente a
1988/99 – período em que ocorreram recessões no Brasil, apontou que o País
passou da 74a posição no ranking mundial, em 1988, para o 69o lugar.
Mesmo assim, o Brasil continuou
atrás de seus principais vizinhos sul-americanos: Argentina (34a)
e Uruguai (37a). De acordo com o relatório, as mudanças nos indicadores de
melhoria de vida da população brasileira não têm mudado de forma significativa,
tendendo para a estabilidade. Por exemplo, em 2000, as políticas sociais do
País consumiam 23% do orçamento federal, sendo que pouco desse total chegava efetivamente
aos mais pobres. O relatório indica que, enquanto 9% da população vive com
menos de US$ 1 por dia, 46,7% da renda nacional está concentrada nas mãos de
apenas 10% da população. A expectativa de vida do brasileiro permaneceu
praticamente inalterada desde o último relatório, indicando a média de 67,2
anos de vida para a população.
Para entender a
origem de tais disparidades no Brasil é necessário introduzir uma perspectiva
mais ampla, abrangendo o passado histórico, sem desconsiderar as dimensões continentais
do país.
Podemos começar a explicar isso
pelo fator mais evidente: a escravidão, que é o paroxismo da exclusão: o Brasil importou o
maior número de escravos da África dentre todas as colônias no Novo Mundo e,
como Cuba, foi um dos últimos países a libertá-los (em 1888). Mesmo
considerando-se os movimentos ascendentes na escala social – os imigrantes são
um exemplo eloqüente disso -, a grande massa não teve condições de impor às
elites uma distribuição menos desigual dos ganhos do trabalho. Nem logrou,
eficazmente, exigir do Estado o cumprimento de seus objetivos básicos, entre os
quais se inclui, na primeira linha, a educação. As seqüelas desse feito
representam imenso obstáculo para uma repartição menos iníqua da riqueza e
perduram até hoje.
A experiência
brasileira é rica em programas e projetos para atenuar as desigualdades
regionais e sociais.
Mesmo que a maioria delas não
tenham obtido os resultados esperados, há exemplos de políticas sociais que
estão tendo impacto favorável: o salário mínimo, a aposentadoria
rural, a bolsa-escola, a renda mínima e a reforma agrária. No entanto, essas
iniciativas não tem sido suficientes para resolver os problemas das
desigualdades no Brasil.
A Desigualdade na
concepção Platônica
Platão não pretendia como muitos intérpretes
afirmavam abolir as classes sociais, e sim teve ele intenção de reformar o sistema de classes
estabelecido pelas diferenças de renda e patrimônio (ricos, pobres e remediados), substituindo-o por outro baseado nas atribuições naturais com
que cada um é dotado (razão,
coragem, apetite).
Adepto da mulher desenvolvendo
atividades junto aos homens e de um filósofo no comando maior das questões.
Segundo
ele, a sociedade ideal, perfeita, só é possível suprimindo-se com a desigualdade entre os cidadãos,
cabendo ao Estado confiscar toda a riqueza privada fazendo dela um fundo comum
utilizado somente para a proteção coletiva. O ouro não sendo de ninguém em
particular, sendo tesouro estatal, não poderá ser usado para provocar a
discórdia e a inveja, tão prejudicial à paz social.
Problemas Sociais no Brasil
Nosso país é muito grande e
possui inúmeras riquezas tais como: extensas áreas de florestas, cerrados e
campos, importantes reservas de minérios, grande número de rios e terras
férteis para plantar.
Mesmo
com todas estas riquezas não estamos livres dos problemas sociais, que
acontecem em todas as regiões do país, sendo sua maior concentração nas grandes
cidades, pelo fato do rápido crescimento gerado pelo êxodo rural (deslocamento
do campo para as cidades).
Dessa forma, faltam: moradias, hospitais, escolas e
empregos.
Diversos fatores
contribuem para os problemas sociais e muitas vezes um problema esta associado
ao outro, tornando mais complexa à solução e sendo necessário o envolvimento
dos mais diversos setores da sociedade.
Corrupção
política
Os atos
de corrupção praticados pelos políticos são considerados além de crime um
problema social, devido afetar diretamente a população brasileira.
As fraudes públicas
custam ao país bilhões de dólares por ano. Elas ocorrem quando governantes,
funcionários públicos e pessoas do setor privado usam o dinheiro dos impostos
para se beneficiar e enriquecer.
