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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
quarta-feira, 22 de janeiro de 2020
PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA - 8º ANO D
PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA 9º ANOS - A-B-C
PLANEJAMENTO PARA PROJETO DE VIDA - 1º ANOS - A-B-C
POEMA DA MULHER TRABALHADORA
1
Disseram que a mulher se libertou
Não foi o que a Maria achou
Ela trabalha duro todo o dia
E tem raros momentos de alegria
Ela gera dinheiro para o patrão
Mas no fim do mês, fica sem um tostão
2
Disseram que a mulher é a rainha do
lar
Não é o que a Cleomar acha
Limpa a casa até o anoitecer
Enquanto o marido assiste TV
Esse marido também é explorado
Mas trata a mulher pior do que é
tratado
3
Disseram que a mulher é assim
naturalmente
Tem que cuidar dos filhos, da casa,
e de toda a gente
Ah, mas que gente incompetente!
Não suspeita que a mulher é diferente
Que ela pensa, ama, chora
Que perde suas preciosas horas
Em trabalhos que ninguém reconhece
Em esforços que todos esquecem?
4
E se a mulher trai o marido
É motivo pra pancada
Mas se o marido trai a mulher
Ah...Ninguém lembra de nada
5
A mulher é duplamente explorada
Trabalha em casa e não recebe nada
Trabalha fora e é humilhada
Oprimida também pela mulher
patroa
Pois há mulheres que ganham
dinheiro e esquecem das outras
6
Disseram que a mulher é objeto
E ainda acham isso correto
Em cada propaganda odiosa e
machista
Que expõe só o seu corpo na revista
Que esquece que a mulher também
é pessoa
Essa é a verdade doa a quem doa
7
A mulher é escritora inteligente,
artista
Trabalhadora da fábrica, cientista
Ela é lutadora e defende seus
direitos
E aos poucos desfaz os preconceitos
Ela luta com força contra o patrão
opressor
E tenta convencer o companheiro
trabalhador
De que homens e mulheres do povo
são iguais
E aqueles que oprimem não o
farão jamais
E ao invés de se sentirem sozinhas e
unitárias
Se unem e gritam forte: Viva
as LIBERTÁRIAS!
(aqui: http://coletivolibertarias.blogspot.com.br/2013/05poema.html)
Poema
Disseram que a mulher se libertou
Não foi o que a Maria achou
Ela trabalha duro todo o dia
E tem raros momentos de alegria
Ela gera dinheiro para o patrão
Mas no fim do mês, fica sem um tostão
Disseram que a mulher é a rainha do lar
Não é o que acha a Cleomar
Limpa a casa até anoitecer
Enquanto o marido assiste TV
Esse marido também é explorado
Mas trata a mulher pior do que é tratado
Disseram que a mulher é assim naturalmente
Tem que cuidar dos filhos, da casa, e de toda a gente
Ah, mas que gente incompetente!
Não suspeita que a mulher é diferente
Que ela pensa, ama, chora
Que perde suas preciosas horas
Em trabalhos que ninguém reconhece
Em esforços que todos esquecem?
E se a mulher trai o marido
É motivo pra pancada
Mas se o marido trai a mulher
Ah...Ninguém lembra de nada
A mulher é duplamente explorada
Trabalha em casa e não recebe nada
Trabalha fora e é humilhada
Oprimida também pela mulher patroa
Pois há mulheres que ganham dinheiro e esquecem das outras
Disseram que a mulher é objeto
E ainda acham isso correto
Em cada propaganda odiosa e machista
Que expõe só o seu corpo na revista
Que esquece que a mulher também é pessoa
Essa é a verdade doa a quem doa
A mulher é escritora inteligente, artista
Trabalhadora da fábrica, cientista
Ela é lutadora e defende seus direitos
E aos poucos desfaz os preconceitos
Ela luta com força contra o patrão opressor
E tenta convencer o companheiro trabalhador
De que homens e mulheres do povo são iguais
E aqueles que os oprimem não o farão jamais
E ao invés de se sentirem sozinhas e unitárias
Se unem e gritam forte: Viva as LIBERTÁRIAS!
PLANEJAMENTO DE AULAS PARA OS 3º ANOS A-B-C-D - HISTÓRIA
1º Bimestre
Tema -1 : Imperialismo e Neocolonialismo
História do Imperialismo na África
Como a Europa passava pelo processo de Revolução Industrial, necessitava de matérias primas, fontes de energias e principalmente de novos mercados consumidores para suas mercadorias produzidas nas industrias europeias . Uma solução encontrada foi a exploração de regiões na Ásia, África e Oceania.
Não é difícil compreender que o imperialismo de fins do século XIX esteve ligado ao desenvolvimento do sistema capitalista, em uma fase cuja a inovação é a forma como se articula política e economia, na qual o Estado assumiu, decisivamente, o papel de parceiro e interventor econômico.
A conferência contou com a participação de 15 países, 13 eram pertencentes a Europa e o restante advindo do Estados Unidos da América e Turquia. Apesar dos Estados Unidos da América não possuírem colônias no continente africano, era um poderio que se encontrava em fase de crescimento, visando assim a conquista de novos territórios.
Vários temas foram abordados durante a Conferência, porém, o objetivo maior era a elaboração de um conjunto de regras que dispusessem sobre a conquista da África pelas potências coloniais da forma mais ordenada possível, mas acabou resultando em uma divisão nada pacífica .
A Inglaterra e a França, foram os países que mais abocanharam o maior número de países africanos, em segundo lugar Portugal, Bélgica, Espanha e Itália. No caso da Alemanha, Holanda, Dinamarca Suécia, Áustria, Hungria e o Império Otomano. Estes países ficaram fora da partilha e os Estados Unidos da Amária.
Os países europeus que foram beneficiados na divisão da África eram potências comerciais ou industriais que já possuíam negócios mesmos que indiretos com o Continente Africano.
Durante a conferência houve um momento de tensão muito sério. Tudo se deu devido a um plano apresentado por Portugal, conhecido como Mapa Cor de Rosa, no qual ele esbouçou a intenção de ligar Angola e Moçambique a fim de aprimorar a comunicação entre as duas colônias e tornar mais fácil o comércio e o transporte de mercadorias.
A aprovação da ideia foi unânime, até o momento em a Inglaterra, que Portugal considerava sua aliada, se opôs veemente e ameaçou por meio de um ultimato que ficou conhecido na história pelo nome de ultimato Britânico de 1890 - declarar guerra a Portugal caso esse não desistisse de seus planos. Portugal agiu com bom senso, pois temendo represálias, abandonou a ideia.
A Alemanha perderia suas poucas colônias após a Primeira Grande Guerra Mundial, acontecendo a mesma coisa com a Itália na Segunda Grande Guerra Mundial. O quadro ficou assim definido após o termino da Conferência.
A Inglaterra tornou-se a dirigente de toda África Austral, pertencente à parte Sul. Banhada pelo Oceano Índico e pelo Oceano Atlântico em seu litoral ocidental, exceto Angola e Moçambique - colônias portuguesas ao sudoeste africano e da África Oriental com poucas exceções - A Costa Ocidental e o Norte foram repartidos com a França, Espanha e Portugal. A região do Congo ficou com os belgas e franceses.
No começo do século XX, o continente africano se encontrava em condições lamentáveis, totalmente cortado em pedaços, um para cada ocupante imperialista europeu.
A economia tradicional ou de subsistência foi totalmente desarticulada quando ao ingresso de cultivos destinados exclusivamente para o sustento e bem-estar das carências das Metrópoles.
Na colonização, a África foi retalhada com interesses e benfeitorias dos europeus, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas em um mesmo local. É por este motivo também que nos dias de hoje ocorrem tantas guerras civis.
Tríplice Aliança - formada inicialmente pelos países: Alemanha, Império Austro-Húngaro e pela Itália.
Tríplice Entente - formada inicialmente pelos países: Rússia, França e Inglaterra.
Mediante a este contexto, estava formado o terrível "barril de pólvora" que explodiria com o início da guerra em 1914.
A iniciativa da guerra partiu da Alemanha que executou o Plano Von Sclilieffen, isto é, uma plano de guerra elaborado pelo general alemão que deu nome a esse plano. A estratégia consistia em atacar pelo Leste e defender-se pelo Oeste.
Brasil na Primeira Grande Guerra Mundial
Benefícios da Primeira Guerra Mundial para a Economia Brasileira
Tratado de Versalhes
Algumas das Exigências Impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes
AS MEDIDAS DO TRATADO DE VERSALHES
País | Militares | Civis | Total |
URSS | 10,7 milhões | 11,4 milhões | 22,1 milhões |
Alemanha | 5,5 milhões | 1,8 milhões | 7,3 milhões |
França | 212 mil | 350 mil | 562 mil |
Itália | 301 mil | 153 mil | 454 mil |
Inglaterra | 382 mil | 68 mil | 450 mil |
EUA | 416 mil | 1.700 | 417,7 mil |
No mundo | 25 milhões | 41,6 milhões | 66,6 milhões |
Principais
campos de concentração nazistas
Os principais campos de concentração nazistas estavam localizados no Leste europeu, principalmente na Polônia e operaram durante a primeira metade da década de 1940, antes do final da segunda grande guerra mundial.
"Sabemos que campos de
concentração e trabalho forçado não foram uma exclusividade dos nazistas e,
tampouco, foram inventados por eles. Basta citar um único exemplo de modelo
precedente, o dos gulags, da URSS, que existiam desde a época dos czares,
quando eram chamados de katorgas. No entanto, os campos nazistas destacaram-se
em virtude do processo de “mecanização da morte”, isto é, da aplicação de um
método praticamente industrial de morte por gás venenoso. Além disso, os corpos
dos mortos nas câmaras de gás eram incinerados em fornos construídos com essa
finalidade. Quando a Segunda Guerra estava chegando ao fim, e os nazistas
progressivamente perdiam terreno, os cadáveres dos campos de concentração
começaram a ser despejados em valas comuns e incinerados nas covas."
"A maior parte dos judeus mortos no holocausto era do Leste Europeu
Sabemos também que os principais campos de concentração e extermínio do nazismo não se encontravam em território alemão, mas, sim, no Leste europeu, sobretudo na Polônia. Em terreno alemão, os campos construídos tinham tamanho pequeno (se comparados com os poloneses), sendo a maior parte destinada a trabalhos forçados para opositores políticos (socialistas e comunistas), judeus, homossexuais, ciganos, pretos, criminosos, e não propriamente para extermínio. O primeiro dos campos a ser construídos foi o de Dachau, em 1933 (ano em que Hitler assumiu o poder); outros foram erguidos nas cidades de Breitenau e Flossenbürg.
