quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA - 8º ANO D


Plano de Trabalho do  Projeto Vida - Para os 1º ao 4º 

Bimestre 2020 





A Escola 

" Escola é...
O lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas,
quadros, programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor e gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um 
se comporte como colega, amigo, irmão
Nada de 'ilha cercada de gente por todos os
lados'.
Nada de conviver com as pessoas e depois
Descobrir que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, 
não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se 'amarrar nela'!
Ora, é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz."


( autor desconhecido )





Referências Bibliográficas


Boulos, Junior, Alfredo - História, Sociedade & Cidadania, 1º ano/Alfredo Boulos Junior. - 2ª Ed. - São Paulo: FTD 2016 

PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA 9º ANOS - A-B-C


Plano de Trabalho do  Projeto Vida - Para os 1º ao 4º 

Bimestre




PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA - 1º ANOS - A-B-C


Plano de Trabalho do  Projeto Vida - Para os 1º ao 4º 

Bimestre


PROJETO DE VIDA
 O QUE É MESMO “PROJETO DE VIDA”?

Caro(a) estudante, Você está na 1ª série, início de uma nova etapa no Ensino Médio. Quanta novidade, não é mesmo? Você agora tem mais professores, novos colegas e disciplinas que ainda não conhecia. Junto com tudo isso, você encontra novas possibilidades! E é para te acompanhar nestas descobertas e sonhos que este Caderno está aqui.
Durante os próximos meses, você poderá contar com este material para registrar todas as ideias, planos, dúvidas e objetivos que tiver. Você vai, neste caminho, se preparar para agir com cada vez mais responsabilidade, autonomia e para “correr atrás” daquilo que considera importante. Projeto de Vida (PV) é um espaço reservado para tudo isso. É verdade que é mais uma das disciplinas novas que você tem. Por isso, fique tranquilo(a): haverá tempo para entender sobre o que se trata. No Acolhimento, você já deve ter descoberto um pouco e, nos próximos dias, saberá muito mais. Resumindo, PV, neste ano, permitirá: • Pensar em como as experiências que você já viveu e ainda vai viver na escola podem contribuir para chegar mais perto dos seus sonhos; • Identificar qual é o seu papel nos diferentes locais pelos quais passa no seu dia-a-dia (na sua casa, na sua comunidade, na sua escola etc); • Conhecer novas disciplinas, colegas, professores e se preparar para viver tudo que o Ensino Médio lhe reserva; • Descobrir assuntos novos que lhe interessam e que podem lhe inspirar a sonhar com coisas que você nunca tinha imaginado! Para que tudo corra bem, é preciso que você se comprometa a estar envolvido(a) nas atividades e participe de forma protagonista.
Você conhece essa palavra? É um bom começo para falar de PV. Ser protagonista é ocupar o principal papel na sua vida! É quando você escuta as pessoas ao seu redor e, depois, consegue tomar a decisão do que fazer sozinho(a), reunindo tudo que aprendeu. Dá para ser protagonista na escola, em casa, no bairro, em uma partida de futebol etc. E, por falar em escola, estudar é o principal caminho para a realização de seus sonhos. O que acontece durante as aulas, nos intervalos, quando você conversa com seus colegas, com seus professores e muito mais, contribui para que você aprenda coisas diferentes e importantes para seu futuro e presente. Em várias atividades, você será convidado(a) a prestar atenção nisto: como o que acontece na escola lhe ajuda a chegar mais perto do que sonha. Antes de partirmos para as atividades, um lembrete importante: PV não é só sobre o futuro. É sobre o agora. Tem a ver com a maneira como você toma as suas decisões e faz os seus planos para atingir o que espera para seu futuro. Dessa forma, este Caderno pretende apoiar e complementar as aulas de Projeto de Vida. Além disso, em alguns momentos, vai te ajudar a perceber que o que você aprende em outras aulas tem a ver com o seu Projeto de Vida. Vamos começar? Para isso, há um primeiro passo importante: criar o seu Diário de Práticas e Vivências.

POEMA DA MULHER TRABALHADORA

1
Disseram que a mulher se libertou
Não foi o que a Maria achou
Ela trabalha duro todo o dia
E tem raros momentos de alegria
Ela gera dinheiro para o patrão
Mas no fim do mês, fica sem um tostão

2
Disseram que a mulher é a rainha do
lar
Não é o que a Cleomar acha
Limpa a casa até o anoitecer
Enquanto o marido assiste TV
Esse marido também é explorado
Mas trata a mulher pior do que é 
tratado

3
Disseram que a mulher é assim
naturalmente
Tem que cuidar dos filhos, da casa,
e de toda a gente
Ah, mas que gente incompetente!
Não suspeita que a mulher é diferente
Que ela pensa, ama, chora
Que perde suas preciosas horas
Em trabalhos que ninguém reconhece
Em esforços que todos esquecem?

4
E se a mulher trai o marido
É motivo pra pancada
Mas se o marido trai a mulher
Ah...Ninguém lembra de nada

5
A mulher é duplamente explorada
Trabalha em casa e não recebe nada
Trabalha fora e é humilhada
Oprimida também pela mulher
patroa
Pois há mulheres que ganham
dinheiro e esquecem das outras

6
Disseram que a mulher é objeto
E ainda acham isso correto
Em cada propaganda odiosa e
machista
Que expõe só o seu corpo na revista
Que esquece que a mulher também
é pessoa
Essa é a verdade doa a quem doa

7
A mulher é escritora inteligente,
artista
Trabalhadora da fábrica, cientista
Ela é lutadora e defende seus
direitos
E aos poucos desfaz os preconceitos
Ela luta com força contra o patrão
opressor
E tenta convencer o companheiro
trabalhador
De que homens e mulheres do povo
são iguais
E aqueles que oprimem não o
farão jamais
E ao invés de se sentirem sozinhas e 
unitárias
Se unem e gritam forte: Viva 
as LIBERTÁRIAS!

(aqui: http://coletivolibertarias.blogspot.com.br/2013/05poema.html) 




Poema



Disseram que a mulher se libertou
Não foi o que  a Maria achou
Ela trabalha duro todo o dia
E tem raros momentos de alegria
Ela gera dinheiro para o patrão
Mas no fim do mês, fica sem um tostão
Disseram que a mulher é a rainha do lar
Não é o que acha a Cleomar
Limpa a casa até anoitecer
Enquanto o marido assiste TV
Esse marido também é explorado
Mas trata a mulher pior do que é tratado
Disseram que a mulher é assim naturalmente
Tem que cuidar dos filhos, da casa, e de toda a gente
Ah, mas que gente incompetente!
Não suspeita que a mulher é diferente
Que ela pensa, ama, chora
Que perde suas preciosas horas
Em trabalhos que ninguém reconhece
Em esforços que todos esquecem?
E se a mulher trai o marido
É motivo pra pancada
Mas se o marido trai a mulher
Ah...Ninguém lembra de nada
A mulher é duplamente explorada
Trabalha em casa e não recebe nada
Trabalha fora e é humilhada
Oprimida também pela mulher  patroa
Pois há mulheres que ganham dinheiro e esquecem das outras
Disseram que a mulher é objeto
E ainda acham isso correto
Em cada propaganda odiosa e machista
Que expõe só o seu corpo na revista
Que esquece que a mulher também é pessoa
Essa é a verdade doa a quem doa
A mulher é escritora inteligente, artista
Trabalhadora da fábrica, cientista
Ela é lutadora e defende seus direitos
E aos poucos desfaz os preconceitos
Ela luta com força contra o patrão opressor
E tenta convencer o companheiro trabalhador
De que homens e mulheres do povo são iguais
E aqueles que os oprimem não o farão jamais
E ao invés de se sentirem sozinhas e unitárias
Se unem e gritam forte: Viva as LIBERTÁRIAS!







































PLANEJAMENTO DE AULAS PARA OS 3º ANOS A-B-C-D - HISTÓRIA

Planejamento de Aulas para os 3º anos A, B e C e D, para os 1º ao 4º- Bimestre

1º  Bimestre

Tema -1 :  Imperialismo e Neocolonialismo

História do Imperialismo na África
       Na segunda metade do século XIX, a África foi colonizada e explorada por nações europeias, principalmente, Reino Unido (Inglaterra), França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. Este período é conhecido como neocolonialismo.
          Como a Europa passava pelo processo de Revolução Industrial, necessitava de matérias primas, fontes de energias e principalmente de novos mercados consumidores para suas mercadorias produzidas nas industrias europeias . Uma solução encontrada foi a exploração de regiões na Ásia, África e Oceania. 

Partilha da África 
        Tanto a partilha como a ocupação efetiva foram impulsionadas pela concorrência entre as várias economias industriais, buscando obter e preservar mercados, pela pressão econômica de 1880 que desencadeou o expansionismo europeu. Como consequência da articulação desses processos, assistiu-se ao imperialismo que agressivamente conquistou áreas de influências , protetorados e colônias, em particular no continente africano.
              Não é difícil compreender que o imperialismo de fins do século XIX esteve ligado ao desenvolvimento do sistema capitalista, em uma fase cuja a inovação é a forma como se articula política e economia, na qual o Estado assumiu, decisivamente, o papel de parceiro e interventor econômico.


Conferência de Berlim
        A partilha da África, realizada de forma despótica, teve seu ápice quando da realização da Conferência de Berlim, que iniciou em 1884 e durou até o ano subsequente. 
        A conferência contou com a participação de 15 países, 13 eram pertencentes a Europa e o restante advindo do Estados Unidos da América e Turquia. Apesar dos Estados Unidos da América não possuírem colônias no continente africano, era um poderio que se encontrava em fase de crescimento, visando assim a conquista de novos territórios.
      Vários temas foram abordados durante a Conferência, porém, o objetivo maior era a elaboração de um conjunto de regras que dispusessem sobre a conquista da África pelas potências coloniais da forma mais ordenada possível, mas acabou resultando em uma divisão nada pacífica . 
        A Inglaterra e a França, foram os países que mais abocanharam o maior número de países africanos, em segundo lugar Portugal, Bélgica, Espanha e Itália. No caso da Alemanha, Holanda, Dinamarca Suécia, Áustria, Hungria e o Império Otomano. Estes países ficaram fora da partilha e os Estados Unidos da Amária.
         Os países europeus que foram beneficiados na divisão da África eram potências comerciais ou industriais que já possuíam negócios mesmos  que indiretos com o Continente Africano. 
          Durante a conferência houve um momento de tensão muito sério. Tudo se deu devido a um plano apresentado por Portugal, conhecido como Mapa Cor de Rosa, no qual ele esbouçou a intenção de ligar Angola e Moçambique a fim de aprimorar a comunicação entre as duas colônias e tornar mais fácil o comércio e o transporte de mercadorias.
        A aprovação da ideia foi unânime, até o momento em a Inglaterra, que Portugal considerava sua aliada, se opôs veemente e ameaçou por meio de um ultimato que ficou conhecido na história pelo nome de ultimato Britânico de 1890 - declarar guerra a Portugal caso esse não desistisse de seus planos. Portugal agiu com bom senso, pois temendo represálias, abandonou a ideia.
      A Alemanha perderia suas poucas colônias após a Primeira Grande Guerra Mundial, acontecendo a mesma coisa com a Itália na Segunda Grande Guerra Mundial.  O quadro ficou assim definido após o termino da Conferência. 
        A Inglaterra tornou-se a dirigente de toda África Austral, pertencente à parte Sul. Banhada pelo Oceano Índico e pelo Oceano Atlântico em seu litoral ocidental, exceto Angola e Moçambique - colônias portuguesas ao sudoeste africano e da África Oriental com poucas exceções - A Costa Ocidental e o Norte foram repartidos com a França, Espanha e Portugal. A região do Congo ficou com os belgas e franceses. 
        No começo do século XX, o continente africano se encontrava em condições lamentáveis, totalmente cortado em pedaços, um para cada ocupante imperialista europeu. 
        A economia tradicional ou de subsistência foi totalmente desarticulada quando ao ingresso de cultivos destinados exclusivamente para o sustento e bem-estar das carências das Metrópoles.
       Na colonização, a África foi retalhada  com interesses e benfeitorias dos europeus, tribos aliadas  foram separadas e tribos inimigas foram unidas em um mesmo local. É por este motivo também que nos dias de hoje ocorrem tantas guerras civis. 

Tema -2 : A Primeira Grande  Guerra Mundial 
A Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918)
Introdução: 
         Um dos primeiros sinais dessa vindoura crise se deu por meio de uma intensa corrida armamentista. Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e empreendiam meios para engrossar as fileiras de seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações. 

Tríplice Aliança - formada inicialmente pelos países: Alemanha, Império Austro-Húngaro e pela Itália.

Tríplice Entente - formada inicialmente pelos países: Rússia, França e Inglaterra. 

        Mediante a este contexto, estava formado o terrível "barril de pólvora" que explodiria com o início da guerra em 1914.
        Utilizando da disputa pela região dos Bálcãs, a Europa detonou um conflito que inaugurava o terrível poder de armamentos como: metralhadoras, submarinos, tanques de guerra, aviões e gases venenosos. Ao longo de quatro anos, a destruição e a morte de milhares de pessoas compuseram a revisão do antigo paradigma que lançava o mundo europeu como um modelo a ser seguido. 

Estratégias da Guerra
     

       A iniciativa da guerra partiu da Alemanha que executou o Plano Von Sclilieffen, isto é, uma plano de guerra elaborado pelo general alemão que deu nome a esse plano. A estratégia consistia em atacar pelo Leste e defender-se pelo Oeste.
        A princípio, a guerra assumiu um caráter de "movimento", isto é, o deslocamento de tropas e os ataques rápidos e fulminantes (isso abrangeu os dois primeiros anos da guerra). A partir de 1916, a guerra assumiu o caráter de "posição", ou seja, buscava-se preservar as regiões ocupadas por meio do estabelecimento de posições estratégicas. Para tanto,  formas de combates adequadas eram das "trincheiras"
        A Primeira Grande Guerra Mundial foi reconhecida como a guerra das trincheiras em virtude das extensas batalhas que foram travadas desse modo. O horror vivido nas trincheiras trouxe uma conotação apocalíptica  para aqueles que viveram com aquele momento, como relata vários escritores que participaram da guerra. 
       Os soldados entrincheirados sofriam, de formas impotentes, bombardeios e lançamentos de gases venenosos como a imperita (gás mostarda). 
Além disso, a umidade e o frio acabavam trazendo várias doenças, como o pé-de-trincheira, que provocava o apodrecimento dos pés, entre outros danos.
         Ao longo da guerra, o uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria bélica, aliado a novas invenções como os aviões e os tanques de guerra, deu aos combates uma característica de impotência por parte dos soldados. Milhares de homens morreram instantaneamente em bombardeios ou envoltos em imensas nuvens de gases tóxicos. 

As Principais Consequências da Primeira Grande Guerra Mundial
      Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, morreram aproximadamente 9 milhões de pessoas (entre civis e militares). O número de feridos, entre civis e militares ficou em cerca 30 milhões de pessoas.
- Desenvolvimento de vários armamentos de guerra como por exemplo, tanques de guerra e aviões de guerra.
- Desintegração dos Impérios Otomanos e Austro-Húngaro
- Fortalecimento dos Estados Unidos da América no cenário político e militar mundial.
- Criação da Liga das Nações, com o objetivo de garantir a paz mundial.
- Assinatura do Tratado de Versalhes que impôs uma série de penalidades a derrotada Alemanha.
- Geração de crise econômica na Europa em função da devastação causada pela Grande Guerra Mundial e também dos elevadíssimos gastos militares
- Fortalecimento e desenvolvimento da industrialização brasileira.
- Surgimento do sentimento de revanchismo na Alemanha, em função das duras penalidades impostas pelo Tratado de Versalhes.

Brasil na Primeira Grande Guerra Mundial 
        Nos primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu neutro. Porém em abril de 1917, com o ataque de um submarino alemão que atacou um navio brasileiro, que estava carregado de café. Neste ataque que foi próximo ao litoral francês, três brasileiros foram mortos. Em maio outro navio brasileiro foi atacado, agora o Tijuca, navegando em águas francesas, foi torpedeado por um submarino alemão. Estes fatos foram determinantes para o Brasil tomar uma decisão pela entrada no conflito contra a Alemanha e seus aliados.
       A participação do Brasil ao declarar guerra e assumir contra a Tríplice Aliança, no entanto não se foi enviado ajuda militar e sim medicamentos e equipes de assistências medicas para ajuda aos feridos da Tríplice Entente.

Benefícios da Primeira Guerra Mundial para a Economia Brasileira
    Durante os quatro anos da Primeira Guerra Mundial, os países europeus envolvidos no conflito voltaram a sua produção de suas indústrias para a fabricação de armamentos  equipamentos para soldados. Desta forma, o Brasil ficou sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos cafeicultores brasileiros aproveitaram o momento e investiram capital acumulados nas indústrias, favorecendo assim a industrialização do Brasil. 