O
desvio de dinheiro dos cofres públicos pelos corruptos prejudica principalmente
a população mais pobre do país. Esse dinheiro, que deveria ser investido na
construção de casas populares, no saneamento básico, em educação, na melhoria
de hospitais públicos e nos transportes, é transferido para a conta bancária de
alguma pessoa ou de um grupo.
A corrupção custa
muito caro à população de um país. Como exemplos, há alguns anos, na construção
do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo e na compra de ambulâncias
para alguns municípios brasileiros, foram desviados cerca de 240 milhões de
reais dos cofres públicos. Essa quantia seria suficiente para construir 200 mil
casas populares, que abrigariam 800 mil pessoas.
Quando
ocorre esse desvio, muitas melhorias em portos, estradas, escolas,
universidades, postos de saúde, etc. não são feitas, contribuindo para o atraso
econômico do país e a manutenção da pobreza.
Mas a corrupção não
existe só entre os políticos. Quando alguém suborna um funcionário público para
conseguir favores do governo também está sendo corrupto. Assim, precisamos
estar atentos para não praticar atos corruptos, nem permitir que os outros
pratiquem.
Educação
O
Brasil não cumpre o preceito constitucional de assegurar educação de qualidade
a todos os jovens e crianças.
Nem todas as escolas
públicas brasileiras têm as condições adequadas para que os alunos estudem.
O atraso escolar,
causado principalmente pelo ingresso tardio no colégio, pela repetência e pelo
abandono, é um problema que persiste no país.
estímulos, muitos estudantes abandonam a
escola antes de completar a formação básica, o que no futuro dificultará sua
entrada no mercado de trabalho.
Segundo
dados da UNESCO, Países ricos investem 71% a mais no ensino fundamental que o
Brasil.
Somente se pusermos a
educação no centro das políticas, o Brasil terá como romper o ciclo de pobreza
e exclusão.
Exclusão social
Aproximadamente
25% da população brasileira não têm acesso à moradia, educação, saúde, emprego
e alimentação dignos de um cidadão.
Esse
grande número de brasileiros sofrem a chamada exclusão social, isto é, eles não
têm acesso às condições mínimas previstas na constituição brasileira.
O fator
responsável por este quadro é a má distribuição de renda entre a população, ou
seja, poucos têm muito e muitos têm pouco.
Mercado de
trabalho
Muitos
têm poucas chances de conseguir um, porque têm baixa escolaridade e, assim, não
estão qualificados para ocupar as vagas disponíveis.
Para
sobreviver, grande parte dos desempregados faz o chamado “bicos”, ou seja,
pequenos serviços que rendem pouco dinheiro (ambulantes, carregadores, diarista
etc). Esse tipo de ocupação é denominado subemprego.
Saneamento
básico
Saneamento
básico é o conjunto de medidas que visam à saúde e à qualidade de vida da
população.
São elas: tratamento e
distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto e lixo, limpeza e
preservação de rios, represas e praias.
Um
sistema adequado de coleta e tratamento de água, lixo e esgoto é importante
para proteger a saúde da população evitando a proliferação de doenças.
Apesar
da importância do saneamento básico, apenas 51% dos brasileiros dispunham desse
serviço. Os 49% restantes estão mais sujeitos a contrair doenças, pois vivem em
lugares sem saneamento básico. Além disso, são esses 49% que menos dispõem dos
serviços de saúde pública, que são precários.
A taxa
de mortalidade entre crianças de 1 a 6 anos nas áreas que não têm coleta de
esgoto é maior do que nas áreas que dispõem desse serviço.
A boa notícia é que o
número de brasileiros atendidos pelo saneamento básico vem aumentando. Porém o
país ainda terá de investir muito por mais vinte anos para atender a toda a
população.
Violência
A
violência se manifesta por meio da tirania, da opressão e do abuso da força.
Ocorre do constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer
ou deixar de fazer um ato qualquer.
Ela se
apresenta nas mais diversas configurações e pode ser caracterizada como
violência contra a mulher, a criança, o idoso, violência sexual, política,
violência psicológica, física, verbal, dentre outras.