A partir de 1941, quando houve o ataque à URSS com a Operação Barbarossa, os nazistas ocuparam vastas regiões, incluindo praticamente todo o território polonês e partes dos Países Baixos, Ucrânia, Croácia, Bielorrússia e outros países. Nesses locais estava concentrada a maior parte da população judaica da Europa. Ao contrário do que normalmente se imagina, a população judaica alemã representava cerca de menos de 1% da população da Alemanha quando Hitler assumiu o poder. A maior parte dos judeus mortos no holocausto foi capturada nos países do Leste."
Veja mais em:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/principais-campos-concentracao-nazistas.htm
"Principais campos de concentração:
Entre os campos de concentração instalados na Polônia, os mais mortíferos foram:
Destacamos os mais mortíferos, porém existem um número bem maior de campos de concentração dentro da Polônia
1. Auschwitz-Birkenau. Período de operação: de abril de 1940 a janeiro de 1945. Nesse campo morreram cerca de 1.100.000 a 1.500.000 de pessoas, a maioria de origem judaica;
2. Treblinka. Período de operação: julho de 1942 a novembro de 1943. Mortos: cerca de 800.000.
3. Varsóvia, capital da Polônia. Período de operação: 1942 a 1944. Mortos: cerca de 200.000;
4. Balzec. Período de operação: março de 1942 a junho de 1943. Mortos: cerca de 600.000;
5. Chelmo. Período de operação: dezembro de 1941 a abril de 1943 e de abril de 1944 a janeiro de 1945. Mortos: cerca de 340.000;"....
Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/principais-campos-concentracao-nazistas.htm
"Por Me. Cláudio Fernandes"
Holocausto
Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/holocausto.htm
Mencheviques: - os membros deste partido defendiam que era necessário esperar o pleno desenvolvimento do capitalismo e proletariado operariado para começar a revolução, que seria liderada pela burguesia e apoiada pelos operários e os camponeses.
a) - A morte de Rasputim, um monge, conselheiro de Czar - com a sua morte tornou-se pública a desmoralização e a corrupção do governo de Czar.
Governo Provisório
Algumas das Medidas
Esta política durou até 1928 e trouxe bons resultados.
As Contradições da Modernização e o Processo de Exclusão.
O Nacionalismo na África e na Ásia - e as Lutas pela Independências.
A descolonização da Ásia
A independência do continente asiático se deu por duas causas: o enfraquecimento das nações europeias após a Segunda Guerra Mundial e a eclosão de movimentos de luta pela independência.
O processo de descolonização asiático contou com o apoio norte-americano e soviético. Isso é explicado pelo fato de que naquele momento desenrolava-se a Guerra Fria. Desse modo, ambos desejavam expandir suas áreas de influência do capitalismo e do socialismo, respectivamente, isso nos países que iriam emergir com a independência.
A descolonização asiática sucedeu quase que simultaneamente com a Segunda Guerra Mundial. Muitas colônias se tornaram independentes entre 1945 e 1950, das quais podemos citar: Índia, Paquistão, Sri Lanka, Filipinas, Indonésia, Vietnã, Laos. A China promoveu a revolução socialista, em consequência disso pôs fim na dominação inglesa, alemã e japonesa em seu território. Em 1945, a Coreia deixou de se submeter aos domínios japoneses. Essa ex-colônia japonesa se dividiu em 1948, formando dois países: Coreia do Norte e Coreia do Sul.
As colônias onde hoje se encontra o Oriente Médio se submeteram aos domínios europeus por muito tempo. Países como Líbano e Síria tiveram suas independências oficializadas em 1943 e 1946, respectivamente.
Após a Segunda Grande Guerra Mundial,
alguns Estados Nações tornaram-se o centro político, econômico e militar
mundial, em torno deles, outros países assumiram o papel de figurantes ou até
mesmo de vítimas.
Um dos protagonistas foram os Estados Unidos do América. A União
Soviética, a outra superpotência militar assumiu a condição de
contra-ponto, exercendo também um papel de centro aglutinador de aliados fora
da esfera de influência norte-americana.
Porém, ainda nem bem tinha terminado a guerra, as relações entre ambas já deteriorava. A tal ponto que em 1947, os especialistas começaram a falar em Guerra Fria, ou seja, um confronto indireto entre as superpotências. Os motivos mais claro do rompimento era ideológico.
Capitalismo e Socialismo, incompatíveis em sua forma de entender diversas formas ou esferas da vida humana, do papel do Estado aos direitos prioritários dos cidadãos.
Em 1947, o presidente americano Harry Truman, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, juntamente com seu secretário de estado, George Marshall lançou o Plano Marshall, programa de investimentos e de recuperação econômica para os países europeus em crise após a segunda guerra.
Durante o governo de Truman foi criada a CIA, bastante atuante nos anos da Guerra Fria, combatendo o comunismo e o considerava uma ameça aos interesses dos Estados Unidos da América.
Por outro lado em resposta ao Plano Marshall, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de coordenar a ação dos partidos comunistas europeus.
Completando a reação soviética em 1949 foi criado o Comecon, uma réplica do Plano Marshall para os países socialistas, voltado para sua integração econômica e financeira.
A lógica bipolar seria a marca da guerra fria. Países como a (Alemanha, Coréia, Vietnã), sindicatos, agremiações, tratados internacionais, enfim, instituições em que houvesse uma disputa de poder relevante, dividiam-se em grupos antagônicos, um pró-americano outro pró-soviético.
Revolução Cubana em 1959
A Revolução Cubana foi um movimento de caráter popular, que derrubou o governo do presidente Fugêncio Batista, em janeiro de 1959.
Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Causas da Revolução
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos da América.
As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram denominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos da América também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre o presidentes pró - Estados Unidos da América.
Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos estadunidense. Era um país com grandes desigualdades sociais, por grande parte da população vivia na pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
Organização da Revolução
Fidel Castro era o grande opositor do governo Fulgêncio Batista. De princípio socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros, enquanto estava exilado no México.
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 homens combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra.Os combatentes com as forças do governo foram intensos e muitos guerrilheiros morreram ou foram presos.
Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Chê Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta.
Transmissões de rádio para divulgar as ideias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana. Com mensagens os revolucionários conseguiram o apoio de muitas pessoas, pois havia muitos camponeses e operários insatisfeitos com o governo de Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desempregos, falta de terras, analfabetismo, doenças)
Muitos cubanos das cidades começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades.
A Tomada do Poder e a Implantação do Socialismo
No primeiro dia de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. O governo de Fidel Castro tomou várias medidas, por exemplo: nacionalização dos bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistema de educação e de saúde.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando assim o apoio da União Soviética (URSS), dentro do contexto da guerra fria.
Capital: Havana
População: 11 milhões de habitantes
Economia: cana de açúcar, tabaco, arroz, banana, laranja e abacaxi. Pecuária: bovinos, suínos, equinos e aves. Indústria - pouco diversificada - alimentos, bebidas, charutos, máquinas e produtos químicos.
Atividade em desenvolvimento: turismo.
Tema -3: Contextualização e Consequências da guerra fria para o Brasil.
O Brasil na Guerra fria
Tema - 4: Populismo e Ditadura Militar no Brasil.
A palavra populismo vem da palavra latina para “pessoas”, populus. O que é Populismo? O populismo é uma filosofia política que se concentra em defender os direitos e posições do povo em oposição à elite e ao governo. Vários movimentos políticos ao redor do mundo promoveram ideais populistas. Quando usado para descrever a retórica política, um indivíduo ou um partido político, o termo geralmente traz conotações pejorativas e o “populismo” tornou-se uma palavra carregada para muitas pessoas. Para o homem comum o ideal fundamental do populismo é que o homem comum deve ter uma chance na sociedade e um papel ativo no governo. Os movimentos populistas geralmente dividem a sociedade em “pessoas” e “elite”, com indivíduos que têm poder limitado sendo considerados pessoas e indivíduos que têm influência de estar entre a elite. A elite geralmente é rica e, muitas vezes, usa suas riquezas para influenciar o sistema político, acumulando mais riqueza. Populistas normalmente sentem que o governo protege os interesses da elite, e não as necessidades das pessoas comuns, e eles querem que isso mude.
Tema -5: A Ditadura Militar de 1964 a 1985
O Golpe Militar no Brasil
A ditadura militar foi implantada no Brasil em 1º de abril de 1964, com substancial apoio de pessoas e entidades da sociedade civil, de órgãos representativos do poder econômico nacional e de uma parte considerável dos superiores da hierarquia católica e ainda de importantes órgãos de comunicação de massa que proclamam tradicionalmente liberais. O sistema ditatorial não se apoiava num líder carismático, mas foi imposto e exercido sempre por grupos dominantes, A par disso, por motivo de divergências entre diferentes grupos militares, mas também tentando das a aparência de democracia, sucederam-se comando ostensivo do governo ditatorial cinco generais de exército, essencialmente ditadores, mas com estilos diferentes sob certos aspectos, tendo havido variações quanto a intensidade das violências e a linguagem.
Com relação as origens do golpe de Estado que resultou na
implantação da ditadura militar, podem-se mencionar fatores internos da
realidade brasileira, como o temor das elites tradicionais de perder seu
patrimônio e seus privilégios, mas, a par disso foi muito importante a
ingerência dos Estados Unidos da América na vida política,
econômica e social brasileira.
Como esta fartamente documentado, inclusive por
registros feitos por jornais da época, noticiando como simples rotina alguns
fatos que observadores atentos das práticas políticas e conhecedores da
história já denunciavam como perigosos, a participação direta dos Estados
Unidos da América o que foi decisiva para a implantação da ditadura militar no
Brasil.
Na realidade o golpe militar de 1964 foi dado com
substancial apoio e alguns dizem que foi inspiração dos Estados Unidos da
América, por meios das forças armadas, de suas organizações especializadas em
espionagem e ações subversivas subterrâneas, bem como por sua diplomacia, que
ostensivamente pegou, articulou e apoiava a ditadura militar. Grandes empresas
estadunidenses tinham interesses em apoderar-se de grandes
reservas de minérios de ferro existentes no Brasil, especialmente no
Estado de Minas Gerais.