Tratado de Versalhes
         Tratado de Versalhes foi assinado foi assinado em 1919, foi um acordo de paz, assinado pelos países europeus.
         A Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências politicas, econômicas e militares. Estas exigências foram impostas a Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Grande Guerra Mundial. 

Algumas das Exigências Impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes
- Reconhecimento da Independência da Áustria
- Devolução dos territórios da Alcácia-Lorena à França
- Devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental 
- As cidades alemãs de Malmedy e Eipen passaram a ser controladas pela Bélgica
- Pagamento aos países vencedores, principalmente  França e Inglaterra, uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi estabelecido em 270 bilhões de marcos. 
- A Alemanha deveria ter um ou seu exército reduzido a 100 mil homens no máximo 
- Redução da Marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores. 

Participação das Mulheres na Primeira Grande Guerra Mundial
        Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, as mulheres que viviam nos países envolvidos no conflito, sofreram as consequências. Enquanto os homens deslocavam-se em grandes quantidades para os campos de batalhas, as mulheres de classes média e alta passaram a trabalhar fora de casa.
     No campo as mulheres ficaram responsáveis pela produção agrícola e pela criação de animais. As que viviam nas cidades foram trabalhar com transportes, dirigindo ônibus e caminhões, e, também se dirigiram para s campos de batalhas para trabalhar como enfermeiras, cozinheiras, motoristas de ambulâncias e etc...
    Apesar de a guerra trazer grandes sofrimentos, acabou no campo das lutas femininas trazerem alguns elementos de conquistas para o campo das mulheres, que vão contribuir pela emancipação das mulheres, em vários países; por exemplo: as mulheres puderam se consolidar como profissionais e adquiriram a independência financeira. 
      Muitas mulheres conseguiram garantir melhores condições de trabalho e conquistaram um direito muito importante: estudar em universidade, melhor do que isso foi à conquista da legalização do voto feminino em vários países, logo após a guerra.

     Também ocorreram mudanças expressivas no comportamento feminino. As mulheres alcançaram a liberdade de poderem sair sozinhas e dirigir automóveis, passaram a usar roupas mais confortáveis e aderiram ao uso de cosméticos.

Tema -3:  Segunda Grande Guerra Mundial

   AS MEDIDAS DO TRATADO DE VERSALHES       
            O Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Grande Guerra Mundial.
         Na Itália estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini que se torno o poderoso na Itália com poderes sem limites.
            Crise na Alemanha e na Itália, com milhões de desempregados. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas destes países foi a industrialização, principalmente na criação de indústria de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios de guerra, tanques de guerra, etc.). 
        O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos:
Aliados: liderados pela Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos  da América.
Eixo:  liderados pela Alemanha, Itália e Japão.
        No período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no Norte da África. O Japão anexou a Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e território da Líbia. 
       



A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NA EUROPA
     regime de Hitler ambicionava criar um novo e vasto império cujo território unisse a Alemanha e o leste da Europa em um só país, um "espaço vital" (Lebensraum) para assegurar o crescimento germânico em termos populacionais e econômicos, com acesso a mais recursos naturais que os que existiam em solo alemão. Segundo os idealizadores do projeto de domínio alemão sobre Europa, tal império somente poderia ser construído através de uma guerra.
            Depois de assegurar a neutralidade da União Soviética, através do Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético de agosto de 1939, a Alemanha deu início à II Guerra Mundial ao invadir a Polônia no dia 1 de setembro de 1939. No dia 3 de setembro do mesmo ano, a Inglaterra e a França responderam à agressão com declarações de guerra aos alemães. Em um mês, a Polônia foi derrotada pela combinação das forças alemãs e soviéticas, e teve seu território dividido entre a Alemanha nazista e a União Soviética.
A relativa calmaria que ocorreu logo após a derrota da Polônia, terminou no dia 9 de abril de 1940, quando as forças alemãs invadiram a Noruega e a Dinamarca. Em 10 de maio daquele mesmo ano, a Alemanha iniciou uma série de ataques contra a Europa ocidental, invadindo os Países Baixos - Holanda, Bélgica, e Luxemburgo—que haviam assumido uma postura de neutralidade, e também ocuparam a França. Em 22 de junho de 1940, franceses colaboracionistas assinaram um tratado de cessar-fogo com a Alemanha, autorizando este último país a ocupar a parte norte da França, bem como a costa mediterrânea, e criando um regime pró-nazista no sul daquele país, com sede na cidade de Vichy.
Encorajada pela Alemanha, em junho de 1940 a União Soviética ocupou os países bálticos-- Lituânia, Letônia e Estônia--anexando-os formalmente à URSS. A Itália, como parte do “Eixo”, países aliados à Alemanha, aderiu à guerra em 10 de junho de 1940. Entre 10 de julho e 31 de outubro de 1940, os nazistas levaram a cabo uma intensa batalha aérea contra a Inglaterra, conhecida como a “Batalha da Inglaterra”, no fim da qual foram derrotados.
            Após garantir sua posição na região dos Bálcãs, através da invasão da Iugoslávia e da Grécia em 6 de abril de 1941, os alemães e seus aliados invadiram a União Soviética em 22 de junho de 1941, em violação direta aos termos do Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético. Em junho e julho de 1941, os alemães também ocuparam os estados bálticos. O chefe de estado soviético, Joseph Stalinopôs-se à Alemanha nazista e seus parceiros do “Eixo”, tornando-se a partir daquele momento um importante líder das forças Aliadas. Durante o verão e o outono de 1941, as tropas alemãs avançaram sobre o território soviético, mas a forte resistência oferecida pelo Exército Vermelho impediu que capturassem as cidades-chave de Leningrado (atual São Petersburgo) e Moscou. Em 6 de dezembro de 1941, as tropas soviéticas contra-atacaram, fazendo com que as forças alemãs saíssem definitivamente dos arredores de Moscou. Um dia depois, em 7 de dezembro de 1941, o Japão, país membro do Eixo, bombardeou Pearl Harbor, no estado norte-americano do Havaí, e imediatamente os Estados Unidos declarou guerra ao Japão. Em 11 de dezembro a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos. O conflito militar ampliava-se através dos continentes.

Fascismo

            O século XX foi marcado por uma série de conflitos armados de grandes proporções, mas em especial pela 2ª Guerra Mundial. O trauma gerado pela violência desse conflito se estende até os dias atuais e desperta a atenção de políticos e estudiosos quanto aos motivos que levaram ao surgimento de pensamentos pregados por regimes totalitários conhecidos como fascismo.

Símbolo do fascismo.
            A definição do que é o fascismo não é única. Pode-se determinar que o fascismo é uma vertente política de extrema direita surgida na Itália no século XX, cujo auge foi nas décadas de 1920 e 1940, e que foi criado pelo líder político Benito Mussolini.
            Neste período a Itália passava pela pior crise econômica de sua história devido a sua malfadada participação na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e da Crise de 1929, eventos que arrasaram também as bases políticas e sociais italianas e, do desespero, o fascismo surgiu como uma opção para solucionar tais problemas. Quanto as suas características, podemos afirmar que se destacam no fascismo: – Culto ao líder: a figura central do comando do país se baseava apenas em uma pessoa, um grande líder idolatrado pelas massas. – Totalitarismo:  o país possuía apenas um partido político, ou seja, era naturalmente antidemocrático, concentrando assim todas as decisões nas mãos do governo. – Nacionalismo: no fascismo, apenas a “cultural nacional oficial” era válida; as que estavam fora desse campo deveriam ser eliminadas. Os símbolos nacionais e a população seriam engrandecidos aqui através da propaganda política. – Militarismo: os regimes fascistas pregavam investimentos vultuosos na produção de equipamentos bélicos e na militarização de grande parte da sociedade, visando a expansão territorial.  Havia o culto à força física, em especial dos homens  jovens que, aos poucos, iam sendo treinados e preparados fisicamente para combates futuros. – Propaganda e censura: o controle do pensamento e dos meios de comunicação era fortemente manipulado pelos fascistas para inibir quaisquer críticas ao regime. Nesse período foram desenvolvidas diversas propagandas no cinema, no rádio, na TV, etc. para “vender o fascismo” como uma ideia única e coletiva, que visava apenas o bem de todos. – Ódio contra as minorias: dado ao fato de buscar unidade nacional, o fascismo buscar eliminar o diferente, perseguindo, prendendo e eliminando minorias em seus territórios, tais  como ciganos, minorias étnicas (o caso mais emblemático é a perseguição dos judeus na Alemanha Nazista) homossexuais,  intelectuais críticos ao regime, deficientes físicos, etc. – Antisocialismo ou antimarxismo: os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista. Defendiam amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e italianos. Os dois maiores exemplos de fascismo foram os governos de Benito Mussolini e Adolf Hitler, na Itália e Alemanha, respectivamente. Outros países europeus nos anos que mediaram a primeira para a segunda guerra também viveram experiências parecidas, como Portugal no governo de Antônio de Oliveira Salazar e na Espanha no governo de Francisco Franco. Após 1945, com a vitória dos Aliados, os regimes fascistas entram em colapso, em especial devido aos crimes contra a dignidade humana cometidos por tais vertentes. No entanto, atualmente, existe uma nova leva de políticos e grupos sociais que se baseiam no ideário fascista, em especial devido aos problemas com imigrantes vividos por países europeus.  
Vinícius Carlos da Silva


Nazismo

          A partir do final da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha mergulhou em uma crise econômica agravada ainda mais pelas enormes indenizações impostas pelo Tratado de Versalhes e pela ocupação do vale do Ruhr por França e Bélgica.
             No plano político, a situação também era grave, pois vários golpes de direita e esquerda se sucederam, todos fracassados. A crise econômica mundial de 1929 permitiu a ascensão ao poder do líder do partido Nazista, Adolf Hitler. Ele era extremamente nacionalista. Opunha-se aos judeus, num anti-semitismo cujas origens são difíceis de serem explicadas. Via nos judeus um fator de corrupção do povo alemão. Cristo e Marx, dois judeus, pregavam a igualdade entre os homens e a resignação, idéias que Hitler considerava nocivas ao povo alemão. Daí, surgiu sua doutrina racista, segundo a qual os homens eram desiguais por natureza. A raça superior era a dos arianos (germânicos), altos e alourados. Na Alemanha, eles existiam em estado puro, sendo, pois, a raça sob a humilhação do Tratado de Versalhes. O povo alemão deveria agrupar-se em um único estado: A Grande Alemanha, que reuniria todas as populações germânicas. Desprezava os povos latinos e principalmente os eslavos, os quais julgava que deveriam ser reduzidos à escravidão, dominados pelos germânicos. A pureza da raça ariana deveria ser defendida através da impiedosa perseguição aos judeus. A partir dessas idéias de Hitler, surgiu o Nazismo, um regime totalitário e militarista que se baseava numa mística heróica de regeneração nacional. 
         Estava legalizado o totalitarismo na Alemanha. Como Mussolini na Itália, Hitler detinha agora o poder absoluto em seu país. Com a ascensão de Hitler ao poder, o anti-semitismo e os atos de violência contra judeus se tornaram política de estado. Em abril de 1933 os judeus foram proibidos de praticar a medicina e a advocacia e de ocupar cargos públicos. Em 1935 judeus e demais minorias de sangue não-germânico foram privados de direitos constitucionais e proibidos de casar-se ou manter relações extramatrimoniais com cidadãos alemães ou de sangue ariano. 

CONSEQUÊNCIAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Marcos Emílio Ekman Fabe

            A maior e pior consequência da Segunda Guerra foi, sem dúvida, os milhares de soldados e civis mortos durante o conflito. Somente entre judeus foram aproximadamente 6 milhões de perdas, principalmente, em campos de concentração nazistas. Mas não foram somente judeus os que sofreram com os campos de concentração, milhares de poloneses, ciganos, homossexuais, eslavos entre outros tiveram o mesmo fim.

Tabela de mortos durante a Segunda Guerra Mundial
País
Militares
Civis
Total
URSS
10,7 milhões
11,4 milhões
22,1 milhões
Alemanha
5,5 milhões
1,8 milhões
7,3 milhões
França
212 mil
350 mil
562 mil
Itália
301 mil
153 mil
454 mil
Inglaterra
382 mil
68 mil
450 mil
EUA
416 mil
1.700
417,7 mil
No mundo
25 milhões
41,6 milhões
66,6 milhões

          A Segunda Grande Guerra foi o conflito bélico com o maior número de baixas da história da humanidade. Nunca uma guerra produziu tantos mortos entre civis e militares. Por outro lado, o motivo para o baixo número de mortes civis nos Estados Unidos ocorreu por não ter ocorrido guerra em seu território.
            Já a Alemanha, derrotada na Guerra, foi dividida em Alemanha Ocidental (capital em Bonn), ficando debaixo da autoridade dos Estados Unidos, e Alemanha Oriental (capital em Berlim), ficando sob a tutela da União Soviética.

            Quanto a Berlim, capital da Alemanha, também foi dividida em Berlim Ocidental (capitalista, controlada pelos EUA) e Berlim Oriental (comunista, controlada pela URSS). Em 13 de agosto de 1961 foi construído o Muro de Berlim, como a cidade ficava no território da Alemanha Oriental (comunista) o muro foi construído de forma a que circulasse toda a parte Ocidental (capitalista). Sair de Berlim Ocidental somente era possível por trem (sem que houvesse paradas em solo Oriental) ou por avião. A cidade acabou se tornando no cartão de visitas dos dois blocos (capitalistas e comunistas).

Principais campos de concentração nazistas

Os principais campos de concentração nazistas estavam localizados no Leste europeu, principalmente na Polônia e operaram durante a primeira metade da década de 1940, antes do final da segunda grande guerra mundial. 

"Sabemos que campos de concentração e trabalho forçado não foram uma exclusividade dos nazistas e, tampouco, foram inventados por eles. Basta citar um único exemplo de modelo precedente, o dos gulags, da URSS, que existiam desde a época dos czares, quando eram chamados de katorgas. No entanto, os campos nazistas destacaram-se em virtude do processo de “mecanização da morte”, isto é, da aplicação de um método praticamente industrial de morte por gás venenoso. Além disso, os corpos dos mortos nas câmaras de gás eram incinerados em fornos construídos com essa finalidade. Quando a Segunda Guerra estava chegando ao fim, e os nazistas progressivamente perdiam terreno, os cadáveres dos campos de concentração começaram a ser despejados em valas comuns e incinerados nas covas."

"A maior parte dos judeus mortos no holocausto era do Leste Europeu

Sabemos também que os principais campos de concentração e extermínio do nazismo não se encontravam em território alemão, mas, sim, no Leste europeu, sobretudo na Polônia. Em terreno alemão, os campos construídos tinham tamanho pequeno (se comparados com os poloneses), sendo a maior parte destinada a trabalhos forçados para opositores políticos (socialistas e comunistas), judeus, homossexuais, ciganos, pretos,  criminosos, e não propriamente para extermínio. O primeiro dos campos a ser construídos foi o de Dachau, em 1933 (ano em que Hitler assumiu o poder); outros foram erguidos nas cidades de Breitenau e Flossenbürg.

A partir de 1941, quando houve o ataque à URSS com a Operação Barbarossa, os nazistas ocuparam vastas regiões, incluindo praticamente todo o território polonês e partes dos Países Baixos, Ucrânia, Croácia, Bielorrússia e outros países. Nesses locais estava concentrada a maior parte da população judaica da Europa. Ao contrário do que normalmente se imagina, a população judaica alemã representava cerca de menos de 1% da população da Alemanha quando Hitler assumiu o poder. A maior parte dos judeus mortos no holocausto foi capturada nos países do Leste."

                           Veja mais em:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/principais-campos-concentracao-nazistas.htm

 "Principais campos de concentração:







Entre os campos de concentração instalados na Polônia, os mais mortíferos foram:

Destacamos os mais mortíferos, porém existem um número bem maior de campos de concentração dentro da Polônia


1. Auschwitz-Birkenau. Período de operação: de abril de 1940 a janeiro de 1945. Nesse campo morreram cerca de 1.100.000 a 1.500.000 de pessoas, a maioria de origem judaica;








2. Treblinka. Período de operação: julho de 1942 a novembro de 1943. Mortos: cerca de 800.000.

3. Varsóvia, capital da Polônia. Período de operação: 1942 a 1944. Mortos: cerca de 200.000;

4. Balzec. Período de operação: março de 1942 a junho de 1943. Mortos: cerca de 600.000;

5. Chelmo. Período de operação: dezembro de 1941 a abril de 1943 e de abril de 1944 a janeiro de 1945. Mortos: cerca de 340.000;"....