A
violência, em seus mais variados contornos, é um fenômeno histórico na
constituição da sociedade brasileira. A escravidão (primeiro com os índios e
depois, e especialmente, com a mão de obra africana), a colonização
mercantilista, o coronelismo, as oligarquias antes e depois da independência,
somados a um Estado caracterizado pelo autoritarismo burocrático, contribuíram
sobremaneira para o aumento da violência que atravessa a história do Brasil.
Diversos
fatores colaboram para aumentar a violência, tais como a urbanização acelerada,
que traz um grande fluxo de pessoas para as áreas urbanas e assim contribui
para um crescimento desordenado e desorganizado das cidades. Colaboram também
para o aumento da violência as fortes aspirações de consumo, em parte
frustradas pelas dificuldades de inserção no mercado de trabalho.
As
causas da violência são associadas, em parte, a miséria, fome, desemprego e
corrupção, uma das piores chagas brasileiras. Mas nem todos os tipos de
criminalidade derivam das condições econômicas. Além disso, um Estado
ineficiente e sem programas de políticas públicas de segurança, contribui para
aumentar a sensação de injustiça e impunidade, que é, talvez, a principal causa
da violência.
Problemas Sociais no Brasil
Falta
de oportunidades de trabalho digno, ausência de planejamento familiar e
disparidades no sistema educacional do Brasil são grandes obstáculos no
desenvolvimento da cidadania.
A nossa
Constituição Federal de 1.988, em seu artigo 205 fixa como fim da educação
nacional o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
O artigo 5º: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção, de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
O artigo 227 introduziu, no
direito brasileiro, um conteúdo e um enfoque diferenciado trazendo para nossa
sociedade muitos avanços no que diz respeito à criança e ao adolescente:
“É
dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda e
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão”
Portanto,
quando perguntamos sobre as possibilidades da existência de cidadania não nos
referimos ao que consta formalmente na Lei como tal, mas sim sobre a sua
existência de fato pensando o conjunto da população.
Embora o Brasil tenha avançado na área social
nos últimos anos, ainda persistem muitos problemas que afetam a vida dos brasileiros.
Proclamação da República.
Idéias
republicanas aparecem no Brasil desde o período colonial. Estão presentes em
movimentos como a Inconfidência Mineira, de 1789, ou na Revolução Pernambucana,
de 1817. Após a independência, ressurgem na Confederação do Equador, de 1824,
na Guerra dos Farrapos, de 1835 a 1845, e nos vários levantes liberais e
populares. Voltam à cena nos anos 60, bancadas principalmente por setores do
Partido Liberal.
Manifesto republicano
Em
dezembro de 1870 surge no Rio de Janeiro o jornal A República, que publica o
Manifesto Republicano, texto de referência para os republicanos brasileiros.
Defende
o federalismo em oposição ao unitarismo do Império, prega o fim da união
Estado-Igreja e do Senado vitalício. Essas idéias ganham força em Províncias
importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, onde são
formados partidos republicanos regionais, uma novidade frente aos partidos até
então constituídos, de caráter nacional.
Primeira
República
O Brasil tem
uma república recente.
Tudo começou quando o Marechal Deodoro da Fonseca liderou
um golpe militar que tomou o poder longe da monarquia e estabeleceu a república
militar.
O Brasil monárquico
falhou por uma série de razões que acabou em um golpe, em 1889, quando em 15 de
novembro, o Marechal
Deodoro da Fonseca reuniu cerca as forças armadas e
liderou o grupo que proclamou a república brasileira, para a queda da monarquia
constitucional brasileira e, portanto, do imperador Dom Pedro II.
A Proclamação da República
(1889)
15 de novembro – Proclamação da
República
Em 15
de novembro de 1889, o Marechal
Deodoro da Fonseca liderou o grupo que proclamou a
república brasileira, tornando-se o primeiro presidente do país já teve. As
províncias se tornaram estados e ganhou autonomia política para tomar suas
próprias decisões.
O Brasil é oficialmente
dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste
e Sul.
Regiões brasileiras
O
Brasil é o maior país da América do Sul eo quinto maior do mundo, com uma área
de 8,515,767 km².
O país está dividido em 26
estados e no Distrito Federal. Durante o século 20, o Brasil foi dividido pelo
IBGE em três áreas diferentes: as mesorregiões, microrregiões e as
macro-regiões.
A divisão
macro-região é a divisão oficial adotada pelo governo brasileiro.