Ao mesmo tempo, crescia no Brasil um sentimento
nacionalista, sendo bem expressiva dessa linha de pensamento a iniciativa do
governador do Rio Grande do Sul, decretando a nacionalização de empresas
produtoras e distribuidoras de energia elétrica. Esse fato foi explorado com
escândalo pelos grandes jornais ligados ao poder econômico e
simpatizantes fanáticos do capitalismo estadunidense. Tudo isso acontecia
no Brasil pouco depois da Revolução Cubana, que despertou em muitos o
temor da expansão das ideias socialistas em toda a América Latina.
Poucos anos antes do golpe militar esteve no
Brasil uma missão enviada pela National Was College dos Estados Unidos da
América, uma missão trabalhando junto com os militares brasileiros para a
implantação de um programa de militarização da sociedade, denominado
"doutrina de segurança nacional". Paralelamente, o embaixador
dos Estados Unidos da América no Brasil desenvolvia intensa atividade em vários
pontos do território brasileiro, pregando a ideia de uma aliança de todo o
mundo ocidental, sob a liderança dos Estados Unidos da América, para a defesa
do "mundo livre", face a ameaça comunista.
Esse embaixador era da intimidade de altas
autoridades brasileiras e transmitia informações do presidente dos Estados
Unidos da América sobre os planos secretos de defesa do Brasil, o que deixa
muito evidente seu desenvolvimento as chefias militares e com a diplomacia
brasileira.
Quanto aos fatores internos que inspiraram e facilitaram a
implantação da ditadura militar em 1964, é preciso registar que uma parte
considerável do povo brasileiro apoiou a substituição do presidente da
República, que era João Goulart, mas pensando na substituição por meios legais
e pacíficos previstos na Constituição, sem imaginar que a destituição
do Presidente abria o campinho para uma ditadura militar. Na realidade, houve o
apoio de lideranças civis, inclusive empresariais e religiosas, influenciadas
por uma pregação terrorista feita pela imprensa, mas também numa conjugação de
ambições, intolerância, que muitas vezes se confunde com a ingenuidade e é
fácil de se manipulada.
Os fatos que vieram logo em seguida à disposição de João
Goulart, Presidente Constitucional, que no dia 01 de abril de 1964 teve que
buscar refúgio para não ser preso, deixaram evidente, mesmo para os mais
ingênuos e menos informados, que se tinha implantado no Brasil, pura e
simplesmente, uma ditadura militar, um poder arbitrário, com todo cortejo de
violências e corrupção que fazem parte de todos os sistemas dessa natureza do
golpe de Estado.
Apesar das cautelas adotadas pelos agentes da ditadura
militar, pretendendo mascarar a verdadeira natureza do golpe de Estado,
chamando-o de "Revolução Redentora" ou
"Revolução de 31 de março", a realidade da ditadura militar
ficou muito evidente, apesar da censura da imprensa e das tentativas de ocultar
o que se passava nos quartéis e nos presídios políticos.
Decretação - AI - 5 - em 13 de
dezembro de 1968. O regime tornou-se mais violento contra os que,
falando ou escrevendo, participando de reuniões pacíficas, manifestavam
oposição do regime ditatorial e falavam em democracia, liberdade e direitos.
Aumentavam as prisões arbitrárias, as práticas de
torturas, os desaparecimentos de pessoas, as invasões de domicílios, cassações
de direitos, sem possibilidade de recurso ao judiciário ou a qualquer
autoridade ou mesmo obter simples esclarecimento sobre os motivos da punição,
além de ampla corrupção, tanto quanto ao uso das instituições públicas, quanto
relativamente aos desvios de recursos públicos.
Movimento
Estudantil
Na década de 1960 e 1970, o movimento estudantil
brasileiro foi importante foco de resistência e mobilização social a ditadura
militar. Organizados em diversas entidades representativas, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), suas reivindicações
influenciaram os rumos da política.
Os estudantes protestavam por causas especificas como a
ampliação de vagas nas universidades públicas, por melhores condições de ensino,
contra a privatização e também em defesa das liberdades democráticas e por
justiça social.
Em março de 1968, o secundarista Edson Luis de Lima Souto
foi morto pela polícia militar no Rio de Janeiro
A
Morte do Estudante
Durante um protesto, que causou comoção popular e marcou o
início de intensas mobilizações contra o regime.
Com receio que o polícia militar sumisse com o corpo de
Edson Luis, os estudantes o levaram para ser velado na Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro.
A notícia da tragédia havia se espalhado e mais de
50 mil pessoas tomaram as ruas. A UNE decretou greve geral, entidades
estudantis de vários estados solidarizavam-se com o ato, sindicalistas,
artistas, religiosos e intelectuais demonstravam apoio ao movimento. Em junho
do mesmo ano, aconteceu a chamada "Passeata dos Cem Mil", marcou a
história de resistência e teve a participação expressiva de estudantes.
Anos
de Chumbo - 1968 a 1974
Entre 1968 e 1978, sob o AI- 5 e a Lei de Segurança Nacional
de 1969, ocorreram os chamados "Anos de Chumbo". Neste período, houve
um estado de exceção com controle de alguns setores sobretudo a mídia e
educação, censura sistemática, prisão, tortura, assassinatos e desaparecimentos
forçados de opositores ao regime.
Em 1974 começaram a surgir os primeiros sinais da
recuperação do movimento estudantil. A nova geração de estudantes que militaram
e lideraram as frentes universitárias da época na década de 1970, teve
pela frente o árduo trabalho de reconstruir as organizações
estudantis. O congresso de reconstrução da UNE aconteceu em Salvador na
Bahia, em 1979, reivindicando mais recursos para as universidades, defesa do
ensino público e gratuito, assim como pedindo a libertação de estudantes presos
no Brasil.
Com o fim da ditadura militar, o movimento estudantil voltou as
ruas para defender suas bandeiras e a consolidação da democracia no país. Em
1984, estudantes participaram ativamente da Campanha das
"Diretas Já"! com manifestações e intervenções importantes nos
comícios populares.
Fontes:
Coleção da Revista Caros Amigos - "A ditadura militar no Brasil"
Operação
Condor
Juliana Bezerra
Professora de História
A Operação Condor ou Plano Condor foi um sistema de
troca de informações e prisioneiros entre as ditaduras de Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.
Esta aliança foi
estabelecida formalmente em 25 de novembro de 1975, mas já funcionava desde a
década de 60.
O plano Condor contou com
apoio logístico dos Estados Unidos e seu objetivo era controlar os opositores
das ditaduras no Cone Sul.
O que foi a
Operação Condor?
A Operação Condor consistiu na cooperação dos
serviços de inteligência de seis países da América Latina que estavam sob
regime ditatorial. Esta assistência era clandestina e não precisava da
autorização da Justiça.
As ditaduras latino-americanas tinham como alvo
principal acabar com o comunismo. Assim, qualquer oposição era taxada de
esquerda. A repressão costumava ser implacável e incluía sequestros, torturas e
assassinatos.
Embora tenha sido estabelecida em 1975, no Chile,
durante a ditadura de Augusto Pinochet, já havia colaboração entre os diversos
serviços de inteligência do continente.
Em todas as embaixadas e consulados dos países
envolvidos foi instalada uma via paralela de comunicação. Desta forma, os
agentes ligados à Operação Condor não precisavam passar pelos canais oficiais
da diplomacia.
Os Estados
Unidos e a Operação Condor
Isto acontecia porque o mundo vivia o
período da Guerra Fria onde os países eram classificados de acordo com sua
orientação ideológica. Por isso, havia uma disputa entre a URSS (comunista) e os
Estados Unidos (capitalista).
Já na Operação Condor, os Estados
Unidos contribuíram com logística e conhecimentos. Os militares se comunicavam
com uma espécie de telex batizado de "condortel".
Seu funcionamento foi ensinado aos
militares latino-americanos pelo Exército dos Estados Unidos, na Escola das
Américas, situada no Panamá. Assim, toda comunicação da Operação Condor passava
por ali.
Importante lembrar que esta
instituição instruiu vários militares latino-americanos a torturar
prisioneiros.
A ajuda dos EUA à Operação Condor
durou até o governo Jimmy Carter (1977-1981).
O Brasil e a
Operação Condor
O Brasil participou ativamente da
criação da Operação Condor e auxiliava os regimes militares vizinhos na captura
de cidadãos. Por outra parte, militares brasileiros se encarregavam de
reconhecer elementos opositores que atravessavam as fronteiras.
Como os governos militares já estavam
instalados no Brasil desde 1964, isso fazia com que o país fosse o mais
experiente do grupo. Para se ter uma ideia, o Serviço Nacional de Informações
(SNI), órgão responsável pela vigilância aos opositores, era o maior do continente
latino-americano.
A primeira cooperação entre o Brasil
e a Argentina se deu em dezembro de 1970. Neste mês, o coronel Jefferson Cardim
Osório foi preso em Buenos Aires e trazido ao Brasil. Osório foi o primeiro a
formar uma guerrilha, em Três Passos (RS), contra o governo militar em 1965.
Da mesma forma, o Brasil colaborava
com a ditadura argentina. Um dos casos foi a Contraofensiva Montonera,
realizada em 1978, para capturar guerrilheiros argentinos no Brasil.
Igualmente, ficou célebre o "Sequestro
dos Uruguaios" quando Lilián Celiberti e Universindo Díaz, e seus dois
filhos, cidadãos do Uruguai, foram presos em Porto Alegre, em 1978.
Tratou-se de uma ação conjunta
elaborada por militares uruguaios com ajuda do Exército brasileiro. Graças a
uma denúncia ao jornalista da revista Veja, o casal foi levado à prisão, mas
não foram mortos.
Um dos participantes da Operação
Condor, no Brasil, foi o Major Curió. Ele foi um dos comandantes na Guerrilha do
Araguaia. Atualmente, é investigado na Argentina, pois está apontado
em 108 casos de desaparecimento de prisioneiros.
Após suas ações militares, o Major
Curió liderou o complexo de Serra Pelada com
total consentimento do governo
Figueiredo (1979-1985).