                                            Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/principais-campos-concentracao-nazistas.htm

                                                                                                                                                                           "Por Me. Cláudio Fernandes"


 

Holocausto











"Holocausto é o nome que se dá para o genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial e que vitimou aproximadamente seis milhões de pessoas entre judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos etc. De toda forma, o grupo mais foi vitimado no Holocausto foi o dos judeus. Estes, por sua vez, preferem referir-se a esse genocídio como Shoah, que em hebraico significa “catástrofe”."

"Antissemitismo nazista

O Holocausto foi o resultado final de um processo de construção do ódio de uma nação contra um grupo específico que vivia na Europa. O antissemitismo na Alemanha não surgiu com o nazismo e remonta a meados do século XIX, em movimentos nacionalistas, além de ter sido manifestado por personalidades alemãs da época, como Hermann Ahlwardt e Wilhelm Marr.

Quando o partido nazista surgiu, em 1920, o antissemitismo era um elemento que já fazia parte da plataforma do partido, e os historiadores acreditam que Adolf Hitler tornou-se antissemita em algum momento de sua juventude, quando vivia em Viena, capital da Áustria. A presença do antissemitismo no nazismo, durante sua fundação, era perceptível no programa do partido, que afirmava que nenhum judeu poderia ser considerado cidadão alemão."

                                                                                                 Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/holocausto.htm





Gripe espanhola – História
A gripe de 1918 foi observada pela primeira vez na Europa, nos Estados Unidos e em partes da Ásia antes de se espalhar rapidamente pelo mundo. Na época, não havia medicamentos ou vacinas eficazes para tratar essa cepa mortífera.
Os cidadãos receberam ordens para usar máscaras, escolas, teatros e empresas foram fechadas e corpos empilhados em necrotérios improvisados antes que o vírus encerrasse sua mortal marcha global.
Não havia nada de espanhol em particular na gripe: ela não começou na Espanha e, embora o país tenha sido muito afetado, não foi atingido com mais força do que outros. (A primeira onda se espalhou nos campos militares dos EUA em 1917.)
No entanto, a Espanha permaneceu neutra durante o conflito e seus documentos relataram livremente o surto. A mídia na França, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos e outros lugares minimizou o impacto em seu próprio país, numa tentativa de manter o moral. Os jornais eram controlados diretamente pelos governos nacionais ou desejavam se autocensurar no interesse do patriotismo em tempos de guerra.
Todos relataram alegremente os eventos na Espanha – levando muitos a presumir incorretamente que a Península Ibérica era o epicentro.
No verão de 1918, o vírus se espalhou entre as unidades militares que viviam em bairros apertados. E, quando a guerra terminou, os soldados sobreviventes voltaram para casa – trazendo influenza com eles.
Após quatro árduos anos de conflito, o período imediato do pós-guerra foi um momento de celebração. Reuniões públicas apresentam uma oportunidade ideal para as doenças infecciosas encontrarem novas vítimas. Isso provavelmente prolongou a segunda onda do surto. Uma terceira onda no início da primavera de 1919 pegou populações cansadas de guerra de surpresa, matando milhões de vidas. Assim como na gripe sazonal, as populações mais atingidas foram as mais velhas e as mais jovens.
No entanto, em comparação com uma epidemia típica de gripe, houve um grande aumento na faixa etária de 25 a 34 anos. Muitos soldados que sobreviveram às trincheiras não sobreviveram à gripe.
Alguns soldados que retornaram compartilharam o vírus letal com seus cônjuges, ajudando também a aumentar a taxa de mortalidade em adultos jovens. Existem várias outras razões pelas quais a proporção de mortes entre jovens adultos foi maior que o normal. Por um lado, a população mais velha tinha imunidade parcial da pandemia de gripe de 1889-1890 (conhecida como gripe russa).

Também foi demonstrado que o vírus desencadeou o que é conhecido como ‘tempestade de citocinas’ – uma resposta imune que pode ser particularmente grave naqueles com sistemas imunológicos mais fortes. O grupo mais afetado de todos foram as mulheres grávidas. Das mulheres grávidas que sobreviveram, estima-se que mais de um quarto tenha perdido a criança.
Tema -3:  Revolução Russa e o Stalinismo

Revolução Russa 


         No final do século XIX,  países como a Inglaterra, França e Bélgica encontravam-se em acelerado processo de industrialização. Enquanto isso, no Império Russo que era governado por Czar Nicolau II, a situação era bem diferente.
Em 1890 a Rússia começou a sua industrialização com investimentos da França, Inglaterra e Alemanha. Estas condições vão permitir que as ideias socialistas evoluíssem dentro da Rússia. Inspirados nestas ideias surgiram os partidos políticos.
          No começo do século XX a Rússia, era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo.
               Em 1903 o partido se divide em dois: 
Bolcheviques: - os membros deste partido que defendiam a conquista do poder através da luta armada, liderados por Lenin. 

Mencheviques: - os membros deste partido defendiam que era necessário esperar o pleno desenvolvimento do capitalismo e proletariado operariado  para começar a revolução, que seria liderada pela burguesia e apoiada pelos operários e os camponeses. 
         Em 1904, a Rússia esteve em guerra com o Japão, disputando territórios no Extremo Oriente e foi derrotada. 
         Esse conflito deu origem a Revolução de 1905 que foi uma paralisação geral de trabalhadores que exigiam melhores salários e protestavam contra as demissões.
         Em manifestação em janeiro de 1905, o exército de Czar, chamado cossacos avança sobre os manifestantes, esse episódio fica conhecido como o Domingo Sangrento. 
         Esse episódio deu origem aos primeiros sovietes, que eram organizações de operários, camponeses, soldados e marinheiros, que lideraram revoltas contra a política czarista. 
Em 1917, dois fatos vão contribuir na Revolução. 

a) - A morte de Rasputim, um monge, conselheiro de Czar - com a sua morte tornou-se pública a desmoralização e a corrupção do governo de Czar.

b) - Outro fato é a participação da Rússia na Primeira Grande Guerra Mundial.

        Em fevereiro de 1917, surgiu uma revolução burguesa que ficou conhecida como a Revolução de Fevereiro. 


Governo Provisório
    Lyon e Kerenski, o governo não retirou o país da guerra e nem realizou as reformas reivindicadas, tornando seu governo tão impopular quanto o do Nicolau II.
  Em 23 de outubro de 1917, Lenin que voltou á Rússia clandestinamente impulsionou a Revolução. Os revolucionários tomaram pontos estratégicos de São Petersburgo e invadiram o Palácio obrigando Kerenski a fugir passando o poder aos bolcheviques.
             Lenin assume a direção da Rússia - ao assumir o poder, adotou as seguintes medidas para amenizar a crise do país, distribuição de terras aos camponeses, retirou a Rússia da guerra, nacionalizou as indústrias e bancos estrangeiros. 
Entre 1918 a 1921, houve uma guerra civil entre o exército chamado "Branco" que queria o retorno do modelo de Czar - Nicolau II e o exército chamado "Vermelho", o exército dos revolucionários. 
           Em 1921 a guerra civil teve fim com a vitória do Exército Vermelho. E em 1923 a República Soviética Socialista Russa, criada em 1918 foi substituída pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - (URSS).
            Lenin - ao terminar a guerra civil, implanta um plano econômico chamado: A Nova Política Econômica (NEP). 

Algumas das Medidas
- Liberdade de comércio interno. 
- Hierarquização ou diferenciação de salários.
- Retomada de relações comerciais.
- Negociação de empréstimos.
- Privatização de empresas com menos de 20 funcionários.


Esta política durou até 1928 e trouxe bons resultados.


Stalinismo

Josef Stalin

Joseph Stalin governou a União Soviética por mais de duas décadas, instituindo um regime de terror, enquanto modernizar a Rússia e ajudar a derrotar o nazismo.
Nascido em 18 de Dezembro de 1879, em Gori, Geórgia, Joseph Stalin subiu ao poder como secretário-geral do Partido Comunista, tornando-se um ditador soviético após a morte de Vladimir Lenin.
Stalin forçou a rápida industrialização e a coletivização das terras agrícolas, resultando em milhões que morrem de fome enquanto outros foram enviados para campos.
Seu Exército Vermelho ajudou a derrotar a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Ditadura de Stalin
Após o exílio de Trotsky e Bukharin, Stalin tornou-se a suprema autoridade soviética. Em 1928, Stalin lançou os primeiros planos quinquenais na União Soviética, com ênfase na indústria pesada para lançar as bases para o futuro crescimento industrial. Suas políticas ganharam popularidade entre os camponeses pobres e da classe trabalhadora. O reinado de Stalin também se destacou no conceito de coletivização da agricultura. Isto foi feito para aumentar a produção agrícola e trazer os camponeses sob o controle político mais direto. Stalin era o chefe do Politburo e gostava de poder absoluto e autoridade. Além das reformas no caminho do socialismo, Stalin também justificou a expulsão de oportunistas e infiltrados contra-revolucionárias.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Stalin conduziu uma série de deportações em larga escala estimativa em torno de 3,3 milhões para a Sibéria e as repúblicas da Ásia Central. As razões da deportação, conforme citado pela entidade, foram o separatismo, a resistência ao domínio soviético e colaboração com os invasores alemães As deportações teve um efeito profundo sobre os povos da União Soviética.
A memória das deportações desempenhou um papel importante nos movimentos separatistas nos estados bálticos, Tartaristão e na Chechênia, ainda hoje. Os arquivos de registro Rússia que cerca de 800 mil prisioneiros foram executados sob Stalin tanto para delitos políticos ou criminais, enquanto cerca de 390 mil morreram durante kulaks reassentamento forçado.
Morte
Em 1 º de março de 1953, após um jantar durante toda a noite em sua residência em Krylatskoye, perto de Moscou com Lavrentiy Beria e Georgy Malenkov, Nikolai Bulganin e Nikita Khrushchev, Stalin não saiu da sua sala, tendo, provavelmente, sofreu um derrame que paralisou o direito lado de seu corpo. Ele morreu em 5 de março de 1953, com a idade de 74.

Apesar de sua popularidade de seus sucessos durante a Segunda Guerra Mundial era forte, a saúde de Stalin começou a deteriorar-se no início de 1950. Depois de um plano de assassinato foi descoberto, ele ordenou que o chefe da polícia secreta para investigar um novo expurgo do Partido Comunista. Antes que pudesse ser executado, no entanto, Stalin morreu no dia 5 de março de 1953. Ele deixou um legado de morte e terror quando ele se virou a Rússia atrasada em uma superpotência mundial.
Tema - 4:  A  República no Brasil: 

As Contradições da Modernização e o Processo de Exclusão.

Política Econômica e Social das Classes Populares até a década de 1930.
Brasil – A Primeira República
            O primeiro período republicano no Brasil, também chamado de Primeira República, durou de 1889 a 1930. Foi controlado pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, ligadas à cultura cafeeira. De 1889 a 1894, o Brasil foi dominado pelos setores militares envolvidos diretamente na proclamação da República. Chefe do governo provisório, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a Presidência em 1891.
            Desfavorecido pela oposição do Congresso à sua política econômica, Deodoro renunciou em novembro do mesmo ano. Seu vice, Floriano Peixoto, assumiu o governo e usou o apoio popular para radicalizar a luta contra os monarquistas.

Presidência civil
            Republicano histórico, Prudente de Moraes, que governou entre 1894 e 1898, inaugurou a fase dos governos civis e a sucessão de presidentes eleitos pelo Partido Republicano Paulista (PRP) – Campos Salles  (de 1898 a 1902) e Rodrigues Alves (1902 a 1906) – e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) – Afonso Pena (1906 a 1909) e Wenceslau Braz (1914 a 1918). Formado pelas oligarquias paulista, mineira e fluminense, o núcleo central do republicanismo controlou as eleições, fez presidentes e dominou o país.

Política dos governadores
            Com a intenção de garantir o domínio das grandes oligarquias sobre a república, o paulista Campos Salles montou um esquema de poder que ficou conhecido como “política dos governadores”: o presidente da República dava suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os governadores apoiavam seu indicado nas eleições presidenciais. Para dar certo, o plano dependeu do poder dos coronéis sobre o eleitorado local e do controle da Comissão de Verificação de Poderes do Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais finais e pela diplomação dos eleitos.

Café-com-leite
            Com a política econômica voltada à cafeicultura e os governadores garantindo a sustentação das oligarquias regionais, implantou-se a república do café-com-leite – alusão à aliança que alternou paulistas e mineiros no poder. Nem o governo do marechal Hermes da Fonseca (1910 a 1914), dominado pelo senador gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de “salvações militares”, abalou a aliança. Na verdade, as salvações não passavam de intervenções do governo federal nos estados (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará) para substituir as oligarquias de oposição por grupos políticos aliados ao poder central.

Divisões
            As primeiras rachaduras nessa estrutura aparecem no final da década de 1910. Em 1918, o paulista Rodrigues Alves é eleito para suceder o mineiro Venceslau Brás. Rodrigues Alves morre antes da posse, e paulistas e mineiros não chegam a um acordo para sua substituição. Lançam, então, o paraibano Epitácio Pessoa, que governa de 1919 a 1922. Seu sucessor é o mineiro Artur Bernardes (1922 a 1926), que não tem a unanimidade de paulistas e mineiros. Bernardes desperta uma oposição militar que desemboca nas revoltas tenentistas, tendo de governar sob estado de sítio. O paulista Washington Luís (1926 a 1930) também assume a Presidência sem a sustentação das lideranças de seu estado. Enfrenta o endividamento interno e externo do país, a retração das exportações e, a partir de 1929, os problemas provocados pela crise econômica mundial.

Aliança Liberal
            Pela política do café-com-leite, cabe ao PRM indicar o candidato à sucessão de Washington Luís. O partido já tem um nome, o do governador de Minas Gerais, Antônio Carlos. Sustentado pelo PRP, o presidente lança o nome de Júlio Prestes, governador de São Paulo. O gesto rompe o acordo das oligarquias paulista e mineira. Com o apoio do Rio Grande do Sul e da Paraíba, o PRM compõe a Aliança Liberal, que parte para a disputa tendo o gaúcho Getúlio Vargas como candidato a presidente e o paraibano João Pessoa, a vice. Em abril de 1930, a chapa de Júlio Prestes vence a eleição. Inconformados, os aliancistas provocam a Revolução de 1930, que põe fim à República Velha.

História
            Durante muito tempo a fase inicial da República brasileira foi chamada de “República Velha”.

            O termo nasceu após 1930, quando um movimento liderado por Getúlio Vargas derrubou os grupos políticos e sociais que então comandavam o país.
Portal São Francisco 



Fontes:
Coleção da Revista Caros Amigos - "A ditadura militar no Brasil" 



Temas -1: Descolonização da África e Ásia 

O Nacionalismo na África e na Ásia - e as Lutas pela Independências.
Descolonização da África
            O século XX foi marcado por movimentos, revoltas e acontecimentos. No continente africano foi o tempo das independências, que caminharam juntas à Guerra Fria, quando União Soviética e Estados Unidos polarizaram o mundo e, no contexto africano, foram decisivas com suas posições – por diferentes motivos – contrárias ao colonialismo.           As duas superpotências mundiais foram fundamentais na difusão do anticolonialismo e no apoio às jovens nações de África.
            Os processos de independência ocorreram de variadas formas. Seja por meio de conflitos violentos ou pela via da das negociações com as metrópoles, os africanos estiveram em busca de emancipação.
            As primeiras independências se deram na chamada África Mediterrânica, quando já no início do século XX o Egito conquista sua independência da Inglaterra em 1922, antes mesmo da Guerra Fria e suas conseqüências. A Etiópia, já independente no século XIX, volta a ser colonizada pela presença italiana, libertando-se novamente em 1941. Já a Líbia conquista sua emancipação em 1952, enquanto Madagascar, em disputa contra a França, viu sua luta chegar ao fim em 1947.
            Num tempo próximo Tunísia e Marrocos libertam-se dos franceses em 1956. Já a Argélia forma a Frente de Libertação Nacional, movimento que investia em guerrilhas contra o colonialismo francês desde 1954, e tem sua independência declarada em 1962.
Neste cenário a Conferência de Bandung, em 1956 é fundamental, pois reuniu diversos países africanos que se posicionaram criticamente em relação ao colonialismo.
            Os processos de independência na Costa do Ouro foram marcados por protestos pacíficos e em 1957 o governo britânico reconhece sua independência, quando o país passa a adotar o nome de Gana.
            O ano de 1960 ficou marcado como Ano Africano, pois um número expressivo de países conquistou sua independência do colonialismo francês e inglês, especialmente por meio de oposições pacíficas. Foi o caso de Camarões, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso, Níger, Mali, Somália, Nigéria, Mauritânia e Gabão. Nos anos seguintes Serra Leoa, Tanzânia, Quênia, Gambia, Ruanda e Uganda tiveram suas independências decretadas.
            Entretanto, não só de oposição pacífica os processos de independência em África foram marcados. Houve um grande número de oposições armadas e conflitos violentos. É o caso da Nigéria, cuja trajetória no século XX representa a dificuldade em estabelecer um Estado livre. Nos primeiros anos da República Nigeriana muitos foram os casos de assassinato e guerra, ocorridos por divergências internas e movimentos separatistas.
              O caso do Congo também é emblemático e seu processo de independência bastante conturbado. O Movimento Nacional Congolês já buscava pela emancipação desde 1958. Sua independência aconteceu em 1960 com a formação de um estado republicano e parlamentarista. Mas, pouco tempo depois, o Congo sofre um golpe militar, apoiado por nações como Bélgica, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, e seu primeiro ministro foi torturado e morto.
            Já o governo português foi o que mais apresentou resistência aos processos de independência de suas colônias africanas, especialmente por conta da ditadura Salazarista (1932 – 1974) e sua posição conservadora em relação ao colonialismo. Mesmo assim enfrentou resistência em suas colônias, com movimentos contundentes pelas independências em Angola, em Moçambique, na Guiné e em Cabo Verde.
            Nas colônias portuguesas o processo de emancipação foi violento e cruel. Mais de cem mil soldados foram enviados para África e os pedidos pela independência ganharam força nos protestos. A descolonização da África foi pauta também da Revolução dos Cravos (1974).
Diversas foram as formas de conquista de emancipação por parte das colônias africanas. Seja por meio de luta armada ou da resistência pacífica foi somente no século XX que o continente africano garantiu a formação de suas nações e se viu livre dos colonizadores europeus.