Diferentemente da meso-região e micro-região, este tipo de divisão é uma
regionalização administrativa e científica que obedece aos limites das
fronteiras entre os estados brasileiros.
É composto por cinco
macro-regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Eles foram
criados de acordo com semelhanças físicas, políticas, sociais e econômicas.
Espaço de divulgação de trabalhos de alunos - 4º Bimestre
Trabalho de História - Escola: Eunice Marques - Matéria: História - Tema: Revolução Farroupilha (farrapos) São Paulo/Novembro - 2023
Trabalho de autoria da aluna: Nayara Borges - 8º ano C e grupo - para acessar o trabalho basta copiar o link abaixo e colar em outra janela.
file:///C:/Users/User/Downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o.pdf
Referências Bibliográficas
Boulos, Junior, Alfredo - História, Sociedade & Cidadania, 8º ano/Alfredo Boulos Junior. - 3ª Ed. - São Paulo: FTD 2015
- Dias, Adriana Machado - Vontade de Saber, história: 8 ano : Ensino Fundamental: anos finais - Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco Cesar Pellegrini - 1 ed. São Paulo : Editora Quinteto, 2018.
- Dantas, Duarte Monica - Revoltas, Motins e Revoluções, Homens livres pobres e libertos no Brasil do século XIX/ Monica Duarte Dantas (org) - São Paulo : Alameda, 2011
Hernandez, Leila Maria Gonçalves Leite - A África na Sala de Aula: visita a história contemporânea/ Leila Leite Hernandez - 2ª ed. rev. - São Paulo. - Selo Negro, 2008
- Reis, João José - Rebelião escrava no Brasil: história do levante dos Malês em 1835/ João José Reis - Edição revista e ampliada - 3ª ed. - São Paulo : Companhia das Letras, 2012
- Pesavento, Sandra Jatahy - Revolução Farroupilha/Sandra Jatahy Pesavento, - São Paulo : Brasiliense, 2003
- Davis, Mike - Planeta Favela/ Mike Davis; Tradução Beatriz Medina. - São Paulo : Boitempo, 2006
- Fausto, Boris, História do Brasil/Boris Fausto - 13ª ed. I. Reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo - USP, 2009.
- Dias, Adriana Machado - Vontade de Saber, história: 8 ano : Ensino Fundamental: anos finais - Adriana Machado Dias, Keila Grinberg, Marco Cesar Pellegrini - 1 ed. São Paulo : Editora Quinteto, 2018.
- Dantas, Duarte Monica - Revoltas, Motins e Revoluções, Homens livres pobres e libertos no Brasil do século XIX/ Monica Duarte Dantas (org) - São Paulo : Alameda, 2011
Hernandez, Leila Maria Gonçalves Leite - A África na Sala de Aula: visita a história contemporânea/ Leila Leite Hernandez - 2ª ed. rev. - São Paulo. - Selo Negro, 2008
- Reis, João José - Rebelião escrava no Brasil: história do levante dos Malês em 1835/ João José Reis - Edição revista e ampliada - 3ª ed. - São Paulo : Companhia das Letras, 2012
- Pesavento, Sandra Jatahy - Revolução Farroupilha/Sandra Jatahy Pesavento, - São Paulo : Brasiliense, 2003
- Davis, Mike - Planeta Favela/ Mike Davis; Tradução Beatriz Medina. - São Paulo : Boitempo, 2006
- Fausto, Boris, História do Brasil/Boris Fausto - 13ª ed. I. Reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo - USP, 2009.
A prova do 3º bimestre com os temas: A Revolução Francesa e A Chegada da Família Real no Brasil
ResponderExcluirhttps://docs.google.com/forms/d/15PAqawOGILDS7q4D0ifUe4k3f8n09dY5hJcacBO2X1c/edit
Atividades de pesquisa do 4º bimestre
ResponderExcluirhttps://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeiqKqHxZ53Yybe9QoLuYwTuOqroNCq2OzG6deFRRn1M5h8yA/viewform?usp=sf_link
2º Bimestre de 2023 - atividades de pesquisas de conceitos:
ResponderExcluirhttps://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeWF6KX1Pvc6Eq69N4XZkFtv4iGAuTdEJQVIIlhpWsmBQKrrw/viewform?usp=sf_link