Operação Condor revelada
Familiares com fotos de militantes e parentes durante o julgamento da Operação Condor. Foto: João Pina
A Operação Condor só foi revelada
graças a uma denúncia anônima realizada no Paraguai. Neste país, descobriu-se o
chamado “Arquivo do Terror” que documentava a ação coordenada dos seis países.
Por sua vez, durante a administração
do presidente americano Bill Clinton (1993-2001), os Estados Unidos retiraram
da categoria “confidencial” vários documentos relativos às ditaduras militares
do Chile e da Argentina.
Dessa forma, quando Néstor Kirchner
chegou à presidência na Argentina em 2003, anulou todos os indultos aos
militares. Assim, começou a investigação e o julgamento da Operação Condor
naquele país.
A Operação
Condor foi terminando a medida que caíam as ditaduras nos países
latino-americanos. Contudo, com a volta da democracia, nenhum dos
desaparecimentos foi investigado, por conta das leis de anistia de cada país.
Nos século
XXI, esta postura, no entanto, está mudando. A Operação Condor começou a ser
julgada na Argentina em 2011 e as primeiras sentenças saíram em 2016.
O Chile vem
investigando e levando a juízo uma série de denúncias e a Bolívia prometeu, em
2016, que iria abrir os arquivos para serem pesquisados.
No Brasil,
graças à ação da Comissão Nacional de Verdade e Justiça, várias publicações e
filmes foram lançados com o fim de esclarecer este terrível capítulo da nossa
história.
Milagre
Econômico
Juliana Bezerra
Professora de História
Milagre Econômico ou
"milagre econômico brasileiro" corresponde ao crescimento econômico
ocorrido no Brasil entre os anos de 1968 a 1973.
Esse período foi caracterizado pela aceleração do
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), industrialização e inflação baixa.
Contudo, por trás da prosperidade, houve o aumento
da concentração de renda, corrupção e exploração da mão de obra.
Foi no governo do presidente Emílio Médici
(1969-1974), que o milagre econômico chegou ao ápice.
Origem do Milagre Econômico
O início do milagre
econômico está na criação do Programa de
Ação Econômica do Governo (Paeg) na gestão do
presidente Castelo Branco (1964-1967).
O Paeg previa incentivo às
exportações, abertura ao capital exterior, bem como reforma nas áreas fiscal,
tributária e financeira.
Durante o milagre
econômico, o PIB alcançou 11,1% de crescimento anual.
Para centralizar as
decisões econômicas foi criado o Banco Central. Da mesma forma, a fim de
favorecer o crédito e resolver o déficit habitacional, o governo instituiu o
SFH (Sistema Financeiro Habitacional), formado pelo BNH (Banco Nacional de
Habitação) e pela CEF (Caixa Econômica Federal).
A principal fonte de
recursos para o sistema habitacional viria do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço). Este imposto, criado em 1966, era descontado do trabalhador e foi
usado para estimular a construção civil.
Também se favoreceu a
criação de bancos para estimular o mercado de capitais e a abertura de crédito
para o consumidor melhorando, entre outros, o desempenho da indústria de
automóvel.
Além disso, nada mais que 274
estatais, como a Telebrás, Embratel e Infraero foram abertas neste período.
Na época,
o ministro da Fazenda, Delfim Neto, justificou essas medidas como fundamentais
para impulsionar o crescimento do País. Delfim Neto utilizava a metáfora que “o
bolo precisava crescer para depois ser repartido”.
Obras durante o Milagre Econômico
Além das medidas de incentivo, o milagre econômico
foi concretizado por meio de obras de grande porte como estradas e
hidrelétricas.
Entre estas podemos citar a rodovia Transamazônica
(que une o Pará até a Paraíba), a Perimetral Norte (Amazonas, Pará, Amapá e
Roraima) e a ponte Rio-Niterói (ligando as cidades do Rio de Janeiro e
Niterói).
Podemos mencionar também a Usina de Itaipu, as
usinas de energia nuclear de Angra e a zona Franca de Manaus.
Os recursos para essas obras foram obtidos por meio
de empréstimos internacionais, que elevaram a dívida externa. O financiamento
internacional também foi empregado para alavancar projetos de mineração, como
os das usinas de Carajás e Trombetas, ambas no Pará.
De igual maneira receberam recursos internacionais
as indústrias de bens de consumo (máquinas e equipamentos), farmacêutica e
agricultura. O setor agrícola voltou-se para a monocultura, visando o mercado
internacional.
Estas obras de infraestrutura eram necessárias em
um país em crescimento e com as dimensões do Brasil. No entanto, foram feitas
de maneira pouco transparente e consumiram muito mais recursos do que o
previsto inicialmente.
Para atrair o empresariado, o governo federal achatou os salários dos trabalhadores. Como os sindicatos estavam sob intervenção, as negociações quase sempre favoreciam o empresário. Nesta época, com fiscalização deficiente, os acidentes de trabalho se multiplicaram.
Fim do Milagre
Econômico
No cenário externo, a situação mudou a partir de
1973, quando aconteceu o Primeiro Choque do Petróleo. Neste ano, os países
produtores pararam de vender petróleo para países quem fossem aliados de Israel.
Assim, o preço do barril quadruplicou em apenas um ano, encarecendo a produção
industrial.
Para encarar esta subida de preços, os Estados
Unidos elevaram os juros do mercado internacional na década de 70 e reduziram
as remessas de dinheiro para os países em desenvolvimento.
O Brasil parou de receber empréstimos e passou a
pagar juros exorbitantes da dívida externa. Em consequência, houve arrocho
salarial, desvalorização cambial e redução do poder aquisitivo da população.
O salário-mínimo ficou abaixo dos US$ 100
resultando em aumento da pobreza e da miséria.
A política econômica privilegiou as exportações e
impôs pesados encargos às importações. A estratégia resultou no sucateamento
das indústrias nacionais.
Por estes motivos, o setor industrial não podia
importar máquinas e modernizar os fábricas que, obsoletas, perderam
competitividade.
Resumo do Milagre Econômico
Até hoje a herança do "milagre
econômico" é muito discutida entre historiadores e economistas. Isto se
deve, em parte, pela própria propaganda que o governo do general Emílio Médici
(1970-1974) fazia do crescimento econômico brasileiro.
A vitória da seleção masculina de futebol, por
exemplo, auxiliou a passar esta imagem positiva no Brasil.
Apesar de ter sido realizado num ambiente
autoritário e que prejudicou os trabalhadores, o “milagre econômico” deixou
marcas que sobrevivem até hoje. Vejamos:
Pontos Positivos
·
Construção de obras importantes, como a ponte
Rio-Niterói e a usina de Itaipu
·
Aceleração da industrialização
·
Incentivo à indústria da construção civil com a
criação do Sistema Financeiro Habitacional
Pontos Negativos
·
Aumento da pobreza
·
Aumento da inflação
·
Redução do poder aquisitivo do trabalhador pobre
·
Investimento mínimo em saúde, educação e
previdência social
·
Desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar
·
Aumento da dívida externa
·
Corrupção e favorecimento a empreiteiras ligadas ao
governo
·
Dependência de empréstimos do exterior,
principalmente dos Estados Unidos
Consequências do Milagre Econômico
A política econômica do regime ditatorial foi
centralizadora, privilegiou o aumento da máquina pública e favoreceu as camadas
mais ricas com isenção de impostos.
Assim, houve elevado déficit do salário mínimo e a
redução da renda das camadas mais pobres da população. Em contrapartida, os
mais ricos acumularam proventos.
Os serviços de áreas como a saúde, educação e
previdência social ficaram prejudicadas, pois não acompanharam o crescimento
populacional e não receberam investimentos. Desta maneira, foram perdendo a
qualidade e eficiência
Década Perdida
Os anos 80 são considerados uma década perdida para
o Brasil e para a América Latina. A denominação é utilizada para explicar os
efeitos do fim do período do milagre econômico.
Durante este decênio, o governo deixou de ser o principal
investidor e o empresariado não tinha como fazer frente às despesas. Houve,
ainda, aumento da dívida externa, da pobreza e redução das exportações. O
Brasil ficou mais dependente do capital estrangeiro e a indústria estagnou.
Também ocorreu intensa redução dos salários, com a
consequente queda do poder aquisitivo da população. O PIB caiu e o desemprego
aumentou, bem como a miséria.
Questões sobre a Ditadura Militar
A Ditadura Militar foi um período de
governo autoritário no Brasil que durou de 1964 a 1985.
Pela sua
importância política e econômica é um dos assuntos mais cobrados no Enem e
vestibulares de todo país.
Por isso,
selecionamos 15 questões que abordam vários momentos e aspectos da Ditadura
Militar no Brasil para você revisar o conteúdo e arrasar na sua prova!
Bom
estudo!
Questão 1
(Unisc/2014) Em 2014 completará 50 anos do Golpe
que depôs o governo de João Goulart e instalou o Regime Militar no Brasil. A
Ditadura permaneceu por mais de vinte anos não permitindo eleições livres para
presidente e controlando muito de perto os sindicatos, movimentos sociais e
outros grupos que questionavam a falta de democracia e a truculência do Regime
por meio dos aparatos de repressão.
Sobre esse período é INCORRETO
afirmar que
a) o pluripartidarismo foi extinto no Ato
Institucional n. 2 que permitiu apenas dois partidos – ARENA e MDB.
b) o Ato Institucional n. 5 limitou ainda mais os direitos políticos no Brasil
cassando políticos considerados pelo Regime como subversivos.
c) a censura foi imposta logo após o Golpe Militar
e teve como o Serviço Nacional de Informações (SNI) seu órgão mais atuante.
d) a propaganda pró-regime militar usou slogans
como Brasil – ame-o ou deixe-o.
e) o último presidente militar, Costa e Silva, prometeu uma abertura política para a democracia de forma lenta e gradual.
(Unitau/2018) No cabeçalho do Jornal do Brasil, do
dia 14 de dezembro de 1968, aparecia escrito: “Tempo negro. Temperatura
sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos.
Máx: 38º em Brasília, Mín: 5º, nas Laranjeiras”.