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.

A descolonização da Ásia

         A descolonização da Ásia aconteceu quase que simultaneamente com a Segunda Guerra Mundial, os asiáticos contaram com o apoio dos Estados Unidos e da ex-União Soviética.

            Para estruturar as colônias europeias no mundo foram necessários mais de quatro séculos, contando a partir do período das feitorias até a segunda metade do século XX.
        A independência do continente asiático se deu por duas causas: o enfraquecimento das nações europeias após a Segunda Guerra Mundial e a eclosão de movimentos de luta pela independência.
            O processo de descolonização asiático contou com o apoio norte-americano e soviético. Isso é explicado pelo fato de que naquele momento desenrolava-se a Guerra Fria. Desse modo, ambos desejavam expandir suas áreas de influência do capitalismo e do socialismo, respectivamente, isso nos países que iriam emergir com a independência.
            A descolonização asiática sucedeu quase que simultaneamente com a Segunda Guerra Mundial. Muitas colônias se tornaram independentes entre 1945 e 1950, das quais podemos citar: Índia, Paquistão, Sri Lanka, Filipinas, Indonésia, Vietnã, Laos. A China promoveu a revolução socialista, em consequência disso pôs fim na dominação inglesa, alemã e japonesa em seu território. Em 1945, a Coreia deixou de se submeter aos domínios japoneses. Essa ex-colônia japonesa se dividiu em 1948, formando dois países: Coreia do Norte e Coreia do Sul.
             O Camboja tornou-se independente da França em 1953. A Malásia e Cingapura conseguiram se libertar da colonização inglesa entre os anos de 1957 e 1965.
        As colônias onde hoje se encontra o Oriente Médio se submeteram aos domínios europeus por muito tempo. Países como Líbano e Síria tiveram suas independências oficializadas em 1943 e 1946, respectivamente.
            O restante dos países que integram o Oriente Médio obteve a independência somente após a Segunda Guerra Mundial. Com exceção do Irã, que teoricamente nunca foi colônia de nenhuma metrópole européia.
            Em razão de muitos anos de intensa exploração por parte das metrópoles europeias, as colônias se tornaram independentes, no entanto herdaram muitos problemas de caráter socioeconômico, os quais são percebidos até os dias atuais.
Eduardo de Freitas

Tema -2:  Guerra Fria.


Guerra Fria











          Após a Segunda Grande Guerra Mundial, alguns Estados Nações tornaram-se o centro político, econômico e militar mundial, em torno deles, outros países assumiram o papel de figurantes ou até mesmo de vítimas. 

     Um dos protagonistas foram os Estados Unidos do América. A União Soviética, a outra superpotência militar assumiu a condição de contra-ponto, exercendo também um papel de centro aglutinador de aliados fora da esfera de influência norte-americana.

Os Estados Unidos da América e a União Soviética terminaram a Segunda Grande Guerra Mundial como aliados. Sua atuação conjunta contra o Eixo foi decisiva para livrar a Europa do nazismo.
        Porém, ainda nem bem tinha terminado a guerra, as relações entre ambas já deteriorava. A tal ponto que em 1947, os especialistas começaram a falar em Guerra Fria, ou seja, um confronto indireto entre as superpotências. Os motivos mais claro do rompimento era ideológico. 
      Capitalismo e Socialismo, incompatíveis em sua forma de entender diversas formas ou esferas da vida humana, do papel do Estado aos direitos prioritários dos cidadãos.
        Em 1947, o presidente americano Harry Truman, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, juntamente com seu secretário de estado, George Marshall lançou o Plano Marshall, programa de investimentos e de recuperação econômica para os países europeus em crise após a  segunda  guerra.
      Durante o governo de Truman foi criada a CIA, bastante atuante nos anos da Guerra Fria, combatendo o comunismo e o considerava uma ameça aos interesses dos Estados Unidos da América. 
         Por outro lado em resposta ao Plano Marshall, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de coordenar a ação dos partidos comunistas europeus. 
Completando a reação soviética em 1949 foi criado o Comecon, uma réplica do Plano Marshall para os países socialistas, voltado para sua integração econômica e financeira.
        A lógica bipolar seria a marca da guerra fria. Países como a (Alemanha, Coréia, Vietnã), sindicatos, agremiações, tratados internacionais, enfim, instituições em que houvesse uma disputa de poder relevante, dividiam-se em grupos antagônicos, um pró-americano outro pró-soviético.

Contexto da Guerra Fria

Revolução Cubana em 1959


A Revolução Cubana foi um movimento de caráter popular, que derrubou o governo do presidente Fugêncio Batista, em janeiro de 1959.
      Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Causas da Revolução
        Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos da América.
        As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram denominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos da América também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre o presidentes pró - Estados Unidos da América.
     Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos estadunidense. Era um país com grandes desigualdades sociais, por grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria. 

Organização da Revolução

       Fidel Castro era o grande opositor do governo Fulgêncio Batista. De princípio socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros, enquanto estava exilado no México.
     Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 homens combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra.Os combatentes com as forças do governo foram intensos e muitos guerrilheiros morreram ou foram presos.
         Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Chê Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta.
      Transmissões de rádio para divulgar as ideias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana. Com mensagens os revolucionários conseguiram o apoio de muitas pessoas, pois havia muitos camponeses e operários insatisfeitos com o governo de Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desempregos, falta de terras, analfabetismo, doenças)
        Muitos cubanos das cidades começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades.

A Tomada do Poder e a Implantação do Socialismo

        No primeiro dia de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. O governo de Fidel Castro tomou várias medidas, por exemplo: nacionalização dos bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistema de educação e de saúde. 
        Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando assim o apoio da União Soviética (URSS), dentro do contexto da guerra fria. 

Dados atuais de Cuba















LocalizaçãoAmérica Central 
Capital: Havana
População: 11 milhões de habitantes
Economia: cana de açúcar, tabaco, arroz, banana, laranja e abacaxi.  Pecuária: bovinos, suínos, equinos e aves. Indústria - pouco diversificada - alimentos, bebidas, charutos, máquinas e produtos químicos.
Atividade em desenvolvimento: turismo.




GUERRA DA CORÉIA

Introdução

            GUERRA DA CORÉIA – 1950-1953 Com a rendição do Japão, em 1945, tropas soviéticas ocupam o norte da península coreana e forças norte-americanas se estabelecem no sul, com a divisa na altura dos 38 graus de latitude Norte. A ideia dos aliados é criar um governo único de caráter liberal para uma Coréia independente. As tropas soviéticas deixam o norte em setembro de 1948. No mesmo mês, Kim Il-sung, veterano líder de uma guerrilha comunista que combatera os japoneses, proclama no norte a República Popular Democrática da Coréia. Em agosto do ano seguinte é estabelecida no sul a República da Coréia, sob a liderança de nacionalistas de extrema direita. Os dois lados reivindicam soberania sobre toda a península e o norte ataca o sul em junho de 1950. O Conselho de Segurança da ONU recomenda aos países-membros que ajudem o sul e é formada uma força de 15 países, sob comando do general norte-americano Douglas MacArthur. Em outubro de 1950 a ofensiva liderada pelos EUA chega à fronteira entre o norte da Coréia e a China. Os chineses entram no conflito e um ano depois a situação se estabiliza, aproximadamente na linha anterior ao conflito. A morte de Stalin provoca um relativo relaxamento da tensão e um armistício é assinado na aldeia fronteiriça de Panmunjom em 27 de julho de 1953.

Tema -3:  Contextualização e Consequências da guerra fria para o Brasil.


O Brasil na Guerra fria

         O Brasil na Guerra Fria, mas precisamente no início dela, era governado por João Goulart, nesse período ele buscou uma aproximação com a União Soviética.
            Ao término da Segunda Guerra Mundial (1945), iniciou-se a Guerra Fria, uma disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi uma intensa guerra ideológica, econômica, diplomática e tecnológica pela conquista de zonas de influência, que estabeleceu a divisão do mundo em dois blocos, com sistemas econômicos, políticos e ideológicos divergentes: o chamado bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco comunista, liderado pela União Soviética. Essa disputa influenciou diretamente nas políticas de vários países, inclusive do Brasil.

            Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil integrou o bloco capitalista, no entanto, a partir de 1961 o presidente João Goulart (Jango) desenvolveu uma política externa independente do apoio das superpotências da Guerra Fria. Jango fortaleceu os movimentos sindicais, estudantis, camponeses e populares. Além desses fatos, o então presidente promoveu uma aproximação política entre o Brasil e a União Soviética, o que desencadeou atritos com as lideranças políticas, econômicas e militares do Brasil.

Tema - 3:  Período Vargas 

Era Vargas

            A Era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, ininterruptos (de 1930 a 1945).
            Essa época foi um divisor de águas na história brasileira, por causa das inúmeras alterações que Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas.

Breve Histórico de Getúlio Vargas
            Getúlio Dornelles Vargas (19/4/1882 – 24/8/1954) foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.

Resumo do Governo de Getúlio Vargas
            O governo provisório de 1930 a 1934 O populismo: conseguiu o apoio dos trabalhadores das camadas populares Criação do DIP (Depto de Imprensa e Propaganda – Ditadura): censura Leis Trabalhistas: salário mínimo e direito para os trabalhadores na Industrialização: criação de empresas estatais e infra-estrutura para o país Nacionalismo: contra a entrada de empresas estrangeiras, Controle dos sindicatos, Falta de democracia e perseguição aos opositores políticos (durante o Estado Novo – 1937 a 1945) Entrada do Brasil na 2º Guerra Mundial ao lado dos Aliados Vargas foi deposto por militares em 1945.

Revolução de 1930
            Revolução de 1930 e entrada no poder Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais.           Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo. Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário, esposa do líder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.

Realizações Vargas - criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas. GV investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto brasileiro de Geografia e estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar. O Segundo Mandato Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do "Petróleo é Nosso” que resultaria na criação da Petrobrás. O suicídio de Vargas.

O Período Constitucional de Getúlio Vargas
            Em 1934, no entanto, o país ganha uma Constituição. Getúlio Vargas é eleito presidente. Este governo constituicional durou três anos até 1937. Foram anos conturbados, em que ocorre certa polarização na política nacional. De um lado ganha força a esquerda, representada principalmente pela Aliança Nacional Libertadora (ANL) e pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB); de outro a direita, que ganha forma num movimento de inspiração fascista chamado Integralismo. Uma articulação revolucionária de esquerda é tentada em 1935, chamada de Intentona Comunista, por parte de um setor das forças armadas e de alguns indivíduos ligados a URSS. Um dos principais líderes desse movimento foi o ex-tenente do exército Luís Carlos Prestes, que fica preso e ficou incomunicável por 8 anos.

Os Grandes Movimentos Políticos
            Os grandes movimentos políticos do período: Além de serem fortemente ideológicos, de direita e de esquerda, a AIB e a ANL têm outra novidade. Ambos trazem conteúdos programáticos nacionais, ao contrário dos antigos partidos estaduais da República Velha.

A Ação Integralista Brasileira (AIB)
            Surgida em 1932 com a publicação do Manifesto Nação Brasileira feito pelo líder do movimento, Plínio Salgado, um ex-membro do PRP. Era um fascismo adaptado ao Brasil, com apenas pequenas modificações. Defendia os valores da pátria, família e propriedade e era anti-comunista. Incluía membros da antiga oligarquia, a alta hierarquia militar, o alto clero e uma parcela significativa das classes populares. Por isso, chegou a ter 500 mil membros. Tinha ainda a simpatia de Getúlio Vargas, tendo membros dentro do governo. De 1932 a 1935, reprimiu manifestações de esquerda com grupos paramilitares, de forma similar ao praticado pelo movimento fascista italiano.

A Aliança Nacional Libertadora (ANL)
            Esta surge como reação à AIB e é fundamentalmente de esquerda. Tem como seu presidente de honra o líder tenentista – depois adepto do comunismo – Luís Carlos Prestes. O PCB se articulava dentro da ANL. Essa organização teve muito menos adesão numérica do que a AIB, tendo um máximo de apenas 50 mil membros. Havia choques na rua entre a AIB e a ANL.

Insurreição Comunista de 1935
            Chamada pejorativamente de ‘Intentona’, foi um movimento partido de dentro da ANL que tentou tomar o poder. Tinha Prestes como líder e articulador dos setores militares. A insurreição toma o controle da cidade de Natal e mobiliza forças em Recife, Olinda e no Rio de Janeiro. Foi facilmente debelado pelo Exército.

Plano Cohen (1937)
            Chegando perto do fim do seu mandato, Vargas forja o que seria um plano comunista para tomar o poder, o Plano Cohen. Ele pede estado de guerra ao Congresso e este concede. Depois, ele fecha o Congresso, anuncia uma nova Constituição e extingue os partidos, a AIB e a ANL.

 Portal São Francisco




Tema - 4: Populismo e Ditadura Militar no Brasil.



Conceito de Populismo
Populismo
             O Populismo são ideias políticas e atividades destinadas a receber o apoio das pessoas comuns, dando-lhes o que querem. Suas ideias são o populismo simples – cortes de impostos e salários mais altos.
            Populismo Na política, o termo populismo pode ter diferentes significados dependendo de quem o está usando e quais são seus objetivos políticos. Na sua raiz, o populismo é uma crença no poder das pessoas comuns e no direito de ter controle sobre o governo, em vez de um pequeno grupo de políticos ou uma elite rica.
            A palavra populismo vem da palavra latina para “pessoas”, populus. O que é Populismo? O populismo é uma filosofia política que se concentra em defender os direitos e posições do povo em oposição à elite e ao governo. Vários movimentos políticos ao redor do mundo promoveram ideais populistas. Quando usado para descrever a retórica política, um indivíduo ou um partido político, o termo geralmente traz conotações pejorativas e o “populismo” tornou-se uma palavra carregada para muitas pessoas. Para o homem comum o ideal fundamental do populismo é que o homem comum deve ter uma chance na sociedade e um papel ativo no governo. Os movimentos populistas geralmente dividem a sociedade em “pessoas” e “elite”, com indivíduos que têm poder limitado sendo considerados pessoas e indivíduos que têm influência de estar entre a elite. A elite geralmente é rica e, muitas vezes, usa suas riquezas para influenciar o sistema político, acumulando mais riqueza. Populistas normalmente sentem que o governo protege os interesses da elite, e não as necessidades das pessoas comuns, e eles querem que isso mude.

Apoio à Democracia        
            As pessoas que defendem o populismo geralmente apóiam sistemas democráticos e acreditam que a democracia é o melhor caminho para que as pessoas desempenhem um papel no governo. Embora promovam o bem-estar do homem comum, os populistas tendem a se afastar do socialismo e do liberalismo extremo. Políticos de vários partidos políticos ou pontos de vista podem estar envolvidos no populismo, e os políticos podem se acusar de se favorecer ou jogando ao populismo, na tentativa de obter apoio e votos. Para o bem maior esses tipos de movimentos políticos destinam-se a encorajar os governos e a sociedade em geral a trabalhar para proporcionar o maior bem ao maior número de pessoas. Isso pode ser alcançado através de políticas e pedaços de legislação que apoiem as pessoas comuns.