A qual fato esse texto faz referência?
a) Aprovação do Ato Institucional nº 5, que limitou
drasticamente a liberdade de expressão e instituiu medidas que ampliaram a
repressão aos opositores do governo militar.
b) Aprovação do Ato Institucional nº 2, aprovado
pelo Congresso Nacional, que ampliou o medo do perigo comunista.
c) Aprovação da Lei da Censura Federativa, do Ato
Institucional nº 1, que coibiu filmes, peças teatrais, livros, músicas, mas que
não chegou ao jornal e, por isso, a crítica foi publicada em primeira página.
d) Aprovação dos atos institucionais, que tiveram
grande apoio de classes políticas do país, ampliando várias garantias
individuais e conferindo amplos poderes ao presidente da República.
e) Aprovação do bipartidarismo, por meio do Ato Institucional nº 1, que
eliminou toda forma de oposição institucional ao regime militar.
(UPE/2013) O Regime Militar Brasileiro (1964-1988)
foi marcado por uma bipolarização no âmbito da política e da arte, entre os que
apoiavam e os que criticavam o regime.
Dentro do segundo grupo, destacaram-se os músicos
que produziram canções de protesto, algumas das quais vinham envoltas em
metáforas, além de outros recursos estilísticos, no intuito de ocultar à
Censura sua mensagem subliminar.
Dentre essas músicas, pode-se identificar a “Canção
da despedida”, de Geraldo Vandré no seguinte trecho:
“Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não
chora, se eu volto é pra ficar/ Amor não chora, que a hora é de deixar/ O amor
de agora, pra sempre ele ficar.// Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu
caminho a ti, não conduzia/ Um rei mal coroado,/ Não queria/ O amor em seu
reinado/ Pois sabia/ Não ia ser amado... ”
Com base na crítica retratada pela letra da música, é CORRETO afirmar
que
a) no âmbito da arte, a crítica a esse Regime se restringiu à esfera
musical.
b) aquele período parecia um conto de fadas, com estórias de reis e amores
impossíveis.
c) a difícil experiência do exílio forçado foi vivenciada durante o
período.
d) Geraldo Vandré costumava musicar suas desilusões amorosas.
e) a tranquilidade vivenciada pela sociedade permitia a composição de canções
de amor.
Questão 4
(Enem/2010)
Ato Institucional nº 5
Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas
corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem
econômica e social e a economia popular.
Art. 11 – Excluem-se de qualquer apreciação
judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus
Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.
Disponível em:
http://www.senado.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010.
Nos artigos do AI-5 selecionados, o governo militar
procurou limitar a atuação do poder judiciário, porque isso significava
a) a substituição da Constituição de 1967
b) o início do processo de distensão política
c) a garantia legal para o autoritarismo dos juízes
d) a ampliação dos poderes nas mãos do Executivo
e) a revogação dos instrumentos jurídicos implantados durante o regime militar
de 1964
Questão 5
(Unimontes/2015) “Durante o governo
Médici, a luta armada foi esmagada.” Entre os exemplos que comprovam essa
afirmativa, é INCORRETO elencar:
a) O fuzilamento do militante comunista Carlos
Mariguella, em novembro de 1969, em São Paulo.
b) A perseguição e assassinato do militante guerrilheiro Carlos Lamarca, no
sertão da Bahia.
c) O combate e desmantelamento da Guerrilha do Araguaia, no Estado do Pará,
entre 1970 e 1974.
d) A desarticulação, em 1971, da célula comunista
Vanguarda Negra, cujos líderes eram Uspinianos.
Questão 6
(UFMG) A Política de Distensão, levada a cabo pelo
General Ernesto Geisel, visava
a) acalmar a tensão política entre Governo e Oposição.
b) ampliar a base de apoio do Governo junto às Forças Armadas.
c) anular as ações políticas de seu antecessor, General Médici.
d) garantir a sobrevivência do Milagre Econômico.
e) retomar decisões estratégicas definidas pela Junta Militar.
Questão 7
(Enem/2014) A Comissão Nacional da Verdade (CNV)
reuniu representantes de comissões estaduais e de várias instituições para
apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com
quatro organizações. O coordenador da CNV estima que, até o momento, a comissão
examinou, "por baixo", cerca de 30 milhões de páginas de
documentos e fez centenas de entrevistas.
Disponível em: www.jb.com.br. Acesso
em: 2 mar. 2013 (adaptado).
A notícia descreve uma iniciativa do Estado que
resultou da ação de diversos movimentos sociais no Brasil diante de eventos
ocorridos entre 1964 e 1988. O objetivo dessa iniciativa é
a) anular a anistia concedida aos chefes militares.
b) rever as condenações judiciais aos presos políticos.
c) perdoar os crimes atribuídos aos militantes esquerdistas.
d) comprovar o apoio da sociedade aos golpistas anticomunistas.
e) esclarecer as circunstâncias de violações aos direitos humanos.
Questão 8
(FURG/2006) A Campanha das "Diretas-Já" foi um episódio
marcante ocorrido na década de 1980, constituindo um dos significativos
momentos do processo histórico brasileiro conhecido como:
a) republicanização
b) coligação
c) redemocratização
d) militarização
e) conciliação
Questão 9
(Fuvest) A vitória do Brasil na Copa
do Mundo de 1970
a) não teve qualquer repercussão no campo político, por se tratar de um
acontecimento estritamente esportivo.
b) alentou o trabalho das oposições que deram destaque à capacidade do povo
brasileiro de realizar grandes proezas.
c) propiciou uma operação de propaganda do governo Médici, tentando associar a
conquista ao regime autoritário.
d) favoreceu o projeto de abertura do general Geisel, ao criar um clima de
otimismo pelas realizações do governo.
e) alcançou repercussão muito limitada, pois os meios de comunicação não tinham
a eficácia que têm hoje.
Questão 10
(ESPM/2014) No Brasil, autoritário, sinais
evidentes de crise. O mandato presidencial do general Figueiredo caminhava para
o final e se temia que mais uma vez o presidente fosse escolhido por um colégio
eleitoral, que deveria, como sempre, referendar o nome indicado pelos
detentores do poder.
Para alterar tal perspectiva a oposição apresentou
uma emenda constitucional que pretendia introduzir as eleições diretas. A
emenda Dante de Oliveira, nome do deputado do PMDB, por Mato Grosso, que a
apresentou foi votada sob grande expectativa popular, depois de ampla
mobilização popular na campanha DIRETAS - JÁ.
A decisão do Congresso Nacional, quando da votação
(25/04/1984) na Câmara dos Deputados foi de:
a) rejeição, pois a emenda necessitava de 2/3 dos membros do Congresso e
faltaram 22 votos para alcançar tal marca.
b) aprovação, resultado que garantiu a vitória de Tancredo Neves, candidato das
oposições, nas eleições diretas para a presidência em 1985.
c) aprovação, entretanto a eleição direta para presidente não valeria para a
eleição de 1985 e só passaria a valer na eleição seguinte.
d) aprovação, entretanto a intervenção das Forças Armadas impediu a realização
da eleição.
e) rejeição, tendo a interferência das Forças Armadas imposto a eleição de José
Sarney, candidato do governo.
Questão 11
[O político] Francisco Dornelles assistiu pela
televisão, na França, ao comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964.
Jango decretou a nacionalização de refinarias de petróleo, o congelamento dos
preços dos aluguéis e a desapropriação de terras às margens de rodovias
federais para a reforma agrária. “A revolução comunista no Brasil começou
hoje”, disse um colega de Dornelles, membro do Partido Comunista na Bulgária.
“Ele anunciou coisas que, na Bulgária, levamos anos para conseguir. Os
adversários acabarão com ele.”
13 Questões sobre a Ditadura no
Brasil, Adaptado da Revista Época, 31/03/2014. Consultado em 17.07.20.
Segundo podemos ler no texto, qual seria o
principal motivo para a os militares terem aplicado o golpe em 1964?
a) O medo de uma revolução comunista no Brasil, dentro do contexto da
Guerra Fria, que uniu políticos de direita, militares e americanos.
b) O temor de uma invasão militar no Brasil de países do bloco do leste europeu
como a Bulgária.
c) A política externa de Jango que privilegiava as relações sul-sul em
detrimento do intercâmbio com os ditos países desenvolvidos.
d) A interferência da União Soviética nos assuntos internos brasileiros que
assustava os setores nacionalistas.
Questão 12
Embora muito se fale do “Milagre Econômico”, ele
durou apenas seis ou sete anos, num período de 21. A dívida externa foi
multiplicada por 30, mas grandes obras de infraestrutura foi construída sob os
militares.
13 Questões sobre a Ditadura no
Brasil, Adaptado da Revista Época, 31/03/2014. Consultado em 17.07.20.
Que obra de infraestrutura foi construída durante a
ditadura militar?
a) Biblioteca Nacional (RJ)
b) Hidrelétrica de Belo Monte (PA)
c) Ponte Rio-Niterói (RJ)
d) A ferrovia de Tubarão (SC)
Questão 13
Leia o texto abaixo:
“Nós, chilenos, como todos os povos do Ocidente,
combatemos as ditaduras dos ’ismos’ e os agentes estrangeiros que ameaçam o
nosso país. Devemos combatê-los com todas as forças, tendo como arma principal
a cooperação entre as polícias de toda América.”
O pesadelo da Operação Condor, Pierre
Abramovici,1 de Maio de 2001. Le Monde Diplomatique. Consultado em 17.07.20.
A Operação Condor consistia :
a) Numa coordenação política das ditaduras militares latino-americanas
para promover o desenvolvimento nos seus países.
b) Na interferência dos Estados Unidos na política interna das nações da
América Latina que estavam sob regime militar.
c) Na troca de informação sobre movimentos de oposição e até de sequestro de
pessoas consideradas subversivas nos países do Cone Sul.
d) Uma tentativa dos chilenos dominarem a América do Sul durante o mandato
militar do general Augusto Pinochet.
Questão 14
"O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo informou hoje (17)
que denunciou à Justiça seis acusados pela morte do jornalista Vladimir Herzog,
ocorrida em 1975, durante o período do regime militar. (...) Em outubro de
1975, Herzog foi encontrado morto nas instalações do Destacamento de Operações
de Informação (DOI/Codi) após ser preso por militares ao se apresentar
espontaneamente."
MPF denuncia seis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, publicado em
17/03/2020. André Richter, Agência Brasil. Consultado em 17.07.20.