            Os movimentos populistas, no entanto, muitas vezes rejeitam sugestões de políticas, tais como mandatos de salário, assistência pública e cuidados de saúde patrocinados pelo governo, embora essas políticas sejam muitas vezes projetadas para ajudar os membros do público que estão mais necessitados. Usos negativos Algumas pessoas gostam de usar os termos “populista” e “populismo” em descrições de protesto público sobre eventos políticos.             Poder-se-ia dizer que as pessoas estão “entrando em erupção na fúria populista” quando apresentam queixas sobre abusos flagrantes de poder entre as elites ou quando há uma contração contra um governo que envolve legislação que pouco beneficia as classes médias e baixas. Nesse sentido, esses termos podem ser de natureza pejorativa e costumam ser usados para sugerir que o público é muito ignorante ou míope para compreender o que realmente está ocorrendo.


Tema -5:  A Ditadura Militar de 1964 a 1985


O Golpe Militar no Brasil








        A ditadura militar foi implantada no Brasil em 1º de abril de 1964, com substancial apoio de pessoas e entidades da sociedade civil, de órgãos representativos do poder econômico nacional e de uma parte considerável dos superiores da hierarquia católica e ainda de importantes órgãos de comunicação de massa que proclamam tradicionalmente liberais. O sistema ditatorial não se apoiava num líder carismático, mas foi imposto e exercido sempre por grupos dominantes, A par disso, por motivo de divergências entre diferentes grupos militares, mas também tentando das a aparência de democracia, sucederam-se comando ostensivo do governo ditatorial cinco generais de exército, essencialmente ditadores, mas com estilos diferentes sob certos aspectos, tendo havido variações quanto a intensidade das violências e a linguagem. 

        Com relação as origens do golpe de Estado que resultou na implantação da ditadura militar, podem-se mencionar fatores internos da realidade brasileira, como o temor das elites tradicionais de perder seu patrimônio e seus privilégios, mas, a par disso foi muito importante a ingerência dos Estados Unidos da América na vida  política, econômica e social brasileira. 
         Como esta fartamente documentado, inclusive por registros feitos por jornais da época, noticiando como simples rotina alguns fatos que observadores atentos das práticas políticas e conhecedores da história já denunciavam como perigosos, a participação direta dos Estados Unidos da América o que foi decisiva para a implantação da ditadura militar no Brasil.
        Na realidade o golpe militar de 1964 foi dado com substancial apoio e alguns dizem que foi inspiração dos Estados Unidos da América, por meios das forças armadas, de suas organizações especializadas em espionagem e ações subversivas subterrâneas, bem como por s
ua diplomacia, que ostensivamente pegou, articulou e apoiava a ditadura militar. Grandes empresas estadunidenses tinham interesses em apoderar-se de grandes reservas de minérios de ferro existentes no Brasil, especialmente no Estado de Minas Gerais. 

         Ao mesmo tempo, crescia no Brasil um sentimento nacionalista, sendo bem expressiva dessa linha de pensamento a iniciativa do governador do Rio Grande do Sul, decretando a nacionalização de empresas produtoras e distribuidoras de energia elétrica. Esse fato foi explorado com escândalo pelos grandes jornais  ligados ao poder econômico e simpatizantes fanáticos do capitalismo estadunidense. Tudo isso acontecia no Brasil pouco depois da Revolução Cubana, que despertou em muitos o temor da expansão das ideias socialistas em toda a América Latina. 
        Poucos anos antes do golpe militar esteve no Brasil uma missão enviada pela National Was College dos Estados Unidos da América, uma missão trabalhando junto com os militares brasileiros para a implantação de um programa de militarização da sociedade, denominado "doutrina de segurança nacional".  Paralelamente, o embaixador dos Estados Unidos da América no Brasil desenvolvia intensa atividade em vários pontos do território brasileiro, pregando a ideia de uma aliança de todo o mundo ocidental, sob a liderança dos Estados Unidos da América, para a defesa do "mundo livre", face a ameaça comunista.
         Esse embaixador era da intimidade de altas autoridades brasileiras e transmitia informações do presidente dos Estados Unidos da América sobre os planos secretos de defesa do Brasil, o que deixa muito evidente seu desenvolvimento as chefias militares e com a diplomacia brasileira.
      Quanto aos fatores internos que inspiraram e facilitaram a implantação da ditadura militar em 1964, é preciso registar que uma parte considerável do povo brasileiro apoiou a substituição do presidente da República, que era João Goulart, mas pensando na substituição por meios legais e pacíficos previstos na Constituição, sem imaginar que a destituição do Presidente abria o campinho para uma ditadura militar. Na realidade, houve o apoio de lideranças civis, inclusive empresariais e religiosas, influenciadas por uma pregação terrorista feita pela imprensa, mas também numa conjugação de ambições, intolerância, que muitas vezes se confunde com a ingenuidade e é fácil de se manipulada. 
        Os fatos que vieram logo em seguida à disposição de João Goulart, Presidente Constitucional, que no dia 01 de abril de 1964 teve que buscar refúgio para não ser preso, deixaram evidente, mesmo para os mais ingênuos e menos informados, que se tinha implantado no Brasil, pura e simplesmente, uma ditadura militar, um poder arbitrário, com todo cortejo de violências e corrupção que fazem parte de todos os sistemas dessa natureza do golpe de Estado.
        Apesar das cautelas adotadas pelos agentes da ditadura militar, pretendendo mascarar a verdadeira natureza do golpe de Estado, chamando-o de "Revolução Redentora" ou "Revolução de 31 de março", a realidade da ditadura militar ficou muito evidente, apesar da censura da imprensa e das tentativas de ocultar o que se passava nos quartéis e nos presídios políticos.
      Decretação - AI - 5 - em 13 de dezembro de 1968.  O regime tornou-se mais violento contra os que, falando ou escrevendo, participando de reuniões pacíficas, manifestavam oposição do regime ditatorial e falavam em democracia, liberdade e direitos.
        Aumentavam as prisões arbitrárias, as práticas de torturas, os desaparecimentos de pessoas, as invasões de domicílios, cassações de direitos, sem possibilidade de recurso ao judiciário ou a qualquer autoridade ou mesmo obter simples esclarecimento sobre os motivos da punição, além de ampla corrupção, tanto quanto ao uso das instituições públicas, quanto relativamente aos desvios de recursos públicos. 


Movimento Estudantil






        Na década de 1960 e 1970, o movimento estudantil brasileiro foi importante foco de resistência e mobilização social a ditadura militar. Organizados em diversas entidades representativas, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), suas reivindicações influenciaram os rumos da política. 
       Os estudantes protestavam por causas especificas como a ampliação de vagas nas universidades públicas, por melhores condições de ensino, contra a privatização e também em defesa das liberdades democráticas e por justiça social.
       Em março de 1968, o secundarista Edson Luis de Lima Souto foi morto pela polícia militar no Rio de Janeiro


A Morte do Estudante 
        Durante um protesto, que causou comoção popular e marcou o início de intensas mobilizações contra o regime.
        Com receio que o polícia militar sumisse com o corpo de Edson Luis, os estudantes o levaram para ser velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
          A notícia da tragédia havia se espalhado e mais de 50 mil pessoas tomaram as ruas. A UNE decretou greve geral, entidades estudantis de vários estados solidarizavam-se com o ato, sindicalistas, artistas, religiosos e intelectuais demonstravam apoio ao movimento. Em junho do mesmo ano, aconteceu a chamada "Passeata dos Cem Mil", marcou a história de resistência e teve a participação expressiva de estudantes. 


Anos de Chumbo - 1968 a 1974
        Entre 1968 e 1978, sob o AI- 5 e a Lei de Segurança Nacional de 1969, ocorreram os chamados "Anos de Chumbo". Neste período, houve um estado de exceção com controle de alguns setores sobretudo a mídia e educação, censura sistemática, prisão, tortura, assassinatos e desaparecimentos forçados de opositores ao regime.
        Em 1974 começaram a surgir os primeiros sinais da recuperação do movimento estudantil. A nova geração de estudantes que militaram e lideraram as frentes universitárias da época na década de 1970, teve pela frente o árduo trabalho de reconstruir as organizações estudantis. O  congresso de reconstrução da UNE aconteceu em Salvador na Bahia, em 1979, reivindicando mais recursos para as universidades, defesa do ensino público e gratuito, assim como pedindo a libertação de estudantes presos no Brasil.
     Com o fim da ditadura militar, o movimento estudantil voltou as ruas para defender suas bandeiras e a consolidação da democracia no país. Em 1984, estudantes participaram ativamente da Campanha das "Diretas Já"! com manifestações e intervenções importantes nos comícios populares.

Fontes:

Coleção da Revista Caros Amigos - "A ditadura militar no Brasil" 

Operação Condor

Juliana Bezerra

 Professora de História

Operação Condor ou Plano Condor foi um sistema de troca de informações e prisioneiros entre as ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

Esta aliança foi estabelecida formalmente em 25 de novembro de 1975, mas já funcionava desde a década de 60.

O plano Condor contou com apoio logístico dos Estados Unidos e seu objetivo era controlar os opositores das ditaduras no Cone Sul.


O que foi a Operação Condor?

A Operação Condor consistiu na cooperação dos serviços de inteligência de seis países da América Latina que estavam sob regime ditatorial. Esta assistência era clandestina e não precisava da autorização da Justiça.

As ditaduras latino-americanas tinham como alvo principal acabar com o comunismo. Assim, qualquer oposição era taxada de esquerda. A repressão costumava ser implacável e incluía sequestros, torturas e assassinatos.

Embora tenha sido estabelecida em 1975, no Chile, durante a ditadura de Augusto Pinochet, já havia colaboração entre os diversos serviços de inteligência do continente.

Em todas as embaixadas e consulados dos países envolvidos foi instalada uma via paralela de comunicação. Desta forma, os agentes ligados à Operação Condor não precisavam passar pelos canais oficiais da diplomacia.









Os Estados Unidos e a Operação Condor

 Os Estados Unidos se envolveram na implantação das ditaduras militares na América Latina. Em alguns casos, como no Chile, planejaram e executaram a derrubada de Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973.

Isto acontecia porque o mundo vivia o período da Guerra Fria onde os países eram classificados de acordo com sua orientação ideológica. Por isso, havia uma disputa entre a URSS (comunista) e os Estados Unidos (capitalista).

Já na Operação Condor, os Estados Unidos contribuíram com logística e conhecimentos. Os militares se comunicavam com uma espécie de telex batizado de "condortel".

Seu funcionamento foi ensinado aos militares latino-americanos pelo Exército dos Estados Unidos, na Escola das Américas, situada no Panamá. Assim, toda comunicação da Operação Condor passava por ali.

Importante lembrar que esta instituição instruiu vários militares latino-americanos a torturar prisioneiros.

A ajuda dos EUA à Operação Condor durou até o governo Jimmy Carter (1977-1981).

O Brasil e a Operação Condor

O Brasil participou ativamente da criação da Operação Condor e auxiliava os regimes militares vizinhos na captura de cidadãos. Por outra parte, militares brasileiros se encarregavam de reconhecer elementos opositores que atravessavam as fronteiras.

Como os governos militares já estavam instalados no Brasil desde 1964, isso fazia com que o país fosse o mais experiente do grupo. Para se ter uma ideia, o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão responsável pela vigilância aos opositores, era o maior do continente latino-americano.

A primeira cooperação entre o Brasil e a Argentina se deu em dezembro de 1970. Neste mês, o coronel Jefferson Cardim Osório foi preso em Buenos Aires e trazido ao Brasil. Osório foi o primeiro a formar uma guerrilha, em Três Passos (RS), contra o governo militar em 1965.

Da mesma forma, o Brasil colaborava com a ditadura argentina. Um dos casos foi a Contraofensiva Montonera, realizada em 1978, para capturar guerrilheiros argentinos no Brasil.

Igualmente, ficou célebre o "Sequestro dos Uruguaios" quando Lilián Celiberti e Universindo Díaz, e seus dois filhos, cidadãos do Uruguai, foram presos em Porto Alegre, em 1978.

Tratou-se de uma ação conjunta elaborada por militares uruguaios com ajuda do Exército brasileiro. Graças a uma denúncia ao jornalista da revista Veja, o casal foi levado à prisão, mas não foram mortos.

Um dos participantes da Operação Condor, no Brasil, foi o Major Curió. Ele foi um dos comandantes na Guerrilha do Araguaia. Atualmente, é investigado na Argentina, pois está apontado em 108 casos de desaparecimento de prisioneiros.

Após suas ações militares, o Major Curió liderou o complexo de Serra Pelada com total consentimento do governo Figueiredo (1979-1985).

 

Operação Condor revelada









Familiares com fotos de militantes e parentes durante o julgamento da Operação Condor. Foto: João Pina

A Operação Condor só foi revelada graças a uma denúncia anônima realizada no Paraguai. Neste país, descobriu-se o chamado “Arquivo do Terror” que documentava a ação coordenada dos seis países.

Por sua vez, durante a administração do presidente americano Bill Clinton (1993-2001), os Estados Unidos retiraram da categoria “confidencial” vários documentos relativos às ditaduras militares do Chile e da Argentina.

Dessa forma, quando Néstor Kirchner chegou à presidência na Argentina em 2003, anulou todos os indultos aos militares. Assim, começou a investigação e o julgamento da Operação Condor naquele país.

 Fim da Operação Condor

A Operação Condor foi terminando a medida que caíam as ditaduras nos países latino-americanos. Contudo, com a volta da democracia, nenhum dos desaparecimentos foi investigado, por conta das leis de anistia de cada país.

Nos século XXI, esta postura, no entanto, está mudando. A Operação Condor começou a ser julgada na Argentina em 2011 e as primeiras sentenças saíram em 2016.

O Chile vem investigando e levando a juízo uma série de denúncias e a Bolívia prometeu, em 2016, que iria abrir os arquivos para serem pesquisados.

No Brasil, graças à ação da Comissão Nacional de Verdade e Justiça, várias publicações e filmes foram lançados com o fim de esclarecer este terrível capítulo da nossa história.

Milagre Econômico

Juliana Bezerra

 Professora de História

Milagre Econômico ou "milagre econômico brasileiro" corresponde ao crescimento econômico ocorrido no Brasil entre os anos de 1968 a 1973.

Esse período foi caracterizado pela aceleração do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), industrialização e inflação baixa.

Contudo, por trás da prosperidade, houve o aumento da concentração de renda, corrupção e exploração da mão de obra.

Foi no governo do presidente Emílio Médici (1969-1974), que o milagre econômico chegou ao ápice.

Origem do Milagre Econômico

    O início do milagre econômico está na criação do Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg) na gestão do presidente Castelo Branco (1964-1967).

O Paeg previa incentivo às exportações, abertura ao capital exterior, bem como reforma nas áreas fiscal, tributária e financeira.

Durante o milagre econômico, o PIB alcançou 11,1% de crescimento anual.

Para centralizar as decisões econômicas foi criado o Banco Central. Da mesma forma, a fim de favorecer o crédito e resolver o déficit habitacional, o governo instituiu o SFH (Sistema Financeiro Habitacional), formado pelo BNH (Banco Nacional de Habitação) e pela CEF (Caixa Econômica Federal).

A principal fonte de recursos para o sistema habitacional viria do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Este imposto, criado em 1966, era descontado do trabalhador e foi usado para estimular a construção civil.

Também se favoreceu a criação de bancos para estimular o mercado de capitais e a abertura de crédito para o consumidor melhorando, entre outros, o desempenho da indústria de automóvel.

Além disso, nada mais que 274 estatais, como a Telebrás, Embratel e Infraero foram abertas neste período.

Na época, o ministro da Fazenda, Delfim Neto, justificou essas medidas como fundamentais para impulsionar o crescimento do País. Delfim Neto utilizava a metáfora que “o bolo precisava crescer para depois ser repartido”.

 

Obras durante o Milagre Econômico

Além das medidas de incentivo, o milagre econômico foi concretizado por meio de obras de grande porte como estradas e hidrelétricas.

Entre estas podemos citar a rodovia Transamazônica (que une o Pará até a Paraíba), a Perimetral Norte (Amazonas, Pará, Amapá e Roraima) e a ponte Rio-Niterói (ligando as cidades do Rio de Janeiro e Niterói).

Podemos mencionar também a Usina de Itaipu, as usinas de energia nuclear de Angra e a zona Franca de Manaus.

Os recursos para essas obras foram obtidos por meio de empréstimos internacionais, que elevaram a dívida externa. O financiamento internacional também foi empregado para alavancar projetos de mineração, como os das usinas de Carajás e Trombetas, ambas no Pará.

De igual maneira receberam recursos internacionais as indústrias de bens de consumo (máquinas e equipamentos), farmacêutica e agricultura. O setor agrícola voltou-se para a monocultura, visando o mercado internacional.

Estas obras de infraestrutura eram necessárias em um país em crescimento e com as dimensões do Brasil. No entanto, foram feitas de maneira pouco transparente e consumiram muito mais recursos do que o previsto inicialmente.

Para atrair o empresariado, o governo federal achatou os salários dos trabalhadores. Como os sindicatos estavam sob intervenção, as negociações quase sempre favoreciam o empresário. Nesta época, com fiscalização deficiente, os acidentes de trabalho se multiplicaram.