A morte de Vladimir Herzog desencadeou uma onda de protestos em plena
ditadura militar. Assinale a alternativa INCORRETA sobre os fatos que se
seguiram após seu falecimento:
a) O sindicato dos jornalistas de São Paulo pediu, formalmente, a
apuração dos fatos.
b) Um ato ecumênico na catedral de São Paulo que reuniu milhares de pessoas.
c) A recusa do rabino Henry Sobel em enterrá-lo na ala dos suicidas do
cemitério judaico, contrariando o laudo oficial da polícia.
d) A demissão dos policiais que custodiaram a prisão de Vladimir Herzog.
Questão 15
Em 1974, a cantora Elis Regina, gravou a canção “O Mestre-sala dos
Mares”, cujo título original era “O Almirante Negro”, da dupla de compositores
João Bosco e Aldir Blanc. No entanto, o caminho para o lançamento da música foi
longo porque:
a) A primeira versão usava termos inadequados de acordo com a moral
vigente na época.
b) Ambos os compositores eram visados pela ditadura por seu envolvimento com o
partido Comunista.
c) A censura não liberou a letra, pois esta usava termos como “almirante” e
“marinheiro”, que foram considerados inadequados.
d) Os censores implicaram com o fato de um homem negro ser homenageado por dois
expoentes da Música Popular Brasileira (MPB).
Material de audiovisual - vídeos, entrevistas, material de apoio.
Che Guevara: o legado do revolucionário que desafiou o século 20
Ernesto “Che” Guevara, um nome que ressoa poderosamente na história, não apenas como ícone, mas como voz de resistência e mudança. Este revolucionário, cujas ações e palavras transcenderam as fronteiras de seu país natal, Argentina, e de Cuba, a terra que o adotou, continua a inspirar aqueles comprometidos com a luta pela justiça e pela igualdade.
Mas além do mito, quem foi Che Guevara? Este artigo desvenda a vida deste emblemático lutador da liberdade, desde suas origens até sua morte, sem esquecer do persistente eco de seu legado nos corações e mentes dos que sonham com um mundo mais justo.
Vamos, juntos, explorar as profundezas de seu compromisso com a causa revolucionária, acompanhando as marcas que deixou, tanto nas lutas que travou quanto nas vidas que tocou — incluindo a de seus filhos, que orgulhosamente perpetuam sua memória.
Quem foi Che Guevara?
Ernesto “Che” Guevara marca forte presença no cenário político e cultural global. Conhecido por muitos devido às icônicas camisetas e frases marcantes, Che é mais do que um rosto estampado na moda ou um conjunto de citações inspiradoras. Sua história é a de um homem que se dedicou, de corpo e alma, à causa da liberdade e da justiça social.
Infância e juventude de Che
Ernesto “Che” Guevara nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina, no seio de uma família com forte legado de ativismo político e social. Influenciado por uma educação progressista, desde cedo, Che tomou consciência das injustiças sociais que o cercavam.
Sua juventude foi marcada pela exposição a diversas perspectivas políticas e culturais em um ambiente familiar no qual eram debatidos, abertamente, assuntos sobre desigualdade social e a urgência de reformas políticas. Essas experiências moldaram seu caráter e direcionaram sua vida ao ativismo em favor dos desfavorecidos.
Como o mais velho de cinco irmãos, Che experimentou um ambiente doméstico de resistência e solidariedade. Seu pai, um apoiador dos republicanos na Guerra Civil Espanhola, acolhia veteranos e monitorava atividades nazistas em Córdoba durante a Segunda Guerra Mundial, envolvendo o jovem Ernesto nesses esforços.
A luta de Che contra a asma desde a infância foi apenas um dos muitos desafios que enfrentou. Mais do que isso, ele foi movido por um profundo desejo de compreender e transformar as injustiças sociais e políticas que presenciava.
Sua jornada transformadora pela América Latina, imortalizada nos “Diários de Motocicleta”, expôs Che à realidade dura de extrema pobreza, desigualdades e opressão, solidificando seu comprometimento com a busca por um mundo mais justo e igualitário.
Diários de motocicleta
A viagem de Ernesto Che Guevara pela América Latina, em 1952, marcou o início de sua transformação em um ícone da luta revolucionária. Acompanhado pelo amigo Alberto Granado, a aventura começou sobre uma moto Norton de confiabilidade questionável.
Com pouco dinheiro no bolso, a dupla trilhou caminhos que cortaram Chile, Peru, Colômbia e Venezuela, testemunhando cenários de pobreza extrema e exploração. A experiência foi tão impactante que, mesmo após a moto falhar no Chile, eles seguiram viagem, dependendo da generosidade de estranhos e de caronas improvisadas.
Che Guevara e a descoberta da América Latina
Durante sua jornada pela América Latina, Che Guevara foi confrontado com as profundas cicatrizes de exploração e as lutas comuns que marcavam a região. Observou a miséria desde os mineiros de cobre chilenos, desprovidos de necessidades básicas, até os camponeses peruanos, que mal sobreviviam trabalhando em terras que não eram suas.
Este encontro com as adversidades vivenciadas pela classe trabalhadora sul-americana se tornou um marco em sua vida, despertando uma profunda indignação e solidariedade pelos oprimidos.
Che, junto com Alberto Granado, respondeu a estas injustiças oferecendo seus serviços médicos voluntariamente às comunidades carentes que encontravam.
Ernesto Guevara, ainda na fase inicial de sua carreira médica, começou a entender que os problemas que testemunhava necessitavam de soluções além dos tratamentos convencionais.
Ele e Granado perceberam que a injustiça social era a enfermidade mais severa que afligia a América Latina, uma condição que demandava ações revolucionárias além de meros paliativos médicos.
De médico a revolucionário
A passagem por terras bolivianas, peruanas, chilenas e, enfim, guatemaltecas não apenas expandiu o horizonte geográfico de Che, mas transformou radicalmente sua visão de mundo e seu propósito de vida.
Ao retornar a Buenos Aires, Guevara não era mais apenas um recém-formado em Medicina. Ele carregava consigo uma crença na necessidade de uma revolução continental, uma América Latina unificada na luta contra a exploração capitalista e a opressão política.
Seu relato, mais tarde compilado no livro “Diários de Motocicleta” e eternizado em filme de mesmo nome, não apenas nos oferece um vislumbre dos primeiros passos de Che Guevara na estrada que o levaria a ser uma das figuras mais emblemáticas do século 20, mas também serve como um chamado à ação. Por suas páginas, Che nos convida a reconhecer as injustiças ao nosso redor e a agir para transformar essa realidade.
Guatemala e primeiros passos na luta revolucionária
Che Guevara chegou à Guatemala no fim de 1953, um país então sob a liderança progressista do presidente Jacobo Árbenz. Este período foi decisivo em sua jornada, marcando sua primeira imersão profunda na política revolucionária.
Foi nesse período que a Guatemala enfrentava um golpe militar, instigado e apoiado pela CIA, contra o governo progressista do presidente Jacobo Árbenz. Árbenz havia implementado uma série de reformas sociais e econômicas, incluindo uma importante reforma agrária que ameaçava os interesses comerciais estrangeiros, especialmente os da United Fruit Company, uma corporação americana com profundos laços com o governo dos EUA.
Che chegou à Guatemala com o objetivo de trabalhar como médico, mas rapidamente se viu envolvido em um contexto de intensa turbulência política. A situação o expôs à realidade brutal da dominação estrangeira e ao impacto de políticas imperialistas na América Latina.
Ele presenciou no país as táticas de desestabilização dos Estados Unidos para derrubar um governo democraticamente eleito, que almejava promover justiça social e igualdade para sua população.
Essa experiência foi decisiva para consolidar sua crença na luta armada como o único meio viável de combater a opressão e instaurar mudanças sociais significativas.
Conexões e consequências
Durante seu tempo na Guatemala, Che estreitou laços com militantes e revolucionários, incluindo Hilda Gadea, com quem desenvolveria um relacionamento significativo. Foi lá que ele adquiriu o apelido pelo qual seria mundialmente conhecido: “Che”.
A perseguição e as dificuldades enfrentadas após o golpe, incluindo a prisão de Gadea e a busca de refúgio na embaixada argentina, reforçaram sua determinação e seu compromisso com a causa revolucionária.
Essa fase de sua vida representa a transição de um médico preocupado com questões sociais para um revolucionário disposto a lutar pela liberdade e justiça. A Guatemala ensinou a Che a dura realidade de que as reformas sociais enfrentam resistências violentas de poderes estabelecidos, especialmente quando elas ameaçam interesses econômicos poderosos.
Rumo ao México
Forçado a deixar o país após o golpe, Che se mudou para o México. Lá, ele se conectaria a um grupo de exilados cubanos liderados por Raúl e Fidel Castro, marcando o início de uma nova fase em sua jornada revolucionária.
Este encontro não apenas ampliou seu entendimento da luta latino-americana, mas também o colocou no caminho que eventualmente o levaria à Revolução Cubana.
A Guatemala foi mais do que apenas um capítulo na vida de Che. Foi o local onde seu destino como um dos mais emblemáticos líderes revolucionários do século 20 foi selado.
A revolução cubana
O percurso de Che Guevara até se tornar uma lenda revolucionária foi marcado por sua participação fundamental na Revolução Cubana. Sua determinação para derrubar a tirania de Fulgêncio Batista em Cuba se fortaleceu após encontrar os irmãos Castro no México.
Como médico, fotógrafo e, mais tarde, comandante guerrilheiro, Che transformou-se no braço direito de Fidel Castro, compartilhando com ele a visão de uma Cuba livre do imperialismo e governada pelos princípios da igualdade e justiça social.
Contribuição estratégica e ideológica
Desde os primeiros combates até a memorável vitória em Santa Clara, Che não só demonstrou capacidade tática como também se tornou uma voz influente na formulação dos princípios ideológicos da revolução.
Sua capacidade de liderar pelo exemplo, participando ativamente do treinamento guerrilheiro e enfrentando os mesmos riscos que seus companheiros, solidificou seu status como um dos líderes mais respeitados e admirados da revolução.
Che Guevara personificou o ideal revolucionário de sacrifício, solidariedade e internacionalismo, contribuindo significativamente para a identidade e os objetivos do movimento.
Che e um governo revolucionário em Cuba
Após a vitória revolucionária, Che não se acomodou nas conquistas. Foi-lhe confiada a tarefa de dirigir a prisão de La Cabaña, onde supervisionou o julgamento dos crimes da era Batista.
Posteriormente, suas responsabilidades se expandiram para incluir cargos significativos no novo governo, como chefe do Departamento Industrial do Instituto Nacional de Reforma Agrária, presidente do Banco Nacional de Cuba, e ministro da Indústria.
Em cada função, ele aplicou sua visão de um mundo mais justo, promovendo reformas agrárias, alfabetização e saúde para todos. Suas políticas e discursos refletiam uma visão de Cuba com justiça social e resistência contra a opressão, ganhando reconhecimento internacional como um símbolo do anti-imperialismo.
Contribuição ao governo cubano
Embora tenha sido um defensor fervoroso do alinhamento de Cuba com a União Soviética para garantir a soberania da ilha, Che não se contentou com o status quo.
Sua desilusão com os rumos da política cubana e o desejo ardente de espalhar a revolução para outros países o levaram a aventuras revolucionárias na África e, finalmente, na Bolívia, onde encontrou seu trágico fim.
Che Guevara deixou uma marca na história de Cuba e no imaginário revolucionário global. Seu compromisso com a transformação social não se limitou às fronteiras cubanas: ele sonhou e lutou pela libertação de toda a América Latina.
Internacionalismo revolucionário
Como já vimos, Che Guevara expandiu sua visão revolucionária muito além dos limites cubanos, alcançando a África e a América Latina., visando acender a chama da revolução globalmente.
Che Guevara e a África
Em meados da década de 1960, Che embarcou em uma missão no Congo, movido pelo desejo de apoiar a luta contra o colonialismo e a opressão. Seu tempo na África foi marcado por desafios significativos, incluindo diferenças linguísticas, culturais e a falta de um movimento revolucionário organizado.
Apesar de todo o seu esforço e habilidade em guerrilha, a missão no Congo não saiu como ele esperava. Esta experiência não apenas testou sua determinação, mas também lhe ensinou muito sobre como lutar por mudanças em lugares muito diferentes de Cuba.
Mesmo que as coisas não tenham ido como planejado, a missão reforçou a crença de Che de que as estratégias de revolução precisam ser adaptadas para cada lugar específico. Essa lição de adaptabilidade e compreensão das lutas locais é parte importante do seu legado.
Che sempre acreditou na missão de ajudar aqueles que lutam contra a opressão, onde quer que estejam. Sua jornada mostrou o quanto ele estava comprometido em apoiar lutas pela liberdade no mundo todo.
Uma voz revolucionária na ONU
Em 1964, Che representou Cuba na ONU e denunciou vigorosamente as injustiças globais, incluindo o apartheid e a política dos EUA em relação aos afro-americanos. O compromisso com o internacionalismo revolucionário ficou claro em seu discurso.
Ele criticou a complacência internacional e defendeu a solidariedade global contra o imperialismo, reforçando sua estatura como um defensor fervoroso dos oprimidos.
Che Guevara através das gerações
O legado de Che Guevara como internacionalista revolucionário transcende suas missões ao redor do mundo. Sua visão de um mundo livre de opressão e sua disposição para lutar pela justiça em qualquer parte do globo continuam a inspirar movimentos de libertação.
Sua ousadia em levantar a voz na ONU contra as injustiças refletiu o alcance de seu compromisso com a causa revolucionária, um testemunho de sua crença na revolução como uma luta verdadeiramente global.
Bolívia: o último campo de batalha
Persistente em sua crença de que a revolução era necessária e possível em outras partes da América Latina, Che partiu para a Bolívia em 1966. Lá, ele esperava estabelecer um foco guerrilheiro que desencadearia uma série de revoltas em todo o continente.
No entanto, o país apresentou um conjunto único de desafios: um terreno político complexo, falta de apoio local, dificuldade de comunicação com os povos indígenas e uma repressão intensa por parte do governo boliviano e seus aliados internacionais.
Além dessas dificuldades, Che e seus companheiros enfrentaram uma repressão brutal por parte das forças armadas bolivianas, apoiadas de forma oculta por aliados estrangeiros, incluindo a CIA, que há muito tempo acompanhava os passos do guerrilheiro, a fim de garantir a continuidade do domínio dos Estados Unidos.
O movimento internacional contrário à revolução resultou em uma perseguição implacável que restringiu drasticamente a mobilidade e as ações dos guerrilheiros. Apesar disso, Che continuou perseverante, mantendo-se fiel ao seu princípio de que apenas a luta revolucionária poderia conduzir à verdadeira libertação.
O apoio da CIA ao governo boliviano na captura de Guevara evidencia o desafio global que ele enfrentava. Isolado, com poucos aliados e sem o apoio do Partido Comunista Boliviano, Che viu suas táticas guerrilheiras serem minadas por uma campanha de contra-insurgência bem orquestrada.
Morte de Che Guevara
A jornada revolucionária de Ernesto “Che” Guevara encontrou um fim abrupto em 9 de outubro de 1967. Sua captura pelas forças militares bolivianas, sob a supervisão direta da CIA, culminou em sua morte.
O último ato de desafio de Che frente aos seus executores demonstrou a coragem e a convicção que o caracterizaram ao longo de sua jornada revolucionária. Dizendo “Atire, covarde, você só vai matar um homem!”, ele enfrentou seu destino e, contra o que imaginavam os bolivianos, tornou-se, ali, um símbolo eterno da luta pela liberdade e igualdade.
A morte de Che Guevara ecoou pelo mundo, transformando-o instantaneamente em um mártir e uma figura de inspiração para gerações futuras. As circunstâncias de sua morte, uma execução sem julgamento após uma captura que o deixou ferido e indefeso, destacaram a brutalidade contra a qual lutava.
Longe de ser apagado pela morte, o legado de Che Guevara se multiplicou. A descoberta de seus restos mortais em 1997 e a subsequente repatriação para Cuba fortaleceram ainda mais seu status como ícone global da resistência contra a opressão.
Che vive nas artes, na música, em literaturas e em corações e mentes ao redor do mundo, seu rosto estampado em camisetas e murais como símbolo de desafio e esperança.
O eterno legado de Che Guevara
Desde o momento de sua morte, Che Guevara se transformou em mais do que um homem; ele virou um símbolo. Seu retrato, capturado por Alberto Korda, tornou-se um dos mais icônicos do século 20, estampando camisetas, murais e bandeiras em diversos cantos do planeta.
A influência de Che transcendeu fronteiras, inspirando não apenas movimentos revolucionários, mas também a cultura popular. Músicas como “Soy Loco por Ti, América”, interpretada por Caetano Veloso, capturam a admiração e o carinho que muitos sentem por Che e pela causa que ele representava.
Sua vida inspirou obras literárias e cinematográficas, perpetuando sua memória como um lutador incansável pela justiça social e repercutindo por gerações, estimulando o debate sobre liberdade, justiça social e soberania.
Che vive nas ações e no espírito daqueles que continuam a lutar por um mundo mais justo, provando que, de fato, ninguém morre enquanto for lembrado. Ele vive como um lembrete de que, nas palavras de Eduardo Galeano, “muita gente pequena, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, podem mudar o mundo”.
Vida pessoal: Che Guevara e filhos
Che Guevara também era um pai dedicado. Sua vida familiar, embora muitas vezes ofuscada por suas campanhas militares e políticas, revela um homem que, apesar de sua imensa dedicação à causa revolucionária, valorizava profundamente o vínculo com seus filhos.
Che Guevara: o pai
Che teve cinco filhos de dois casamentos. Com sua primeira esposa, Hilda Gadea, teve Hilda Beatriz. Seu segundo casamento, com Aleida March, resultou em quatro filhos: Aleida, Camilo, Celia e Ernesto. Estes últimos cresceram em uma Cuba profundamente marcada pelo legado de seu pai.
Apesar da ausência física de Che, devido às suas obrigações revolucionárias, a conexão com seus filhos permaneceu forte. Por meio de cartas e pequenos gestos, como desenhos ou breves encontros disfarçados — nos quais se apresentava como um amigo do papai —, Che procurava estar presente na vida de seus filhos, deixando claros seu amor e esperança por um futuro melhor para eles e para o mundo.
A lembrança de ver a imagem de seu pai multiplicada nas ruas, sem entender inicialmente sua importância, é significativa para todos os filhos ainda vivos. Os filhos de Che carregam não só seu sobrenome, mas um profundo respeito por sua memória e legado.
Cada um, a seu modo, contribui para manter viva a imagem de Che Guevara, seja através da medicina, do direito ou do turismo cultural. Eles refletem sobre o impacto de seu pai, não apenas como um revolucionário, mas como um ser humano com uma visão profundamente enraizada na igualdade e justiça para todos.
Aleida, Camilo, Celia e Ernesto são a prova viva de que os valores de Che Guevara — solidariedade, justiça e um profundo amor pela humanidade — continuam a influenciar e a inspirar.
Aleida Guevara: continuando o legado
Aleida Guevara, a filha (viva) mais velha continua a ser uma voz poderosa na promoção da justiça social, carregando o legado de seu pai com dignidade e compromisso. Sua vida é um testemunho do legado de Che, unindo seu profissionalismo médico ao compromisso com a justiça social.
Médica e militante
Aleida escolheu a medicina como sua forma de contribuir para a sociedade, seguindo os passos de seu pai, que também era médico. Sua carreira como pediatra reflete o compromisso de Che com os cuidados de saúde como um direito humano fundamental.
Além de sua prática médica em Cuba, Aleida tem servido em missões internacionais em países como Angola, Nicarágua e Equador, demonstrando o mesmo espírito internacionalista que seu pai defendia.
Aleida também é protagonista na preservação e na promoção do legado de Che Guevara. Ela viaja pelo mundo, participando de conferências e eventos, compartilhando as ideias e os ideais de seu pai com novas gerações.
Suas palavras ressoam com aqueles que buscam inspiração na vida e na luta de Che por um mundo mais justo, destacando uma vida dedicada à luta contra a opressão em todas as suas formas. Ela defende a suspensão da dívida dos países subdesenvolvidos e luta por um mundo onde os direitos humanos sejam respeitados universalmente.
Aleida Guevara não é apenas a filha de um revolucionário icônico: ela é uma força revolucionária por direito próprio. Sua vida de serviço e ativismo é um testemunho do poder duradouro do legado de Che Guevara e um lembrete de que a luta por um mundo melhor é uma responsabilidade compartilhada por todas as gerações.
“Até a vitória, sempre!”