Fim do Milagre Econômico

No cenário externo, a situação mudou a partir de 1973, quando aconteceu o Primeiro Choque do Petróleo. Neste ano, os países produtores pararam de vender petróleo para países quem fossem aliados de Israel. Assim, o preço do barril quadruplicou em apenas um ano, encarecendo a produção industrial.

Para encarar esta subida de preços, os Estados Unidos elevaram os juros do mercado internacional na década de 70 e reduziram as remessas de dinheiro para os países em desenvolvimento.

O Brasil parou de receber empréstimos e passou a pagar juros exorbitantes da dívida externa. Em consequência, houve arrocho salarial, desvalorização cambial e redução do poder aquisitivo da população.

O salário-mínimo ficou abaixo dos US$ 100 resultando em aumento da pobreza e da miséria.

A política econômica privilegiou as exportações e impôs pesados encargos às importações. A estratégia resultou no sucateamento das indústrias nacionais.

Por estes motivos, o setor industrial não podia importar máquinas e modernizar os fábricas que, obsoletas, perderam competitividade.

Resumo do Milagre Econômico

Até hoje a herança do "milagre econômico" é muito discutida entre historiadores e economistas. Isto se deve, em parte, pela própria propaganda que o governo do general Emílio Médici (1970-1974) fazia do crescimento econômico brasileiro.

A vitória da seleção masculina de futebol, por exemplo, auxiliou a passar esta imagem positiva no Brasil.

Apesar de ter sido realizado num ambiente autoritário e que prejudicou os trabalhadores, o “milagre econômico” deixou marcas que sobrevivem até hoje. Vejamos:

Pontos Positivos

·         Construção de obras importantes, como a ponte Rio-Niterói e a usina de Itaipu

·         Aceleração da industrialização

·         Incentivo à indústria da construção civil com a criação do Sistema Financeiro Habitacional

Pontos Negativos

·         Aumento da pobreza

·         Aumento da inflação

·         Redução do poder aquisitivo do trabalhador pobre

·         Investimento mínimo em saúde, educação e previdência social

·         Desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar

·         Aumento da dívida externa

·         Corrupção e favorecimento a empreiteiras ligadas ao governo

·         Dependência de empréstimos do exterior, principalmente dos Estados Unidos

 

Consequências do Milagre Econômico

A política econômica do regime ditatorial foi centralizadora, privilegiou o aumento da máquina pública e favoreceu as camadas mais ricas com isenção de impostos.

Assim, houve elevado déficit do salário mínimo e a redução da renda das camadas mais pobres da população. Em contrapartida, os mais ricos acumularam proventos.

Os serviços de áreas como a saúde, educação e previdência social ficaram prejudicadas, pois não acompanharam o crescimento populacional e não receberam investimentos. Desta maneira, foram perdendo a qualidade e eficiência

Década Perdida

Os anos 80 são considerados uma década perdida para o Brasil e para a América Latina. A denominação é utilizada para explicar os efeitos do fim do período do milagre econômico.

Durante este decênio, o governo deixou de ser o principal investidor e o empresariado não tinha como fazer frente às despesas. Houve, ainda, aumento da dívida externa, da pobreza e redução das exportações. O Brasil ficou mais dependente do capital estrangeiro e a indústria estagnou.

Também ocorreu intensa redução dos salários, com a consequente queda do poder aquisitivo da população. O PIB caiu e o desemprego aumentou, bem como a miséria.


Espaço de divulgação de trabalhos de Alunos sobre os temas da ditadura militar



Questões sobre a Ditadura Militar

 

Ditadura Militar foi um período de governo autoritário no Brasil que durou de 1964 a 1985.

Pela sua importância política e econômica é um dos assuntos mais cobrados no Enem e vestibulares de todo país.

Por isso, selecionamos 15 questões que abordam vários momentos e aspectos da Ditadura Militar no Brasil para você revisar o conteúdo e arrasar na sua prova!

Bom estudo!

 

Questão 1

(Unisc/2014) Em 2014 completará 50 anos do Golpe que depôs o governo de João Goulart e instalou o Regime Militar no Brasil. A Ditadura permaneceu por mais de vinte anos não permitindo eleições livres para presidente e controlando muito de perto os sindicatos, movimentos sociais e outros grupos que questionavam a falta de democracia e a truculência do Regime por meio dos aparatos de repressão.

Sobre esse período é INCORRETO afirmar que

a) o pluripartidarismo foi extinto no Ato Institucional n. 2 que permitiu apenas dois partidos – ARENA e MDB.
b) o Ato Institucional n. 5 limitou ainda mais os direitos políticos no Brasil cassando políticos considerados pelo Regime como subversivos.

c) a censura foi imposta logo após o Golpe Militar e teve como o Serviço Nacional de Informações (SNI) seu órgão mais atuante.

d) a propaganda pró-regime militar usou slogans como Brasil – ame-o ou deixe-o.

e) o último presidente militar, Costa e Silva, prometeu uma abertura política para a democracia de forma lenta e gradual.

 Questão 2

(Unitau/2018) No cabeçalho do Jornal do Brasil, do dia 14 de dezembro de 1968, aparecia escrito: “Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máx: 38º em Brasília, Mín: 5º, nas Laranjeiras”.

A qual fato esse texto faz referência?

a) Aprovação do Ato Institucional nº 5, que limitou drasticamente a liberdade de expressão e instituiu medidas que ampliaram a repressão aos opositores do governo militar.

b) Aprovação do Ato Institucional nº 2, aprovado pelo Congresso Nacional, que ampliou o medo do perigo comunista.

c) Aprovação da Lei da Censura Federativa, do Ato Institucional nº 1, que coibiu filmes, peças teatrais, livros, músicas, mas que não chegou ao jornal e, por isso, a crítica foi publicada em primeira página.

d) Aprovação dos atos institucionais, que tiveram grande apoio de classes políticas do país, ampliando várias garantias individuais e conferindo amplos poderes ao presidente da República.
e) Aprovação do bipartidarismo, por meio do Ato Institucional nº 1, que eliminou toda forma de oposição institucional ao regime militar.

 Questão 3

(UPE/2013) O Regime Militar Brasileiro (1964-1988) foi marcado por uma bipolarização no âmbito da política e da arte, entre os que apoiavam e os que criticavam o regime.

Dentro do segundo grupo, destacaram-se os músicos que produziram canções de protesto, algumas das quais vinham envoltas em metáforas, além de outros recursos estilísticos, no intuito de ocultar à Censura sua mensagem subliminar.

Dentre essas músicas, pode-se identificar a “Canção da despedida”, de Geraldo Vandré no seguinte trecho:

“Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não chora, se eu volto é pra ficar/ Amor não chora, que a hora é de deixar/ O amor de agora, pra sempre ele ficar.// Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu caminho a ti, não conduzia/ Um rei mal coroado,/ Não queria/ O amor em seu reinado/ Pois sabia/ Não ia ser amado... ”

Com base na crítica retratada pela letra da música, é CORRETO afirmar que

a) no âmbito da arte, a crítica a esse Regime se restringiu à esfera musical.
b) aquele período parecia um conto de fadas, com estórias de reis e amores impossíveis.

c) a difícil experiência do exílio forçado foi vivenciada durante o período.
d) Geraldo Vandré costumava musicar suas desilusões amorosas.
e) a tranquilidade vivenciada pela sociedade permitia a composição de canções de amor.

Questão 4

(Enem/2010)

Ato Institucional nº 5

Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.

Art. 11 – Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.

Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010.

Nos artigos do AI-5 selecionados, o governo militar procurou limitar a atuação do poder judiciário, porque isso significava

a) a substituição da Constituição de 1967
b) o início do processo de distensão política
c) a garantia legal para o autoritarismo dos juízes
d) a ampliação dos poderes nas mãos do Executivo
e) a revogação dos instrumentos jurídicos implantados durante o regime militar de 1964

Questão 5

(Unimontes/2015) “Durante o governo Médici, a luta armada foi esmagada.” Entre os exemplos que comprovam essa afirmativa, é INCORRETO elencar:

a) O fuzilamento do militante comunista Carlos Mariguella, em novembro de 1969, em São Paulo.
b) A perseguição e assassinato do militante guerrilheiro Carlos Lamarca, no sertão da Bahia.
c) O combate e desmantelamento da Guerrilha do Araguaia, no Estado do Pará, entre 1970 e 1974.

d) A desarticulação, em 1971, da célula comunista Vanguarda Negra, cujos líderes eram Uspinianos. 

Questão 6

(UFMG) A Política de Distensão, levada a cabo pelo General Ernesto Geisel, visava

a) acalmar a tensão política entre Governo e Oposição.
b) ampliar a base de apoio do Governo junto às Forças Armadas.
c) anular as ações políticas de seu antecessor, General Médici.
d) garantir a sobrevivência do Milagre Econômico.
e) retomar decisões estratégicas definidas pela Junta Militar.

Questão 7

(Enem/2014) A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reuniu representantes de comissões estaduais e de várias instituições para apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com quatro organizações. O coordenador da CNV estima que, até o momento, a comissão examinou, "por baixo", cerca de 30 milhões de páginas de

documentos e fez centenas de entrevistas.

Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).

A notícia descreve uma iniciativa do Estado que resultou da ação de diversos movimentos sociais no Brasil diante de eventos ocorridos entre 1964 e 1988. O objetivo dessa iniciativa é

a) anular a anistia concedida aos chefes militares.
b) rever as condenações judiciais aos presos políticos.
c) perdoar os crimes atribuídos aos militantes esquerdistas.
d) comprovar o apoio da sociedade aos golpistas anticomunistas.
e) esclarecer as circunstâncias de violações aos direitos humanos.

Questão 8

(FURG/2006) A Campanha das "Diretas-Já" foi um episódio marcante ocorrido na década de 1980, constituindo um dos significativos momentos do processo histórico brasileiro conhecido como:

a) republicanização
b) coligação
c) redemocratização
d) militarização
e) conciliação

Questão 9

(Fuvest) A vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970

a) não teve qualquer repercussão no campo político, por se tratar de um acontecimento estritamente esportivo.
b) alentou o trabalho das oposições que deram destaque à capacidade do povo brasileiro de realizar grandes proezas.
c) propiciou uma operação de propaganda do governo Médici, tentando associar a conquista ao regime autoritário.
d) favoreceu o projeto de abertura do general Geisel, ao criar um clima de otimismo pelas realizações do governo.
e) alcançou repercussão muito limitada, pois os meios de comunicação não tinham a eficácia que têm hoje.

Questão 10

(ESPM/2014) No Brasil, autoritário, sinais evidentes de crise. O mandato presidencial do general Figueiredo caminhava para o final e se temia que mais uma vez o presidente fosse escolhido por um colégio eleitoral, que deveria, como sempre, referendar o nome indicado pelos detentores do poder.

Para alterar tal perspectiva a oposição apresentou uma emenda constitucional que pretendia introduzir as eleições diretas. A emenda Dante de Oliveira, nome do deputado do PMDB, por Mato Grosso, que a apresentou foi votada sob grande expectativa popular, depois de ampla mobilização popular na campanha DIRETAS - JÁ.

A decisão do Congresso Nacional, quando da votação (25/04/1984) na Câmara dos Deputados foi de:

a) rejeição, pois a emenda necessitava de 2/3 dos membros do Congresso e faltaram 22 votos para alcançar tal marca.
b) aprovação, resultado que garantiu a vitória de Tancredo Neves, candidato das oposições, nas eleições diretas para a presidência em 1985.
c) aprovação, entretanto a eleição direta para presidente não valeria para a eleição de 1985 e só passaria a valer na eleição seguinte.
d) aprovação, entretanto a intervenção das Forças Armadas impediu a realização da eleição.
e) rejeição, tendo a interferência das Forças Armadas imposto a eleição de José Sarney, candidato do governo.

Questão 11

[O político] Francisco Dornelles assistiu pela televisão, na França, ao comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964. Jango decretou a nacionalização de refinarias de petróleo, o congelamento dos preços dos aluguéis e a desapropriação de terras às margens de rodovias federais para a reforma agrária. “A revolução comunista no Brasil começou hoje”, disse um colega de Dornelles, membro do Partido Comunista na Bulgária. “Ele anunciou coisas que, na Bulgária, levamos anos para conseguir. Os adversários acabarão com ele.”

13 Questões sobre a Ditadura no Brasil, Adaptado da Revista Época, 31/03/2014. Consultado em 17.07.20.

Segundo podemos ler no texto, qual seria o principal motivo para a os militares terem aplicado o golpe em 1964?

a) O medo de uma revolução comunista no Brasil, dentro do contexto da Guerra Fria, que uniu políticos de direita, militares e americanos.
b) O temor de uma invasão militar no Brasil de países do bloco do leste europeu como a Bulgária.
c) A política externa de Jango que privilegiava as relações sul-sul em detrimento do intercâmbio com os ditos países desenvolvidos.
d) A interferência da União Soviética nos assuntos internos brasileiros que assustava os setores nacionalistas.

Questão 12

Embora muito se fale do “Milagre Econômico”, ele durou apenas seis ou sete anos, num período de 21. A dívida externa foi multiplicada por 30, mas grandes obras de infraestrutura foi construída sob os militares.

13 Questões sobre a Ditadura no Brasil, Adaptado da Revista Época, 31/03/2014. Consultado em 17.07.20.

Que obra de infraestrutura foi construída durante a ditadura militar?

a) Biblioteca Nacional (RJ)
b) Hidrelétrica de Belo Monte (PA)
c) Ponte Rio-Niterói (RJ)
d) A ferrovia de Tubarão (SC)

Questão 13

Leia o texto abaixo:

“Nós, chilenos, como todos os povos do Ocidente, combatemos as ditaduras dos ’ismos’ e os agentes estrangeiros que ameaçam o nosso país. Devemos combatê-los com todas as forças, tendo como arma principal a cooperação entre as polícias de toda América.”

O pesadelo da Operação Condor, Pierre Abramovici,1 de Maio de 2001. Le Monde Diplomatique. Consultado em 17.07.20.

A Operação Condor consistia :

a) Numa coordenação política das ditaduras militares latino-americanas para promover o desenvolvimento nos seus países.
b) Na interferência dos Estados Unidos na política interna das nações da América Latina que estavam sob regime militar.
c) Na troca de informação sobre movimentos de oposição e até de sequestro de pessoas consideradas subversivas nos países do Cone Sul.
d) Uma tentativa dos chilenos dominarem a América do Sul durante o mandato militar do general Augusto Pinochet.

Questão 14

"O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo informou hoje (17) que denunciou à Justiça seis acusados pela morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida em 1975, durante o período do regime militar. (...) Em outubro de 1975, Herzog foi encontrado morto nas instalações do Destacamento de Operações de Informação (DOI/Codi) após ser preso por militares ao se apresentar espontaneamente."

MPF denuncia seis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, publicado em 17/03/2020. André Richter, Agência Brasil. Consultado em 17.07.20.

A morte de Vladimir Herzog desencadeou uma onda de protestos em plena ditadura militar. Assinale a alternativa INCORRETA sobre os fatos que se seguiram após seu falecimento:

a) O sindicato dos jornalistas de São Paulo pediu, formalmente, a apuração dos fatos.
b) Um ato ecumênico na catedral de São Paulo que reuniu milhares de pessoas.
c) A recusa do rabino Henry Sobel em enterrá-lo na ala dos suicidas do cemitério judaico, contrariando o laudo oficial da polícia.
d) A demissão dos policiais que custodiaram a prisão de Vladimir Herzog.

Questão 15

Em 1974, a cantora Elis Regina, gravou a canção “O Mestre-sala dos Mares”, cujo título original era “O Almirante Negro”, da dupla de compositores João Bosco e Aldir Blanc. No entanto, o caminho para o lançamento da música foi longo porque:

a) A primeira versão usava termos inadequados de acordo com a moral vigente na época.
b) Ambos os compositores eram visados pela ditadura por seu envolvimento com o partido Comunista.
c) A censura não liberou a letra, pois esta usava termos como “almirante” e “marinheiro”, que foram considerados inadequados.
d) Os censores implicaram com o fato de um homem negro ser homenageado por dois expoentes da Música Popular Brasileira (MPB).


Material de audiovisual - vídeos, entrevistas, material de apoio. 


https://iclnoticias.com.br/atg/che-guevara-artigo/

Che Guevara: o legado do revolucionário que desafiou o século 20



Explore a vida e o legado de Che Guevara, do médico ao mártir revolucionário, e como suas ideias e ações continuam inspirando a busca por justiça e igualdade.

    Ernesto “Che” Guevara, um nome que ressoa poderosamente na história, não apenas como ícone, mas como voz de resistência e mudança. Este revolucionário, cujas ações e palavras transcenderam as fronteiras de seu país natal, Argentina, e de Cuba, a terra que o adotou, continua a inspirar aqueles comprometidos com a luta pela justiça e pela igualdade.