As palavras finais de Che, enviadas a Fidel Castro ao partir para a Bolívia, demonstram sua determinação e esperança eternas. Che Guevara não via a revolução como um objetivo limitado a um país ou região específica. Para ele, ela era uma luta global contra a opressão.
Che Guevara, o internacionalista revolucionário, permanece e permanecerá, para sempre, como um exemplo de coragem e dedicação inabalável à visão de um mundo melhor.
Frei Betto: um símbolo de resistência e esperança na América Latina
Tema -1: Redemocratização no Brasil
Redemocratização no Brasil - Campanha das diretas já!
Onze meses após a derrota da emenda que estabelecia eleições diretas para presidente, o Brasil teria seu primeiro presidente civil em mais de vinte anos. Eleito pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves recebeu 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf.
Entretanto, um dia antes da posse, prevista para 15 de março, Tancredo Neves foi internado por causa de um tumor no intestino. Durante 37 dias, o país viveria horas inesgotáveis de aflição e suspense, refém de boletins médicos fantasiosos, até que, em 21 de abril - "dia de Tiradentes" - Tancredo Neves foi declarado morto. Então as ruas do Brasil, especialmente as de São Paulo, Belo Horizonte e São João Del Rei, voltariam a ser tomadas por multidões, saudando, entre lágrimas e desmaio, o presidente que não foi e, mais ainda, o presidente que poderia ter sido.
Contexto histórico dos E.U.A nos anos após a Guerra Mundial
O número de beneficiados da seguridade social existentes aumentou nos anos de 1950, mas outros avanços econômicos foram bloqueados. A crescente preocupação com a ameça da União Soviética, manteve alto o orçamento militar enquanto reformas - como uma plano de saúde nacional e mais habitação pública - foram derrubadas no congresso, sob a pecha de socialistas. O bloco radical - liberal do New Deal acabou definitivamente quando o ato Talt - Harthy de 1947, enfraqueceu vários direitos de sindicatos, inclusive impondo um juramento de lealdade contra o comunismo a todos os sindicalistas, resultando na expulsão do cio de numerosos filiados e de 11 sindicatos (liderados pelos comunistas) inteiros, num total de quase um milhão de trabalhadores.
Na una internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 1944, foi oficialmente desenhada como um órgão de cooperação internacional. Em realidade logo acabou dominada pelos países ocidentais mais poderosos e pelo novo poder mundial, a União Soviética. Se os programas de desenvolvimentos social e econômico da ONU e sua autoridade moral gozavam de algum prestígio, sua capacidade para prevenir conflitos era bastante limitada, pois as cinco grandes potencias com direito de veto das decisões atuavam sempre nos seus próprios interesses. O poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas refere-se ao poder de veto exercido exclusivamente pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos da América, França, Rússia e Reino Unido), permitindo-lhes evitar a adoção de qualquer projeto "adicional" pela Resolução do Conselho.
Mesmo antes do fim do conflito, os Estados Unidos da América planejaram uma ordem econômica pós-guerra, na qual os país poderia conquistar novos mercados e expandir oportunidades por meio de investimentos estrangeiros, sem restrições do fluxo de capital e bens. Em 1944, negociações entre Inglaterra e Estados Unidos da América culminaram na fundação do "Sistema Bretton Woods" para manejar a economia internacional. Incluíram o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituído em 1945 para regular trocas financeiras internacionais sob o dólar americano e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (hoje Banco Mundial), para promover investimentos estrangeiros e a reconstrução de economias destruídas pela guerra. O grande poder econômico e político dos Estados Unidos da América, depois da guerra, fez com que essas duas instituições mantivessem os interesses econômicos americanos em primeiro plano pelas quatro décadas seguintes.
Desenvolvimentos políticos na época moldaram esses arranjos econômicos internacionais. Crescente tensões entre os Estados Unidos da América e a Alemanha até o fim dos anos de 1940, culminaram na Guerra Fria. Os dois superpoderes e suas alianças rurais disputaram a dominância econômica, politica e militar mundial no período pós-guerra. Motivados pela segurança nacional, expansão econômica e vantagem militar internacional, ambos mantiveram controle dos seus aliados e de outras esferas de interesses por meio da força bruta ou da influência econômica. O plano Marshall de 1948, no qual os Estados Unidos da América emprestaram U$ 16 bilhões de dólares para reconstruir a Europa e outros programas de desenvolvimento econômico no pós-guerra tiveram tanto motivos políticos quanto econômicos: a ajuda econômica seria usada para fortalecer os parceiros não comunistas e prevenir, nesses países, desafios radicais a hegemonia norte-americana com ações como as empreendidas para domar os poderosos partidos comunistas da Itália e França no fim dos anos de 1940.
A "paz" formal entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS), durante a guerra fria, baseada na ameaça mútua das armas nucleares resultou na militarização da economia americana. Essa economia passou a ser fortemente relacionada de produção de armas e outros produtos da guerra sob o controle do que o próprio presidente Dwight Eisenhower (1952-1960) chamou de "complexo militar industrial". O mais alto padrão de vida no mundo foi baseado em grande parte nos gastos militares americanos, que atingiram o pico de 20% da produção nacional durante a guerra da Coreia.
Desenvolvimentos dos Movimentos Sociais no Estados Unidos da América
Sem avenida, essas imagens capturam aspectos da realidade da época.
O PIB dos Estados Unidos da América, saltou em 250% de 1945 a 1960, com renda familiar crescente e baixas taxas de desempregos e inflação.
A classe trabalhadora obteve acesso sem precedentes a economia de consumo de massa, sindicatos ganharam melhores salários e a expansão de benefícios e o Estado de bem-estar social garantia em alguma medida a segurança econômica.
O crescimento econômico foi inegável, mas nem todo mundo compartilhou da prosperidade. Em 1960, um quinto das famílias americanas vivia abaixo do nível oficial de pobreza estabelecido pelo governo e muitas outras sobreviveram apenas com a minima segurança e conforto. A distribuição da renda não mudava muito: a população 20% mais rica continuou controlando 45% de toda renda, enquanto 20% mais pobre controlava somente 5%. Indigentes, relegados as reservas no interior dos Estados Unidos da América, eram essas pessoas mais pobres no país.
Idosos e trabalhadores rurais de todas etnias e as populações afro-americanas e latino-americana estavam desproporcionalmente entre os indigentes. Devido à discriminação e a falta de dinheiro, esses grupos raramente desfrutavam a "maravilhosa vida suburbana", concentrando-se nos centros das cidades, onde empregos, comércio e serviços públicos tornavam-se cada vez menos acessíveis.
A Nova Ordem Mundial
A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se refere ao contexto histórico do mundo pós-Guerra Fria. Estabeleceu-se no fim da década de 1980, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das transformações no Leste Europeu com a desintegração do bloco soviético.
O termo Nova Ordem Mundial é aplicado de forma abrangente. Em um contexto atual, pode referir também a importância das novas tecnologias em um mundo progressivamente globalizado e as novas formas de controle tecnológicos sobre as pessoas.
A Nova Ordem Mundial busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a a partir de uma hierarquização de países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e de especialização econômica.
Algumas das Principais Características
Distribuição do Poder Internacional
Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois pólos de força, que eram E.U.A e URSS) foi substituída pela chamada pax imperial americana, que significa que não existe país no mundo capaz de se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia exercida de forma intensa em todas as partes do mundo, onde seus interesses econômicos e geográficos se fazem presentes.
Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: primeiro, organizados em torno dos E.U.A - segundo, em torno da Europa (União Européia) e um terceiro, bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia.
Urbanização Mundial
A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente. No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população urbana mundial superou a população rural. A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em desenvolvimento. É geralmente caótica, o que agrava os problemas ambientais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos.
Nova Divisão do Trabalho
Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internacional dos trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufaturados de países exportadores de matéria-prima.
- Araújo, Silva Maria de - Sociologia: volume único: ensino médio/Silva Maria de Araújo, Maria Aparecida Bridi, Benilde Lenzi Motim - 2ª ed. São Paulo - Scipione, 2016
- Vicentino, Claudio - História geral e do Brasil, volume 3 - Ensino médio - Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo - São Paulo: Scipione, 2010
- Azevedo, Gislane - História: passado e presente/Gislane Azevedo, Reinaldo Seriacopi - 1ª ed. São Paulo - Ática, 2016
- Napolitano, Marcos - 1964: História do Regime Militar Brasileiro/Marcos Napolitano, 1ª ed.2ª reimpressão, - São Paulo: Contexto, 2015
- Masson, Philippe, 1928-2005 - Segunda Guerra Mundial/Philippe Masson, [tradução Angela M. S. Corrêa] - 1ª ed. 6ª reimpressão - São Pulo: Contexto, 2017
- Sondhaus, Laurence, 1958 - A Primeira Guerra Mundial/ Lawrence Sondhaus; tradutor Roberto Cataldo. - 1ª ed., 2ª reimpressão. - São Paulo: Contexto, 2015
- Nagorski, Andrew - A batalha de Moscou/ Andrew Nagorski: tradução PauloCastanheira. - São Paulo, : Contexto, 2013
- Hernandez, Leila Maria Gonçalves Leite - A África na Sala de Aula: visita a história contemporânea/ Leila Leite Hernandez - 2ª ed. rev. - São Paulo. - Selo Negro, 2008
- Hobsbawm, Eric J. - A era das Revoluções Europa 1789-1848 - tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel - 14ª ed, São Paulo, : Paz e Terra, 2001
- Hobsbawm, Eric J. - A era das Revoluções Europa 1789-1848 - tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel - 14ª ed, São Paulo, : Paz e Terra, 2001
- Botelho, André; Schwarcz, Lilia Moritz - Cidadania, Um Projeto em Construção: Minorias, Justiça e Direitos / Andre Botelho, Lilia Moritz Schwarz, (organizadores) - 1ª ed. - São Paulo: Claro Enigma, 2012
- Davis, Mike - Planeta Favela/ Mike Davis; Tradução Beatriz Medina. - São Paulo : Boitempo, 2006
- Fausto, Boris, História do Brasil/Boris Fausto - 13ª ed. I. Reimpr. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo - USP, 2009.
- Chauí,Marilena - Contra a Servidão Voluntária- Martilena Chauí : organizador Homero Santiago - 2ª edição - Belo Horizonte : autêntica : Sao Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2021
- Portal São Francisco - www.portalsaofrancisco.com.br/saude/gripe-espanhola