    Mas além do mito, quem foi Che Guevara? Este artigo desvenda a vida deste emblemático lutador da liberdade, desde suas origens até sua morte, sem esquecer do persistente eco de seu legado nos corações e mentes dos que sonham com um mundo mais justo.

    Vamos, juntos, explorar as profundezas de seu compromisso com a causa revolucionária, acompanhando as marcas que deixou, tanto nas lutas que travou quanto nas vidas que tocou — incluindo a de seus filhos, que orgulhosamente perpetuam sua memória.

Quem foi Che Guevara?

Ernesto “Che” Guevara marca forte presença no cenário político e cultural global. Conhecido por muitos devido às icônicas camisetas e frases marcantes, Che é mais do que um rosto estampado na moda ou um conjunto de citações inspiradoras. Sua história é a de um homem que se dedicou, de corpo e alma, à causa da liberdade e da justiça social.

Infância e juventude de Che

    Ernesto “Che” Guevara nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina, no seio de uma família com forte legado de ativismo político e social. Influenciado por uma educação progressista, desde cedo, Che tomou consciência das injustiças sociais que o cercavam.

    Sua juventude foi marcada pela exposição a diversas perspectivas políticas e culturais em um ambiente familiar no qual eram debatidos, abertamente, assuntos sobre desigualdade social e a urgência de reformas políticas. Essas experiências moldaram seu caráter e direcionaram sua vida ao ativismo em favor dos desfavorecidos.

    Como o mais velho de cinco irmãos, Che experimentou um ambiente doméstico de resistência e solidariedade. Seu pai, um apoiador dos republicanos na Guerra Civil Espanhola, acolhia veteranos e monitorava atividades nazistas em Córdoba durante a Segunda Guerra Mundial, envolvendo o jovem Ernesto nesses esforços.

A luta de Che contra a asma desde a infância foi apenas um dos muitos desafios que enfrentou. Mais do que isso, ele foi movido por um profundo desejo de compreender e transformar as injustiças sociais e políticas que presenciava.

    Sua jornada transformadora pela América Latina, imortalizada nos “Diários de Motocicleta”, expôs Che à realidade dura de extrema pobreza, desigualdades e opressão, solidificando seu comprometimento com a busca por um mundo mais justo e igualitário.

Diários de motocicleta

    A viagem de Ernesto Che Guevara pela América Latina, em 1952, marcou o início de     sua transformação em um ícone da luta revolucionária. Acompanhado pelo amigo Alberto Granado, a aventura começou sobre uma moto Norton de confiabilidade questionável.

    Com pouco dinheiro no bolso, a dupla trilhou caminhos que cortaram Chile, Peru, Colômbia e Venezuela, testemunhando cenários de pobreza extrema e exploração. A experiência foi tão impactante que, mesmo após a moto falhar no Chile, eles seguiram viagem, dependendo da generosidade de estranhos e de caronas improvisadas.

Che Guevara e a descoberta da América Latina

Ernesto Guevara (à direita) com Alberto Granado (esquerda) em junho de 1952

    Durante sua jornada pela América Latina, Che Guevara foi confrontado com as profundas cicatrizes de exploração e as lutas comuns que marcavam a região. Observou a miséria desde os mineiros de cobre chilenos, desprovidos de necessidades básicas, até os camponeses peruanos, que mal sobreviviam trabalhando em terras que não eram suas.

    Este encontro com as adversidades vivenciadas pela classe trabalhadora sul-americana se tornou um marco em sua vida, despertando uma profunda indignação e solidariedade pelos oprimidos.

    Che, junto com Alberto Granado, respondeu a estas injustiças oferecendo seus serviços médicos voluntariamente às comunidades carentes que encontravam.

    Ernesto Guevara, ainda na fase inicial de sua carreira médica, começou a entender que os problemas que testemunhava necessitavam de soluções além dos tratamentos convencionais.

    Ele e Granado perceberam que a injustiça social era a enfermidade mais severa que afligia a América Latina, uma condição que demandava ações revolucionárias além de meros paliativos médicos.

De médico a revolucionário

    A passagem por terras bolivianas, peruanas, chilenas e, enfim, guatemaltecas não apenas expandiu o horizonte geográfico de Che, mas transformou radicalmente sua visão de mundo e seu propósito de vida.

    Ao retornar a Buenos Aires, Guevara não era mais apenas um recém-formado em Medicina. Ele carregava consigo uma crença na necessidade de uma revolução continental, uma América Latina unificada na luta contra a exploração capitalista e a opressão política.

    Seu relato, mais tarde compilado no livro “Diários de Motocicleta” e eternizado em filme de mesmo nome, não apenas nos oferece um vislumbre dos primeiros passos de Che Guevara na estrada que o levaria a ser uma das figuras mais emblemáticas do século 20, mas também serve como um chamado à ação. Por suas páginas, Che nos convida a reconhecer as injustiças ao nosso redor e a agir para transformar essa realidade.

Guatemala e primeiros passos na luta revolucionária

    Che Guevara chegou à Guatemala no fim de 1953, um país então sob a liderança progressista do presidente Jacobo Árbenz. Este período foi decisivo em sua jornada, marcando sua primeira imersão profunda na política revolucionária.

    Foi nesse período que a Guatemala enfrentava um golpe militar, instigado e apoiado pela CIA, contra o governo progressista do presidente Jacobo Árbenz. Árbenz havia implementado uma série de reformas sociais e econômicas, incluindo uma importante reforma agrária que ameaçava os interesses comerciais estrangeiros, especialmente os da United Fruit Company, uma corporação americana com profundos laços com o governo dos EUA.

    Che chegou à Guatemala com o objetivo de trabalhar como médico, mas rapidamente se viu envolvido em um contexto de intensa turbulência política. A situação o expôs à realidade brutal da dominação estrangeira e ao impacto de políticas imperialistas na América Latina.

    Ele presenciou no país as táticas de desestabilização dos Estados Unidos para derrubar um governo democraticamente eleito, que almejava promover justiça social e igualdade para sua população.

    Essa experiência foi decisiva para consolidar sua crença na luta armada como o único meio viável de combater a opressão e instaurar mudanças sociais significativas.

Conexões e consequências

    Durante seu tempo na Guatemala, Che estreitou laços com militantes e revolucionários, incluindo Hilda Gadea, com quem desenvolveria um relacionamento significativo. Foi lá que ele adquiriu o apelido pelo qual seria mundialmente conhecido: “Che”.

    A perseguição e as dificuldades enfrentadas após o golpe, incluindo a prisão de Gadea e a busca de refúgio na embaixada argentina, reforçaram sua determinação e seu compromisso com a causa revolucionária.

    Essa fase de sua vida representa a transição de um médico preocupado com questões sociais para um revolucionário disposto a lutar pela liberdade e justiça. A Guatemala ensinou a Che a dura realidade de que as reformas sociais enfrentam resistências violentas de poderes estabelecidos, especialmente quando elas ameaçam interesses econômicos poderosos.

Rumo ao México

    Forçado a deixar o país após o golpe, Che se mudou para o México. Lá, ele se conectaria a um grupo de exilados cubanos liderados por Raúl e Fidel Castro, marcando o início de uma nova fase em sua jornada revolucionária.

Fidel Castro e Che Guevara. Foto: Cuba’s Council of State Archive/ AFP

    Este encontro não apenas ampliou seu entendimento da luta latino-americana, mas também o colocou no caminho que eventualmente o levaria à Revolução Cubana.

    A Guatemala foi mais do que apenas um capítulo na vida de Che. Foi o local onde seu destino como um dos mais emblemáticos líderes revolucionários do século 20 foi selado.

A revolução cubana

    O percurso de Che Guevara até se tornar uma lenda revolucionária foi marcado por sua participação fundamental na Revolução Cubana. Sua determinação para derrubar a tirania de Fulgêncio Batista em Cuba se fortaleceu após encontrar os irmãos Castro no México.

    Como médico, fotógrafo e, mais tarde, comandante guerrilheiro, Che transformou-se no braço direito de Fidel Castro, compartilhando com ele a visão de uma Cuba livre do imperialismo e governada pelos princípios da igualdade e justiça social.

Contribuição estratégica e ideológica

    Desde os primeiros combates até a memorável vitória em Santa Clara, Che não só demonstrou capacidade tática como também se tornou uma voz influente na formulação dos princípios ideológicos da revolução.

    Sua capacidade de liderar pelo exemplo, participando ativamente do treinamento guerrilheiro e enfrentando os mesmos riscos que seus companheiros, solidificou seu status como um dos líderes mais respeitados e admirados da revolução.

Che Guevara personificou o ideal revolucionário de sacrifício, solidariedade e internacionalismo, contribuindo significativamente para a identidade e os objetivos do movimento.

Che e um governo revolucionário em Cuba

    Após a vitória revolucionária, Che não se acomodou nas conquistas. Foi-lhe confiada a tarefa de dirigir a prisão de La Cabaña, onde supervisionou o julgamento dos crimes da era Batista.

    Posteriormente, suas responsabilidades se expandiram para incluir cargos significativos no novo governo, como chefe do Departamento Industrial do Instituto Nacional de Reforma Agrária, presidente do Banco Nacional de Cuba, e ministro da Indústria.

    Em cada função, ele aplicou sua visão de um mundo mais justo, promovendo reformas agrárias, alfabetização e saúde para todos. Suas políticas e discursos refletiam uma visão de Cuba com justiça social e resistência contra a opressão, ganhando reconhecimento internacional como um símbolo do anti-imperialismo.

Contribuição ao governo cubano

    Embora tenha sido um defensor fervoroso do alinhamento de Cuba com a União Soviética para garantir a soberania da ilha, Che não se contentou com o status quo.

    Sua desilusão com os rumos da política cubana e o desejo ardente de espalhar a revolução para outros países o levaram a aventuras revolucionárias na África e, finalmente, na Bolívia, onde encontrou seu trágico fim.

    Che Guevara deixou uma marca na história de Cuba e no imaginário revolucionário global. Seu compromisso com a transformação social não se limitou às fronteiras cubanas: ele sonhou e lutou pela libertação de toda a América Latina.

Internacionalismo revolucionário

Como já vimos, Che Guevara expandiu sua visão revolucionária muito além dos limites cubanos, alcançando a África e a América Latina., visando acender a chama da revolução globalmente.

Che Guevara e a África

    Em meados da década de 1960, Che embarcou em uma missão no Congo, movido pelo desejo de apoiar a luta contra o colonialismo e a opressão. Seu tempo na África foi marcado por desafios significativos, incluindo diferenças linguísticas, culturais e a falta de um movimento revolucionário organizado.

Apesar de todo o seu esforço e habilidade em guerrilha, a missão no Congo não saiu como ele esperava. Esta experiência não apenas testou sua determinação, mas também lhe ensinou muito sobre como lutar por mudanças em lugares muito diferentes de Cuba.

    Mesmo que as coisas não tenham ido como planejado, a missão reforçou a crença de Che de que as estratégias de revolução precisam ser adaptadas para cada lugar específico. Essa lição de adaptabilidade e compreensão das lutas locais é parte importante do seu legado.

Che sempre acreditou na missão de ajudar aqueles que lutam contra a opressão, onde quer que estejam. Sua jornada mostrou o quanto ele estava comprometido em apoiar lutas pela liberdade no mundo todo.

Uma voz revolucionária na ONU

    Em 1964, Che representou Cuba na ONU e denunciou vigorosamente as injustiças globais, incluindo o apartheid e a política dos EUA em relação aos afro-americanos. O compromisso com o internacionalismo revolucionário ficou claro em seu discurso.

Ele criticou a complacência internacional e defendeu a solidariedade global contra o imperialismo, reforçando sua estatura como um defensor fervoroso dos oprimidos.

Che Guevara através das gerações

    O legado de Che Guevara como internacionalista revolucionário transcende suas missões ao redor do mundo. Sua visão de um mundo livre de opressão e sua disposição para lutar pela justiça em qualquer parte do globo continuam a inspirar movimentos de libertação.

    Sua ousadia em levantar a voz na ONU contra as injustiças refletiu o alcance de seu compromisso com a causa revolucionária, um testemunho de sua crença na revolução como uma luta verdadeiramente global.

Bolívia: o último campo de batalha

    Persistente em sua crença de que a revolução era necessária e possível em outras partes da América Latina, Che partiu para a Bolívia em 1966. Lá, ele esperava estabelecer um foco guerrilheiro que desencadearia uma série de revoltas em todo o continente.

    No entanto, o país apresentou um conjunto único de desafios: um terreno político complexo, falta de apoio local, dificuldade de comunicação com os povos indígenas e uma repressão intensa por parte do governo boliviano e seus aliados internacionais.

Além dessas dificuldades, Che e seus companheiros enfrentaram uma repressão brutal por parte das forças armadas bolivianas, apoiadas de forma oculta por aliados estrangeiros, incluindo a CIA, que há muito tempo acompanhava os passos do guerrilheiro, a fim de garantir a continuidade do domínio dos Estados Unidos.

    O movimento internacional contrário à revolução resultou em uma perseguição implacável que restringiu drasticamente a mobilidade e as ações dos guerrilheiros. Apesar disso, Che continuou perseverante, mantendo-se fiel ao seu princípio de que apenas a luta revolucionária poderia conduzir à verdadeira libertação.

    O apoio da CIA ao governo boliviano na captura de Guevara evidencia o desafio global que ele enfrentava. Isolado, com poucos aliados e sem o apoio do Partido Comunista Boliviano, Che viu suas táticas guerrilheiras serem minadas por uma campanha de contra-insurgência bem orquestrada.

Morte de Che Guevara

    A jornada revolucionária de Ernesto “Che” Guevara encontrou um fim abrupto em 9 de outubro de 1967. Sua captura pelas forças militares bolivianas, sob a supervisão direta da CIA, culminou em sua morte.

    O último ato de desafio de Che frente aos seus executores demonstrou a coragem e a convicção que o caracterizaram ao longo de sua jornada revolucionária. Dizendo “Atire, covarde, você só vai matar um homem!”, ele enfrentou seu destino e, contra o que imaginavam os bolivianos, tornou-se, ali, um símbolo eterno da luta pela liberdade e igualdade.

    A morte de Che Guevara ecoou pelo mundo, transformando-o instantaneamente em um mártir e uma figura de inspiração para gerações futuras. As circunstâncias de sua morte, uma execução sem julgamento após uma captura que o deixou ferido e indefeso, destacaram a brutalidade contra a qual lutava.

    Longe de ser apagado pela morte, o legado de Che Guevara se multiplicou. A descoberta de seus restos mortais em 1997 e a subsequente repatriação para Cuba fortaleceram ainda mais seu status como ícone global da resistência contra a opressão.

    Che vive nas artes, na música, em literaturas e em corações e mentes ao redor do mundo, seu rosto estampado em camisetas e murais como símbolo de desafio e esperança.

O eterno legado de Che Guevara

    Desde o momento de sua morte, Che Guevara se transformou em mais do que um homem; ele virou um símbolo. Seu retrato, capturado por Alberto Korda, tornou-se um dos mais icônicos do século 20, estampando camisetas, murais e bandeiras em diversos cantos do planeta.

    A influência de Che transcendeu fronteiras, inspirando não apenas movimentos revolucionários, mas também a cultura popular. Músicas como “Soy Loco por Ti, América”, interpretada por Caetano Veloso, capturam a admiração e o carinho que muitos sentem por Che e pela causa que ele representava.

Sua vida inspirou obras literárias e cinematográficas, perpetuando sua memória como um lutador incansável pela justiça social e repercutindo por gerações, estimulando o debate sobre liberdade, justiça social e soberania.

    Che vive nas ações e no espírito daqueles que continuam a lutar por um mundo mais justo, provando que, de fato, ninguém morre enquanto for lembrado. Ele vive como um lembrete de que, nas palavras de Eduardo Galeano, “muita gente pequena, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, podem mudar o mundo”.

Vida pessoal: Che Guevara e filhos

    Che Guevara também era um pai dedicado. Sua vida familiar, embora muitas vezes ofuscada por suas campanhas militares e políticas, revela um homem que, apesar de sua imensa dedicação à causa revolucionária, valorizava profundamente o vínculo com seus filhos.

Che Guevara: o pai

    Che teve cinco filhos de dois casamentos. Com sua primeira esposa, Hilda Gadea, teve Hilda Beatriz. Seu segundo casamento, com Aleida March, resultou em quatro filhos: Aleida, Camilo, Celia e Ernesto. Estes últimos cresceram em uma Cuba profundamente marcada pelo legado de seu pai.

    Apesar da ausência física de Che, devido às suas obrigações revolucionárias, a conexão com seus filhos permaneceu forte. Por meio de cartas e pequenos gestos, como desenhos ou breves encontros disfarçados — nos quais se apresentava como um amigo do papai —, Che procurava estar presente na vida de seus filhos, deixando claros seu amor e esperança por um futuro melhor para eles e para o mundo.

    A lembrança de ver a imagem de seu pai multiplicada nas ruas, sem entender inicialmente sua importância, é significativa para todos os filhos ainda vivos. Os filhos de Che carregam não só seu sobrenome, mas um profundo respeito por sua memória e legado.

    Cada um, a seu modo, contribui para manter viva a imagem de Che Guevara, seja através da medicina, do direito ou do turismo cultural. Eles refletem sobre o impacto de seu pai, não apenas como um revolucionário, mas como um ser humano com uma visão profundamente enraizada na igualdade e justiça para todos.

    Aleida, Camilo, Celia e Ernesto são a prova viva de que os valores de Che Guevara — solidariedade, justiça e um profundo amor pela humanidade — continuam a influenciar e a inspirar.

Aleida Guevara: continuando o legado

    Aleida Guevara, a filha (viva) mais velha continua a ser uma voz poderosa na promoção da justiça social, carregando o legado de seu pai com dignidade e compromisso. Sua vida é um testemunho do legado de Che, unindo seu profissionalismo médico ao compromisso com a justiça social.

Médica e militante

    Aleida escolheu a medicina como sua forma de contribuir para a sociedade, seguindo os passos de seu pai, que também era médico. Sua carreira como pediatra reflete o compromisso de Che com os cuidados de saúde como um direito humano fundamental.

    Além de sua prática médica em Cuba, Aleida tem servido em missões internacionais em países como Angola, Nicarágua e Equador, demonstrando o mesmo espírito internacionalista que seu pai defendia.

    Aleida também é protagonista na preservação e na promoção do legado de Che Guevara. Ela viaja pelo mundo, participando de conferências e eventos, compartilhando as ideias e os ideais de seu pai com novas gerações.

    Suas palavras ressoam com aqueles que buscam inspiração na vida e na luta de Che por um mundo mais justo, destacando uma vida dedicada à luta contra a opressão em todas as suas formas. Ela defende a suspensão da dívida dos países subdesenvolvidos e luta por um mundo onde os direitos humanos sejam respeitados universalmente.

    Aleida Guevara não é apenas a filha de um revolucionário icônico: ela é uma força revolucionária por direito próprio. Sua vida de serviço e ativismo é um testemunho do poder duradouro do legado de Che Guevara e um lembrete de que a luta por um mundo melhor é uma responsabilidade compartilhada por todas as gerações.

“Até a vitória, sempre!”

    As palavras finais de Che, enviadas a Fidel Castro ao partir para a Bolívia, demonstram sua determinação e esperança eternas. Che Guevara não via a revolução como um objetivo limitado a um país ou região específica. Para ele, ela era uma luta global contra a opressão.

    Che Guevara, o internacionalista revolucionário, permanece e permanecerá, para sempre, como um exemplo de coragem e dedicação inabalável à visão de um mundo melhor.



https://iclnoticias.com.br/atg/frei-betto/

Frei Betto: um símbolo de resistência e esperança na América Latina

Frei Betto é um ícone na luta por justiça social no Brasil. Saiba mais sobre sua vida, prisões durante a ditadura militar, livros e dedicação aos direitos humanos.

4º Bimestre

Tema -1: Redemocratização no Brasil 

                                    Redemocratização no Brasil - Campanha das diretas já!
          Depois de dez anos impedida de realizar passeatas ou participar de comícios, uma vasta parcela da população urbana do Brasil saiu às ruas para promover, em abril de 1984 e em abril do ano seguinte, enormes manifestações populares, comoventes e intensas, que trouxeram a história de volta as praças e as avenidas do país. Ironicamente, os dois movimentos teriam a marca da frustração.

           No dias 10 de abril de 1984, cerca de um milhão de pessoas participaram de um comício monstro na praça da Candelária - Rio de Janeiro, para clamar por eleições diretas para a Presidência da República. Seis dias mais tarde, no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, outro comício, em tudo similar ao do Rio de Janeiro, revelou-se a ponta mais reluzentes do iceberg da campanha pelas "Diretas Já!", que agitou o país no verão-outono de 1984 - 1985. 
Embora os anseios da campanha e da absoluta maioria da população urbana do Brasil, fossem frustradas pela votação da Câmara dos Deputados Federais (onde faltaram 22 votos para a aprovação da emenda que estabelecia a volta das eleições diretas para presidente da República, tais manifestações virtualmente marcaram o fim do regime militar no Brasil.
Onze meses após a derrota da emenda que estabelecia eleições diretas para presidente, o Brasil teria seu primeiro presidente civil em mais de vinte anos. Eleito pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves recebeu 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf.
Entretanto, um dia antes da posse, prevista para 15 de março, Tancredo Neves foi internado por causa de um tumor no intestino. Durante 37 dias, o país viveria horas inesgotáveis de aflição e suspense, refém de boletins médicos fantasiosos, até que, em 21 de abril - "dia de Tiradentes" - Tancredo Neves foi declarado morto. Então as ruas do Brasil, especialmente as de São Paulo, Belo Horizonte e São João Del Rei, voltariam a ser tomadas por multidões, saudando, entre lágrimas e desmaio, o presidente que não foi e, mais ainda, o presidente que poderia ter sido. 

Tema -2: Os Estados Unidos da América após a Segunda Grande Guerra Mundial.

Contexto histórico dos E.U.A nos anos após a Guerra Mundial 
         Os Estados Unidos da América saíram da segunda grande guerra mundial como a mais poderosa nação da Terra. Suas forças armadas ocuparam o Japão e uma grande parte da Europa Ocidental. Além disso, muitas bases militares estabelecidas em países aliados durante a guerra ficaram intactas.
         Economicamente os Estados Unidos da América detinham a maioria do capital de investimentos, produção industrial e exportações no mundo, controlando até dois terços do comércio mundial, enquanto grandes partes da Europa e da Ásia estavam devastadas.
      O crescimento econômico continuo exigia estabilidade política nacional e internacional. O governo democrata chefiado por Truman (1945-1952), sob a pressão dos partidários do Sul, dos republicanos e do empresariado, abandonou suas intenções de empreender mais reformas sociais, favorecendo uma aliança entre empresas, governos e Forças Armadas com concessões limitadas à classe trabalhadora. Comentou Charles E. Wilson, presidente da General Motors, que o melhor cenário seria uma "economia permanente de guerra".
          O número de beneficiados da seguridade social existentes aumentou nos anos de 1950, mas outros avanços econômicos foram bloqueados. A crescente preocupação com a ameça da União Soviética, manteve alto o orçamento militar enquanto reformas - como uma plano de saúde nacional e mais habitação pública - foram derrubadas no congresso, sob a pecha de socialistas. O bloco radical - liberal do New Deal acabou definitivamente quando o ato Talt - Harthy de 1947, enfraqueceu vários direitos de sindicatos, inclusive impondo um juramento de lealdade contra o comunismo a todos os sindicalistas, resultando na expulsão do cio de numerosos filiados e de 11 sindicatos (liderados pelos comunistas) inteiros, num total de quase um milhão de trabalhadores. 
        Na una internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 1944, foi oficialmente desenhada como um órgão de cooperação internacional. Em realidade logo acabou dominada pelos países ocidentais mais poderosos e pelo novo poder mundial, a União Soviética. Se os programas de desenvolvimentos social e econômico da ONU e sua autoridade moral gozavam de algum prestígio, sua capacidade para prevenir conflitos era bastante limitada, pois as cinco grandes potencias com direito de veto das decisões atuavam sempre nos seus próprios interesses. O poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas refere-se ao poder de veto exercido exclusivamente pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos da América, França, Rússia e Reino Unido), permitindo-lhes evitar a adoção de qualquer projeto "adicional" pela Resolução do Conselho. 
        Mesmo antes do fim do conflito, os Estados Unidos da América planejaram uma ordem econômica pós-guerra, na qual os país poderia conquistar novos mercados e expandir oportunidades por meio de investimentos estrangeiros, sem restrições do fluxo de capital e bens. Em 1944, negociações entre Inglaterra e Estados Unidos da América culminaram na fundação do "Sistema Bretton Woods" para manejar a economia internacional. Incluíram o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituído em 1945 para regular trocas financeiras internacionais sob o dólar americano e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (hoje Banco Mundial), para promover investimentos estrangeiros e a reconstrução de economias destruídas pela guerra. O grande poder econômico e político dos Estados Unidos da América, depois da guerra, fez com que essas duas instituições mantivessem os interesses econômicos americanos em primeiro plano pelas quatro décadas seguintes.  
        Desenvolvimentos políticos na época moldaram esses arranjos econômicos internacionais. Crescente tensões entre os Estados Unidos da América e a Alemanha até o fim dos anos de 1940, culminaram na Guerra Fria. Os dois superpoderes e suas alianças rurais disputaram a dominância econômica, politica e  militar mundial no período pós-guerra. Motivados pela segurança nacional, expansão econômica e vantagem militar internacional, ambos mantiveram controle dos seus aliados e de outras esferas de interesses por meio da força bruta ou da influência econômica. O plano Marshall de 1948, no qual os Estados Unidos da América emprestaram U$ 16 bilhões de dólares para reconstruir a Europa e outros programas de desenvolvimento econômico no pós-guerra tiveram tanto motivos políticos quanto econômicos: a ajuda econômica seria usada para fortalecer os parceiros não comunistas e prevenir, nesses países, desafios radicais a hegemonia norte-americana com ações como as empreendidas para domar os poderosos partidos comunistas da Itália e França no fim dos anos de 1940.
       A "paz" formal entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), durante a guerra fria, baseada na ameaça mútua das armas nucleares resultou na militarização da economia americana. Essa economia passou a ser fortemente relacionada de produção de armas e outros produtos da guerra sob o controle do que o próprio presidente Dwight Eisenhower (1952-1960) chamou de "complexo militar industrial". O mais alto padrão de vida no mundo foi baseado em grande parte nos gastos militares americanos, que atingiram o pico de 20% da produção nacional durante a guerra da Coreia. 


Tema -3: Movimentos Sociais e Culturais nas décadas de 1950-1960 e 1970.
Desenvolvimentos dos Movimentos Sociais no Estados Unidos da América 
  A imagem dos anos de 1950, na memória coletiva, centra-se na prosperidade econômica e na estabilidade econômica e na estabilidade familiar. Nessa visão,todo mundo na época tinha emprego estável e ampla oportunidade de mobilidade social. A televisão, o cinema e a literatura de grande público destacaram famílias harmoniosas: pai trabalhador, mãe dona de casa e alguns filhos, morando nos crescentes subúrbios em casas com quintais próprios e suas indefectíveis cercas brancas.
         Sem avenida, essas imagens capturam aspectos da realidade da época. 
      O PIB dos Estados Unidos da América, saltou em 250% de 1945 a 1960, com renda familiar crescente e baixas taxas de desempregos e inflação. 
        A classe trabalhadora obteve acesso sem precedentes a economia de consumo de massa, sindicatos ganharam melhores salários e a expansão de benefícios e o Estado de bem-estar social garantia em alguma medida a segurança econômica. 
        O crescimento econômico foi inegável, mas nem todo mundo compartilhou da prosperidade. Em 1960, um quinto das famílias americanas vivia abaixo do nível oficial de pobreza estabelecido pelo governo e muitas outras sobreviveram apenas com a minima segurança e conforto. A distribuição da renda não mudava muito: a população 20% mais rica continuou controlando 45% de toda renda, enquanto 20% mais pobre controlava somente 5%. Indigentes, relegados as reservas no interior dos Estados Unidos da América, eram essas pessoas mais pobres no país. 
         Idosos e trabalhadores rurais de todas etnias e as populações afro-americanas e latino-americana estavam desproporcionalmente entre os indigentes. Devido à discriminação e a falta de dinheiro, esses grupos raramente desfrutavam a "maravilhosa vida suburbana", concentrando-se nos centros das cidades, onde empregos, comércio e serviços públicos tornavam-se cada vez menos acessíveis. 


A Nova Ordem Mundial
        A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se refere ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se no fim da década de 1980, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das transformações no Leste Europeu com a desintegração do bloco soviético. 
        O termo Nova Ordem Mundial é aplicado de forma abrangente. Em um contexto atual, pode referir também a importância das novas tecnologias em um mundo progressivamente globalizado e as novas formas de controle tecnológicos sobre as pessoas. 
        A Nova Ordem Mundial busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a a partir de uma hierarquização de países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e de especialização econômica.


Algumas das Principais Características

Distribuição do Poder Internacional 

        Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois pólos de força, que eram E.U.A e URSS) foi substituída pela chamada pax imperial americana, que significa que não existe país no mundo capaz de se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia exercida de forma intensa em todas as partes do mundo, onde seus interesses econômicos e geográficos se fazem presentes.
        Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: primeiro, organizados em torno dos E.U.A - segundo, em torno da Europa (União Européia) e um terceiro, bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia. 

Urbanização Mundial 

     A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente. No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população urbana mundial superou a população rural. A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em desenvolvimento. É geralmente caótica, o que agrava os problemas ambientais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos.

Nova Divisão do Trabalho

        Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internacional dos trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufaturados de países exportadores de matéria-prima. 



Referências Bibliográficas

- Boulos, Junior, Alfredo - História, Sociedade & Cidadania, 1º ano/Alfredo Boulos Junior. - 2ª Ed. - São Paulo: FTD 2016 

- Araújo, Silva Maria de - Sociologia: volume único: ensino médio/Silva Maria de Araújo, Maria Aparecida Bridi, Benilde Lenzi Motim - 2ª ed. São Paulo - Scipione, 2016

- Vicentino, Claudio - História geral e do Brasil, volume 3 - Ensino médio - Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo - São Paulo: Scipione, 2010


- Azevedo, Gislane - História: passado e presente/Gislane Azevedo, Reinaldo Seriacopi - 1ª ed. São Paulo - Ática, 2016


- Napolitano, Marcos - 1964: História do Regime Militar Brasileiro/Marcos Napolitano, 1ª ed.2ª reimpressão, - São Paulo: Contexto, 2015 

- Masson, Philippe, 1928-2005 - Segunda Guerra Mundial/Philippe Masson, [tradução Angela M. S. Corrêa] - 1ª ed. 6ª reimpressão - São Pulo: Contexto, 2017

- Sondhaus, Laurence, 1958 - A Primeira Guerra Mundial/ Lawrence Sondhaus; tradutor Roberto Cataldo. - 1ª ed., 2ª reimpressão. - São Paulo: Contexto, 2015

- Nagorski, Andrew - A batalha de Moscou/ Andrew Nagorski: tradução PauloCastanheira. - São Paulo, : Contexto, 2013

- Hernandez, Leila Maria Gonçalves Leite - A África na Sala de Aula: visita a história contemporânea/ Leila  Leite Hernandez - 2ª ed. rev. - São Paulo. - Selo Negro, 2008

- Hobsbawm, Eric J. - A era das Revoluções Europa 1789-1848 - tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel - 14ª ed, São Paulo, : Paz e Terra, 2001

- Hobsbawm, Eric J. - A era das Revoluções Europa 1789-1848 - tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel - 14ª ed, São Paulo, : Paz e Terra, 2001

- Botelho, André; Schwarcz, Lilia Moritz - Cidadania, Um Projeto em Construção: Minorias, Justiça e Direitos / Andre Botelho, Lilia Moritz Schwarz, (organizadores) - 1ª ed. - São Paulo: Claro Enigma, 2012 

- Davis, Mike - Planeta Favela/ Mike Davis; Tradução Beatriz Medina. - São Paulo : Boitempo, 2006

- Fausto, Boris, História do Brasil/Boris Fausto - 13ª ed. I. Reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo - USP, 2009.

- Chauí,Marilena - Contra a Servidão Voluntária- Martilena Chauí : organizador Homero Santiago - 2ª edição - Belo Horizonte : autêntica : Sao Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2021 


- La Boétie, Etienne de, 1530-1563 - Discurso sobre a Servidão Voluntária/ Etienne de La Boétir: tradução de EveliynTesche: introdução e notas de Paul Bonnefon - São Paulo: Edipro, 2017

- Thoreu, Henry David, 1817 - 1862 - A Desobidiência Civil/Henri David Thoreu; tradução Jose Geraldo Couto - 1ª edição - Sao Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012

- Werrh, Alexander/ Stalingrado : 1942/ Alexander Werrh : tradução de Patrícia Reullard - São Paulo : Contexto, 2015
- Portal São Francisco - www.portalsaofrancisco.com.br/saude/gripe-espanhola
- Jung, Carl Gustav (1875 - 1961)
O essencial da psicologia/ Carl Gustav Jung - São Paulo - Hunter Books, 2016
152 páginas - Editora Prime
- ttps://brasilescola.uol.com.br/historiag/principais-campos-concentracao-nazistas.htm